quinta-feira, julho 14, 2011

Drive markets

Interessante o relato deste exemplo da criação espontânea de um mercado na Suécia "Phases of spontaneous market making" retirado do artigo "How Are Markets Made?" de Patrik Aspers.
.
No entanto, a reflexão sobre o que se lhe pode seguir... a criação organizada de um mercado, por pelo menos 2 actores, não fica atrás.
.
"I have already indicated that spontaneous making is, in one sense, analytically prior to organized making. In other words, organized making presupposes what it is supposed to explain, namely the market. It is in light of organized market making that we should consider the notion of performativity. The literature has described market formation processes in which actors somehow come together and fashion an existing market, or set up a new market. The argument is that the construction of a market is mapped on an existing model, which is used as a blueprint in the process of changing or constructing real market."
.
O meu interesse reside na opção que uma PME tem de tentar criar um novo mercado, tentar alterar as regras de um mercado simplesmente alterando a sua forma de se relacionar com outros intervenientes na cadeia da procura.
.
Isto nem sempre é fácil... muitos olham para o mercado não como uma variável que se pode tentar alterar em nosso favor, mas como um dado do problema, uma condição imposta. Assim, acabam por se auto-limitar, por se auto-censurar, por reduzir as hipóteses de sucesso futuro.
.
Um mercado tem actores e tem regras. Os actores aparecem e desaparecem. As regras, essas são vistas como mais imutáveis, são tidas como regulamentos impostos por um governo ou entidade para nivelar o terreno. OK, o papel de uma PME é, de modo legal, leal e justo, tudo fazer para desnivelar o terreno em seu favor, oferecendo um serviço diferente ou mais barato ou oferecendo um modelo de negócio mais atraente.
.
E um modelo de negócio mais atraente pode simplesmente mudar um mercado por completo...
.
A forma como se olha para o mercado é fundamental para esta predisposição para tentar modificar as regras do mercado, sem influência de governos, a tal performativity.
.
Bernard Jaworski, Ajay K. Kohli e Arvind Sahay em "Market-Driven Versus Driving Markets", publicado pelo Journal of the Academy of Marketing Science January 2000 vol. 28 no. 1 45-54 expõem bem o desafio.
E mais uma vez voltamos ao problema de estar tão, mas tão orientado para o mercado que em vez de se ter pensamento estratégico próprio, tratam-se todos os clientes por igual, aceitam-se os mercados como dados do problema, não se fazem escolhas, não se diz não.

Sem comentários: