segunda-feira, dezembro 15, 2014

Acerca de uma previsão

A propósito de "Têxtil vai perder empregos mas aumentará facturação e exportações" onde se lê esta previsão da ATP:
"O sector de têxtil e vestuário em Portugal poderá perder, até 2020, cerca de 20 mil trabalhadores, mas naquele ano espera atingir um volume de exportações de cinco mil milhões de euros, igualando o valor mais elevado de sempre.
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O plano estratégico aponta para que em 2020 existam em Portugal cinco mil empresas do têxtil e vestuário e 100 mil trabalhadores, com um volume de negócios de 6,5 mil milhões de euros e um valor de exportações de cinco mil milhões de euros.
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"Este deverá ser o melhor ano desde 2001", apontou Paulo Vaz, sublinhando que agora existem menos de metade das empresas e menos de metade dos trabalhadores."
Um gráfico que uso há anos é este:
Sim, o número de trabalhadores e de empresas caiu muito. A tendência pós-China, muitas empresas não conseguiram adaptar-se a tempo e morreram, as que resistiram e as novas são mais pequenas, em média.
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Talvez o exemplo do calçado possa dar uma ajuda a perspectivar o que pode vir aí. O que aconteceu ao calçado?
Três fases. Seguem-se alguns eventos para contextualizar a evolução:
Será que as previsões da ATP prolongam a fase II até 2020 ou já consideram a inversão da fase III?

No calçado, depois da quebra no número de trabalhadores e no número de empresas já se assiste a 4 anos consecutivos de crescimento
Este último gráfico ilustra o que tem acontecido aos salários na China, algo que vai introduzir algum ruído na previsão. A par de uma evolução positiva trazida pela fase II, assistiremos a alguma ressurreição do modelo do low-cost, à semelhança do que está a acontecer nos EUA.
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Assim, talvez a ATP falhe mais esta previsão.

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