sábado, dezembro 03, 2011

Parece uma história tirada deste blogue

"A Ach Brito é empresa antiga, quase centenária (nasceu em 1918), e tão histórica que até detém duas marcas ainda mais velhas do que ela - Claus (1887) e Confiança (1894). Mas isso não impediu que, há cerca de 10 anos, todos os estudos requisitados recomendassem ao recém-empossado administrador e director-geral, José Fernandes, "feche isso ou faça investimentos para produzirem em grande escala". Ele não foi por aí. Preferiu honrar a história da produtora de sabonetes nortenha. E fê-la renascer das cinzas, "quase como a fénix" da mitologia." (Moi ici: Recomendam estudos a quem? A professores universitários encalhados na guerra do preço, presos à mitologia do custo? Por todo o lado, esta é a receita da tríade, só vêem o custo como a variável a manipular para seduzir clientes. Valor? Cadê? O que é isso? Em que folha de cálculo é que está? Não sabem o que isso é...)
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"Antes, havia uma empresa que "não chegava aos dois milhões de euros" de volume de negócios, exportava pouco (cerca de 10%, só para EUA e Inglaterra), quase só vendia para o mass market (mercado de massas, com baixas margens de lucro), tinha "só um funcionário licenciado em cinquenta e tal" e funcionava numas instalações pequenas (1500 metros quadrados) e com material antiquado ("o principal grupo de produção não era revisto havia mais de 50 anos"). Agora, há "4,4 milhões de facturação", centenas de clientes ("já não dependemos do mass market, exportamos para cerca de 50 países"), 13 funcionários licenciados ("renovação feita com completa paz social") e instalações "com outra dignidade e equipamentos remodelados (que mantêm o processo de produção)".  (Moi ici: Um dos motes deste blogue é que vamos a caminho de Mongo. Mongo é a metáfora que designa o futuro da economia mundial, cada vez mais variedade, cada vez mais picos na paisagem enrugada... Mongo será, a prazo, o fim do mass market)
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"Desde que pegou na Ach Brito (vindo da seguradora Allianz), José Fernandes nunca quis desafiar as grandes empresas do sector. "Não queremos concorrer com Palmolive, Nivea ou Lux. Não era esse o caminho. O caminho era diferenciar, ir para nichos e abanar o mercado de uma forma diferente, não institucional. Com esse espírito, pusemos os sabonetes na moda e chegamos a sítios onde eles antes nunca se vendiam", descreve o administrador."  (Moi ici: Sábias palavras!!! Eu não diria melhor!!! Perfeito exemplo da vida em Mongo. Diferentes empresas, no mesmo sector de actividade, podem ter muito sucesso se trabalharem para clientes-alvo diferentes, se estiverem em locais de venda diferentes)
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Lembro-me da vetusta Ach. Brito ser num velho edifício, aqui receio estar a ser traído pela memória, de cor amarela, com as letas Ach Brito a preto, num perpendicular à Avenida de França, próximo da Rotunda da Boavista no meu Porto, entre casas de habitação.
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