segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Curiosidade do dia

"A elite dominante, mesmo quando não propõe abertamente a descrença nas instituições europeias, insinua que a periferia do Sul está a perder com o seu funcionamento "deficiente".
É certo que em certos aspectos, sobretudo nas áreas monetárias e do mercado único, há enorme margem para a crítica e a melhoria. Mas, nos aspectos mais básicos que fundamentam o bem-estar das populações mais carenciadas a criação do euro, trouxe vantagens enormes que não podem ser omitidas.
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Em 2017, o salário mínimo em Portugal representa 73% do valor da média da UE. Este é o valor mais elevado desde a criação do euro (em 1999 fixava-se em 69%).
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Portugal conheceu um aumento de 85,3% do salário mínimo desde Janeiro de 1999 até Janeiro de 2017. No período 1999-2017, todos os países registaram ganhos muito significativos. Em média, na UE, o salário mínimo valorizou-se 49,4%, com valores individuais variando, entre o mínimo de 38,2% e o máximo de 85,3%. Este valor máximo refere-se, precisamente, a Portugal.
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Os países que mais beneficiaram foram os países do Sul ou periféricos: além de Portugal, já mencionado, Espanha (61,1%), Irlanda (61,6%), França (49,3%). A Grécia (34,6%) regista um valor inferior à média devido aos erros de política económica de sua responsabilidade; na verdade, no subperíodo 1999-2010, a Grécia viu valorizado o seu salário mínimo em 52,7% contra a média de 32,4% na UE.
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Portugal viu valorizado todos os anos o seu salário mínimo, graças à evolução dos preços que se revelou, nos anos de maior aperto, o grande aliado dos consumidores.
Nos anos da troika (2011-2014), o salário mínimo valorizou 3,9% em Portugal. Isto é mais do que a média da UE (3,4%). Neste período, dito de "austeridade", apenas a Grécia (-11,8%) e a Irlanda (-2,4%) sofreram quebras no salário mínimo."
Trecho retirado de "Salário mínimo, o euro e a "austeridade""

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