sábado, março 19, 2016

O anónimo da província e o desemprego

Parece que toda a gente anda a fazer isto em relação à evolução do desemprego:

Os dados publicados ontem pelo IEFP mostram ilustram esta tendência:
Há sete meses consecutivos que o desemprego medido pelo IEFP está a crescer.
.
Se o desemprego estivesse estável flutuaria aleatoriamente em torno de uma média, uns meses para cima outros meses para baixo. Assim, se o desemprego estivesse estável qual a probabilidade de num dado mês o valor subir? 50% (0,50).
E qual a probabilidade do desemprego subir em dois meses consecutivos apesar da média se manter estável? 50% ao quadrado, ou seja 0,25.
E qual a probabilidade do desemprego subir em três meses consecutivos apesar da média se manter estável? 50% ao cubo, ou seja 0,125.
.
E qual a probabilidade do desemprego subir em sete meses consecutivos apesar da média se manter estável? 50% à sétima, ou seja 0,0078125.
.
Estatisticamente é muito provável que a hipótese de que o desemprego está a subir é muito, muito forte.
Estão a ver a evolução da linha azul na figura acima? Representa a evolução homóloga do desemprego, a evolução que os jornais preferem salientar nestes tempos de geringonça porque permitem colocar valores negativos nas capas de jornais. Se esta evolução continuar, o que não acredito que aconteça, lá para Maio ou Junho teremos a linha azul acima do zero...
.
Se o desemprego não mexesse nos próximos meses e se mantivesse no valor actual lá para Abril teríamos a linha azul acima do zero.
.
Na figura acima a linha a vermelho representa a evolução mensal do desemprego... estamos a aproximar-mo-nos dos desempenhos dos anos de chumbo de 2011 e 2012.
.
Estranho como não se passa nada. Aposto que na segunda-feira os jornais vão sublinhar os valores negativos da evolução homóloga.
.
Aqui no blogue saliento a evolução positiva das exportações que, apesar de tudo, continuo a classificar como muito boa. No entanto, o problema é o mercado interno. Os investidores estão com medo da geringonça e de no próximo ano serem convidados a suportar o aumento do défice.

Sem comentários: