sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Reflexão com base em artigo de jornal

A deformação profissional é tão forte... ao ler "Michelle Obama oferece porcelana de Oiã" primeiro fui atraído pela figura, uma espécie de diagrama de forças de Porter:

Como é que isto ainda é usado?
Em plena viagem para Mongo e ainda se fazem estas análises tão típicas do Normalistão?
.
No entanto, a figura leva-me a suspeitar da existência de alguma indefinição estratégica... a partir dela escrevi:

E quando mergulho no texto reforço esta sensação:
  • primeiro a referência aos artigos técnicos;
  • depois, a referência à Casa Branca;
  • depois, a referência aos museus;
  • depois, a referência aos retalhistas e armazenistas
  • depois, a referência ao poder de compra e hábitos de consumo 
E para rematar:

Qual o significado de "quanto mais mercados tivermos melhor"?
.
Se for quanto mais geografias, concordo. Se for quanto mais prateleiras para chegar ao mesmo tipo de clientes-alvo, concordo. 
.
Se for mais variedade de tipos de clientes ... há-de chegar a altura em que gerará ineficiências comerciais e fabris.
.
Para já, o meu conselho é: fujam de "a referência ao poder de compra e hábitos de consumo" mudem de campeonato e, separem as águas, se é que ainda não estão separadas, entre B2B e B2B2C.



1 comentário:

Miguel Pires disse...


Boa noite!

Aqui vai a explicação sobre a relação entre "diversificação" e aquele livro que eu mencionei (é apenas um exemplo...).

Um dos grandes problemas que grassam nos "Golias" deste mundo é a questão do crescimento:

Como crescer quando o nosso mercado nuclear (ou "core") está estagnado e/ou sob ataque de disruptores (tipicamente mais
ágeis e sobretudo mais focados... os famosos "salami slicers"...)?

Eu sei disto por dois motivos: em primeiro lugar porque trabalho num "Golias" que esta a atravessar exactamente uma dessas
situações e em segundo lugar porque saiu uma profusão de estudos dos consultores dos "Golias" (e.g. BCG) sobre a questão do
crescimento. Um exemplo:

https://www.bcgperspectives.com/content/articles/innovation-lean-manufacturing-prerequisites-of-adjacent-growth/

É aqui que entra a noção de "adjacency" ou "mercado adjacente": uma vez que o mercado "core" está esgotado/comoditizado os
"Golias" viram-se para mercados adjacentes no sentido de encontrar novas fontes de crescimento.

Portanto quando aquela senhora fala em "termos vários mercados" lembrei-me logo destas "adjacências". Há outro aspecto
naquela frase que me fez lembrar a questão do "Lean Start-up".

Uma das recomendações da BCG é que os "Golias" adoptem metodologias de "Lean Innovation" para "descobrir" as adjacências
mais rentáveis. E porquê? Porque os "Golias" sabem muito sobre o seu mercado-origem mas são imberbes e principiantes nas
adjacências... são normalmente clientes-alvo diferentes, propostas de valor diferentes e canais diferentes. Em suma, é um
mundo novo e os processos altamente "eficientes" do "Golias" funcionam como verdadeiras amarras e baraços ao pescoço nesses
mercados...

A metodologia descrita no "Lean Startup" (que se está a tornar numa verdadeira "bíblia" para os "Golias"... leitura obrigatória
na minha empresa, imposta pelo CEO!) explica como se deve proceder para "explorar" essas adjacências, descobrindo os vários
aspectos desses "mundos novos" enquanto se tenta "minimizar" o risco.

Aquela noção do "nada é certo, nada é seguro" ressoa exactamente com esta filosofia do "tactear" no escuro atá descobrir
novos nichos.

Enfim, talvez esteja a ler demais a partir daquela frase mas a verdade foi que foi isso que me veio ao espírito...!