sexta-feira, julho 21, 2017

Não acredito nestas relações simplistas

Há tempos neste postal, "Reconfiguração", sublinhei:
"Poised to take off in the late 1800s, electricity flopped as a source of mechanical power with almost no impact at all on 19th-century manufacturing. By 1900, electric motors were providing less than 5 per cent of mechanical drive power in American factories.
...
Productivity finally surged in US manufacturing only in the 1920s. The reason for the 30-year delay? The new electric motors only worked well when everything else changed too. Steam-powered factories had delivered power through awe-inspiring driveshafts, secondary shafts, belts, belt towers, and thousands of drip-oilers. The early efforts to introduce electricity merely replaced the single huge engine with a similarly large electric motor. Results were disappointing."
Quando se fala sobre robotização julgo que falta também fazer algum tipo de reconfiguração mental. A maior parte das vezes que leio ou oiço sobre robotização recordo a técnica de manter x variáveis constantes e variar apenas uma:
"Bah... eu aprendi a fazer isto desde a escola primária… 7 variáveis: manter 6 constantes e mudar uma delas. E depois repetir para outra variável e assim sucessivamente.
Vantagens deste método:
.
Poucas experiências
Método simples e intuitivo (usado desde a escola primária)
À medida que avançamos na realização das experiências vamos descobrindo coisas acerca do sistema
.
Desvantagens deste método:
.
Muito sensível a erros experimentais, para remediar usam-se mais amostras, ou seja, repetem-se os testes, o que aumenta o número de testes
Ignora a interacção entre variáveis
Leva a experiências pouco estruturadas"
Quando li "Robótica. A tecnologia que vai revolucionar o mercado de trabalho" a minha mente transformou-se num turbilhão de ideias acerca das interacções.

O texto relaciona robótica e menos emprego. Eu relaciono robótica e menos flexibilidade. Basta recordar:
"In principle, the production of virtually any component or assembly operation could be robotized and moved to high-wage countries—but only so long as demand is great enough, and design specifications stable enough, to justify huge scale and hundreds of millions, if not billions, in upfront investments."
Basta recordar porque é que a VW declinou o pedido inicial da Deutsche Post, ou porque é que a Toyota e a Mercedes estão a reduzir a automatização.

O que digo aqui sobre Mongo? Mais variedade, mais tribos, mais flexibilidade, mais rapidez, ... menos friendly para gigantes e mais pro-independentes.

Assim, não acredito nestas relações simplistas entre robotização e emprego porque descuram o impacte de Mongo no perfil das empresas e da procura.

Sem comentários: