sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Os clientes não são todos iguais

Diferentes clientes querem, precisam, exigem coisas diferentes.

Dessa falta de uniformidade nasce, ou deve nascer, uma torrente de variedade, de diferentes propostas de valor, de diferentes abordagens, de diferentes produtos e serviços.

Se uma organização não se consegue diferenciar... então o negócio é preço!

"A experiência de vida é uma condição necessária para a formação. "Diga-me lá como é que um jovem que acaba de sair da faculdade e que tirou um curso de formação pedagógica pode ser um bom formador?" A pergunta enfática tem resposta rápida: "Para se ser formador tem de se ter experiência, apresentar case studies, trabalho de campo", explica. "Para se ser professor na academia, é preciso ir superando os graus, na formação é a experiência que conta", avisa.
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A dificuldade em dividir o trigo do joio traz uma outra realidade: o quase dumping de muitos daqueles que se dedicam à actividade da formação. "Hoje é perfeitamente possível encontrar-se um formador a 15 ou 20 euros à hora, a qualidade é que deixa muito a desejar, conclui Margarida Araújo."

A mim, como fornecedor, de nada adianta este discurso.
Se os outros são maus, ou aprendem e melhoram, ou mais tarde ou mais cedo o mercado vai pô-los de lado.
Se eu os classificar como maus e ainda assim eles sobrevivem, então, é porque os clientes que eles servem, valorizam atributos que não fazem parte da minha proposta de valor.

Tenho de admitir que se uma lei obriga os empregadores a darem xis horas de formação profissional por ano e por pessoa, alguns vejam essa obrigação como um imposto encapotado, e procurem satisfazer essa exigência legal ao menor custo possível.
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OK, esse não pode ser o meu negócio, mas pode ser o negócio de outros agentes (viva Georgyi Frantsevitch Gause).

Quando a formação é paga pelas empresas, elas sabem distinguir o trigo do joio. Quando ela é financiada o negócio continuará a ser formação?

Se um formador que cobra 15 euros não presta, Darwin tratará de o afastar. Se tem algum valor, então é como nos filmes americanos, está a começar a sua vida profissional numa espécie de McJob, resta-lhe trabalhar, estudar adquirir experiência para poder ir subindo na escala de valor.

Um discurso deste tipo normalmente deriva numa qualquer corporação que quer gerir o acesso a uma profissão, protegendo os instalados.

Texto retirado do artigo "Quase ninguém cumpre a lei da formação profissional" de Márcio Alves Candoso no DN de hoje.

Essa lei da formação profissional tem um efeito pernicioso, desvaloriza, dá má imagem à formação profissional. Promove a formação profissional só para fiscal ver.

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