sexta-feira, novembro 07, 2014

"não é a produção que cria o consumo"

O tema neste blogue é recorrente:
  • Mongo e a arte, e a co-criação versus o vómito industrial;
  • o ganhar dinheiro como consequência versus o ganhar dinheiro como o objectivo;
  • a visão outside-in versus a postura inside-out;
  • a visão bottom-up versus a postura top-down.
Qualquer negócio tem de pensar em quem são os seus clientes-alvo e, o que é que tem de fazer para os seduzir, satisfazer e fidelizar.
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Carlos Albuquerque no JdN em "A teoria antes da prática", explica como os keynesianos olham para o desafio das empresas:
"Continuamos a receber os argumentos de origem keynesiana sobre a crise. O problema da falta de consumo. A perversidade do aumento da poupança. A necessidade de estimular a procura. A solução no investimento público. E no tão falado multiplicador que fará milagres com as despesas públicas. Dizem, mesmo que se conteste a sua realidade e sustentabilidade. E mesmo que possa nem se saber bem como financiar tudo isto.
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A contestação a esta argumentação é muito relevante. E encontra-se especialmente nas correntes não intervencionistas. Que incentivam a poupança como elemento fundamental do investimento. Consideram que as crises resultam de políticas que favorecem os maus investimentos. Entendem os défices do Estado como formas de transferência intergeracional de riqueza. Contestam a dimensão do Estado por a entenderem como a fonte de criação de assimetrias de distribuição de riqueza. E relevam que não é a produção que cria o consumo, mas sim a satisfação das necessidades dos consumidores que origina a produção."
Acreditar que é a produção que cria o consumo é voltar ao tempo em que a oferta era inferior à procura, é voltar ao tempo do auge da produção em massa...
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ACORDEM!!!
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Estamos em Mongo!!!

1 comentário:

Carlos Albuquerque disse...

"Consideram que as crises resultam de políticas que favorecem os maus investimentos."

Dado que a desregulação financeira tem aumentado a frequência e a dimensão das crises, presumo que são as políticas de desregulação que são visadas.


"Entendem os défices do Estado como formas de transferência intergeracional de riqueza."

Um défice num ano numa empresa ou numa pessoa é uma transferência intergeracional de riqueza? E no Estado passa a ser? Entender qualquer défice como transferência intergeracional de riqueza é mais fundamentalismo religioso do que responsabilidade intergeracional.

"Contestam a dimensão do Estado por a entenderem como a fonte de criação de assimetrias de distribuição de riqueza."

Pois. Basta ver que os países com menos desigualdade são aqueles em que o governo gasta menos. Estados pequenos como Dinamarca, França ou Suécia apresentam realmente menores desigualdades.

http://en.wikipedia.org/wiki/Government_spending

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_income_equality

Há muita gente que tem que acordar, realmente.