sábado, março 06, 2010

Clientes-alvo e Proposta de Valor

"Agricultura: Produtores de kiwis em rede para melhorar competitividade da fileira"
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OK, mas não fiquem por aí...
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Estudem o caso da Frank Perdue Chicken Farms nos anos 70 do século passado nos Estados Unidos, concentrem-se na originação de valor.
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A quem vendem os kiwis? Quem compra os kiwis?
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Podem fugir de uma proposta de valor assente no preço? Podem produzir kiwis numa altura em que outros não podem? Podem produzir kiwis que se distinguem de outros? Podem apresentar essas vantagens aos consumidores? Conseguem que sejam os consumidores a "exigir" à grande distribuição os Vossos kiwis?
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Já por mais de uma vez trabalhei com empresas que elegeram como clientes-alvo entidades que não lhes compravam nada, mas antes entidades que podiam "forçar" os compradores directos a optarem pelos produtos e serviços.
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Por exemplo, "vender" o desempenho técnico superior de um produto a um prescritor. Por isso, esse prescritor influencia de forma decisiva a "compra" pelo utilizador. A vontade de compra do utilizador "obriga" o distribuidor a adquirir o produto ao produtor.
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Por estas e por outras ficou a ressoar na minha mente este trecho que sublinhei ontem no livro de Michael Lanning "Delivering Profitable Value":
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"In formulating strategy, an organization must ask the basic question, `What are the most promising business opportunities, or potential primary VDSs?' This is different from asking, `Which are the most promising customers to whom we might sell our product?' Sometimes markets are defined as the demand by some customers for some product or product-line. However, the underlying demand for a product is really the demand for the value propositions that can be delivered when a customer uses that product. It follows that the relevant market-space for an organization should be defined by those value propositions and how they might be delivered, rather than by a product.
For purposes of formulating strategy, market-spaces can be defined with narrow or broad boundaries. That is, almost any market-space can be seen as a part of a still larger market-space. At the lowest level within a market-space are strategic options, each a single potential VDS."
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Realmente, por vezes elegemos como "clientes-alvo" não um comprador, não um comprador directo, mas uma outra entidade mais distante na cadeia de valor que até pode não comprar.
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Quando trabalhei a facilitar um projecto numa empresa produtora de software estava sempre a levar nas orelhas... isto de chamar cliente-alvo a uma entidade que não é cliente... "temos de ser muito claros na linguagem, senão é a confusão".

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