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domingo, julho 03, 2016

Os salários alemães

"Já no encerramento dos trabalhos, Saraiva apontou baterias contra a Alemanha. Notando que o problema do investimento é também “um problema de expectativas dos agentes quanto à evolução da procura”, o presidente da CIP lembrou que, se Portugal não tem condições para apostar em “políticas expansionistas do lado da procura”, há quem as tenha.
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Países com finanças públicas sólidas e “que continuam a acumular crescentes excedentes externos” contribuem para o “problema de escassez da procura que bloqueia o relançamento do investimento na Europa”, afirmou o presidente da CIP." (fonte 1)
Entretanto, o que dizem os números:
"In 2014 Germany imported $1.13T, making it the 3rd largest importer in the world. During the last five years the imports of Germany have increased at an annualized rate of 6.1%, from $842B in 2009 to $1.13T in 2014." (fonte 2)
Uns olham para a evolução dos CUT alemães e não percebendo que se trata de um rácio, e não percebendo que a subida na escala de valor tem um peso muito mais forte que a subida do salário, acreditam que os salários alemães baixaram.


Recordar:

Preferia que a CIP apoiasse os seus associados com informação, exemplos e inteligência para que estes reforcem o trabalho bottom-up para conquistar clientes na Alemanha, em vez de politiquice. Podiam seguir o exemplo da Portugal Fresh, por exemplo.



Fonte 1 - Trecho retirado de "Sem procura e confiança, “não há razão para investir”"
Fonte 2
Fonte 3 - Imagem retirada de "Global Wage Report 2014 / 15 Wages and income inequality" da ILO

terça-feira, outubro 21, 2014

Há empresários e empresários

Há os empresários, gente da ferrugem, gente que sabe que tem de servir e seduzir clientes ou estes fecham-lhe a porta.
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Depois, há os empresários do regime, os que vivem de relações privilegiadas com o papá-Estado.
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Esses, na revista da CIP, em Outubro de 2013, escreviam e sublinhavam:
Acreditar que a CIP pode representar o tecido empresarial português de hoje, é o mesmo que acreditar que a CAP de hoje pode representar os interesses dos jovens agricultores que não estão ligados aos cereais.
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Pessoalmente, considero que o melhor para as PME é o Estado sair da frente, que não se ponha com mais invenções e complicações.


quinta-feira, junho 21, 2012

Pessoas que teimam em não aprender

Há pessoas que teimam em não aprender. Entrevista de António Saraiva, presidente da CIP, ao DE, ""Só o incremento das exportações permite conceber um futuro":
"“Vencer nos mercados implica, em primeiro lugar, ir à procura desses mesmos mercados, apostar neles, aproveitar as oportunidades que encerram. Este é um esforço que, visivelmente, as nossas empresas estão a fazer. Mas o sucesso implica também maior competitividade, adequando a evolução dos custos aos ganhos na produtividade. No curto prazo, a contenção de custos é incontornável. Por isso a nossa insistência na redução da taxa social única, …”
Como se o preço mais baixo fosse o modelo mais recomendado para o aumento das exportações portuguesas...
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Cá vai um exemplo dos nossos vizinhos ibéricos, "Las exportaciones textiles suben en abril y recortan un 44% el déficit exterior":
"En lo que va de año, textil, confección y calzado acumulan aumentos de sus exportaciones del 7,6%, del 10,6% y del 2,1%, respectivamente."
 Como é que os custos espanhóis se comparam com os custos portugueses?
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Não são os custos... para custos, existe a China, a Malásia, o Bangladesh, o Paquistão, ... é a diferença.
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Um extremo "El lujo español crecerá un 14% en 2012 por el turismo y las exportaciones"

quarta-feira, junho 20, 2012

Relatório - "A evolução recente do desemprego" (parte I)

Vou fazer isto aos bocadinhos porque estou com pouco tempo e há que apreciar. Por isso, começo quase, quase pelo fim:

Quanto mais um sector económico da economia portuguesa é aberto ao exterior, à concorrência internacional, menor é o aumento do desemprego:
"O emprego evoluiu de formais favorável nos sectores transaccionáveis.
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Entre os sectores que apresentam variações percentuais do emprego mais positivas ... estão alguns dos mais transaccionáveis e com elevados graus de abertura"
Agora, recordem as palavras do presidente da CIP sobre a importância de reduzir a TSU para conquistar mercados lá fora... pois, lembram-se? Maio de 2011!!!
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Agora, recordem as palavras de António Borges e da leitura que eu fiz sobre a sobrevivência das empresas... lembram-se? Aleluia!!!
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O que este relatório mostra, como escreverei em próximas partes, é como os políticos por um lado, e a bolha de crédito fácil, por outro andaram a desvirtuar a sustentabilidade de uma comunidade... impressionante
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Ah! Ainda acham que é preciso sair do euro para competir nas exportações? Duh!!! Tretas!!!
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Trecho e imagem retirada de  Relatório - "A evolução recente do desemprego"
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BTW, especulação pura sem maldade, o último dos últimos pontos avançados pelo relatório fez-me lembrar a política de terra-queimada na Cerâmica Valadares. Espero estar errado.

segunda-feira, junho 13, 2011

O que fazer com estes líderes? (parte II)

O que dizer deste discurso?
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"Presidente da CIP "preocupado" com fim dos direitos especiais do Estado nas empresas"
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Aquele que devia ser o defensor número um da liberdade do mercado, do fim das interferências do Estado nas empresas... aparece com este discurso.
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Recordo Galbraith em "The Rise of the Predator State" (parte II), neste postal sublinhei:
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"In a world where the winners are all connected, it is not only the prey (who by and large carry little political weight) who lose out. It is everyone who has not licked the appropriate boots. Predatory regimes are, more or less exactly, like protection rackets: powerful and feared but neither loved nor respected. They cannot reward everyone, and therefore they do not enjoy a broad political base. In addition, they are intrinsically unstable, something that does not trouble the predators but makes life for ordinary business enterprise exceptionally trying.
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predators suck the capacity from government and deplete it of the ability to govern. In the short run, again, this looks like simple incompetence, but this is an illusion. Predators do not mind being thought incompetent: the accusation helps to obscure their actual agenda."
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Depois, recordo que há 12 mil milhões que vão ser disponibilizados aos bancos e que poderão ser utilizados para comprar empresas ou parcelas do Estado que vão ser privatizadas... há que preparar o terreno que facilite a aceitação dessa actuação.

sexta-feira, junho 10, 2011

O que fazer com estes líderes?

"Temos que reduzir os custos unitários do trabalho" afirma o presidente da CIP.
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Estão já imaginar o que vem destas cabeças...
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"Vida Económica - Acredita que a prometida redução "significativa" da Taxa Social Única será suficiente para relançar o crescimento económico?
António Saraiva - A redução da Taxa Social Única (TSU) é um dos aspectos pela qual podemos reduzir os custos unitários do trabalho. Temos que reduzir os custos unitários do trabalho, mas as formas para lá chegarmos são várias, não pensemos apenas na TSU. A TSU é aquela que é referida no programa da "Troika", mas podemos ser imaginativos e atingir o mesmo objectivo por outras variáveis. (Moi ici: Pergunta desnecessária... mas cá vai: "Por que outros meios?") Desde que atinjamos os mesmos objectivos a maneira como lá chegamos é irrelevante. Aumentar os horários de trabalho em duas horas seria outra forma e não se mexia na TSU. Podemos também ter um imposto social sobre a facturação que permita baixar substancialmente a TSU.

VE - Tem vindo a defender uma maior flexibilidade laboral e a necessidade de redução do custo efectivo do trabalho. As empresas estão preparadas para isso?

AS - Algumas empresas estão preparadas para isso, existem casos até que já se pratica essa alteração. Alguns sectores de actividade já incorporam nos seus contratos colectivos, o novo código do trabalho que permite bancos de horas, flexibilidade funcional e geográfica. Todavia, a maior parte ainda não pratica porque lamentavelmente os sindicatos têm estado estáticos a esta mudança do mundo que foi muito rápida e repentina. E os aparelhos sindicais têm que se adaptar a esta nova realidade."
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Será que o presidente da CIP sabe qual é a fórmula de cálculos dos custos unitários do trabalho para uma empresa?
Todas as sugestões que dá passam única e exclusivamente pelas variáveis a vermelho:
Passa-lhe completamente ao lado... não faz parte do seu modelo mental (tenho de voltar a este artigo) mexer no preço... mexer no valor potencial do que é criado. Também ele não tem tempo e atenção para outras coisas.
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Será que ele tem alguma ideia sobre o que se passa com a distribuição de produtividades dentro de um mesmo sector de actividade?
O que penso da mexida na TSU.

quinta-feira, junho 02, 2011

Para onde foram os escravos? Para onde foi o dumping social?

A economia é um jogo de vasos comunicantes.
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"The biggest cause for the price hikes has been the rapid wage inflation in China's factory-heavy coastal region, where labor is in short supply. Worker salaries have almost doubled in the past year, to 2,000 yuan ($308) per month in factories in Guangdong province, the nation's manufacturing hub, according to toymakers attending the fair. "Wages are increasing day by day," says Jimmy Tang, general manager for Chenghai Junfa Toys in Shantou. "If you don't do it, people go somewhere else.""
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Trecho retirado de "Toys from China Will Cost More".
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Onde estão os batoteiros deste país? Não deixem fugir a oportunidade...

quarta-feira, junho 01, 2011

Começa a ser recorrente neste blogue

Mais um para a série:
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"Para chocalhar modelos mentais obsoletos"
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Ou para a série:
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"O que andam as associações empresariais portuguesas a fazer para tirar partido disto?"
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"As China’s Workers Get a Raise, Companies Fret"
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"Wages are surging this year in China and in its main low-wage Asian rivals, benefiting workers across the region. But the increases confront trading companies and Western retailers with surging costs, and are making higher price tags likely for American and European consumers."
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"the largest trading company supplying Chinese consumer goods to American retail chains, said in a speech here on Tuesday that the company’s average costs for goods surged 15 percent in the first five months of this year compared with the same period last year."
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"Bangladesh raised its minimum wage by 87 percent late last year, yet apparel factories there are still struggling to find enough workers to complete ever-rising orders."
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"Yet wages in Vietnam have been rising as fast as Chinese wages, or faster, while India has posed many problems for large-scale manufacturers. Mr. Rockowitz said that India’s infrastructure — roads and ports — was “really poor,” while labor issues, including government regulations, make it hard to build Chinese-style factories for tens of thousands of workers."
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O artigo é escrito para uma sociedade de consumidores, num país onde, ao contrário do nosso, consumir não é pecado. Por isso, o artigo passa ao lado de algo muito interessante: Como é que as PMEs portuguesas podem aproveitar esta oportunidade para reconquistar clientes?
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E andam os nossos políticos e académicos, bem como a maioria das associações empresariais, distraídos com a guerra dos custos... andam tão distraídos com aquilo que no seu modelo mental são pontos fracos, que se esquecem do mais importante, da conjugação de Pontos Fortes com as Oportunidades!!!
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Um futuro melhor só se constrói alicerçado em Pontos Fortes conjugados com Oportunidades! Tudo o resto é, exagero claro, minimizar prejuízos e proteger a rectaguarda.

domingo, maio 22, 2011

Construir o futuro, sem depender do Estado

"“Sometime around 2015, manufacturers will be indifferent between locating in America or China for production for consumption in America,” says Mr Sirkin. That calculation assumes that wage growth will continue at around 17% a year in China but remain relatively slow in America, and that productivity growth will continue on current trends in both countries. It also assumes a modest appreciation of the yuan against the dollar."
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Qual a opinião da CIP sobre esta previsão?
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Em que medida Portugal poderá aproveitar oportunidades induzidas por este movimento? Há empresas e sectores que possam captar encomendas?
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Como temos escrito ao longo dos anos neste blogue: a proximidade, a rapidez, a flexibilidade, o inventário podem fazer milagres competitivos.
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"... a growing number of multinationals, especially from rich countries, are starting to see the benefits of keeping more of their operations close to home. For many products, labour is a small and diminishing fraction of total costs. And long, complex supply chains turn out to be riskier than many firms realised. When oil prices soar, transport grows dearer. When an epidemic such as SARS hits Asia or when an earthquake hits Japan, supply chains are disrupted. “There has been a definite shortening of supply chains, especially of those that had 30 or 40 processing steps,” says Mr Ghemawat.

Firms are also trying to reduce their inventory costs. Importing from China to the United States may require a company to hold 100 days of inventory. That burden can be handily reduced if the goods are made nearer home (though that could be in Mexico rather than in America).

Companies are thinking in more sophisticated ways about their supply chains. Bosses no longer assume that they should always make things in the country with the lowest wages. Increasingly, it makes sense to make things in a variety of places, including America."
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Qual a opinião da CIP sobre estas correntes e marés, sobre estes ventos, em suma, sobre esta paisagem competitiva em recomposição?
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A CIP tem alguém a trabalhar isto, a andar de "porta-em-porta" a desafiar, ou a simplesmente a informar os associados a aproveitarem as oportunidades que se desenham?
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Ah... um país livre é isso, gente que arregaça as mangas e não precisa do Estado, nem de "amiguinhos" no poder.
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Trechos retirados de "Moving back to America"

Sem conserto

O tempo não é uma coisa elástica, o tempo é o nosso recurso mais escasso.
Robert Simons de Harvard fala mesmo do indicador ROA (return-of-attention). Se dedicamos o nosso tempo a uma coisa não o dedicamos a outra.
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Por outro lado, quem ocupa posições de chefia tem de pensar sempre no exemplo das suas acções, as suas acções, a sua agenda, é seguida por muita gente em busca de orientação.
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A CIP parece-me um caso perdido...
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"Confederação da Indústria diz que "tem faltado bom senso" na pré-campanha"
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Onde se pode ler:
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"O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse, durante um debate com empresários, que "tem faltado bom senso na campanha eleitoral", embora os portugueses estejam "obrigados" a entenderem-se.

"Tem faltado bom senso nesta campanha" eleitoral, criticou o dirigente da CIP, advertindo que, no entanto, "o próximo governo deverá ter uma ampla base de apoio", ou seja, "deverá ser de coligação".

António Saraiva falava, esta sexta-feira à tarde, numa unidade hoteleira da Mealhada (Aveiro), num debate sobre "as opções político-partidárias para a fileira da madeira e do mobiliário", com representantes dos cinco maiores partidos com assento na Assembleia da República, promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP)."
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Onde está o by-pass ao país?
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Enquanto se perdem com as tricas politico-partidárias, não têm tempo para iniciarem, para aprofundarem, para darem consistência a um "grass-roots movement" junto dos empresários, longe da política, para aproveitarem as oportunidades e minimizarem as ameaças que cada sector tem pela frente.
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Assim, dão a ilusão aos associados que o poder político vai resolver os problemas de um sector económico... uma versão moderna, e para adultos, da história das prendas trazidas pelo Pai Natal... treta da grossa.

segunda-feira, abril 18, 2011

Tem consciência desta realidade?

Os presidentes da CIP e da CCP na Rádio Renascença apelam ao consumo de produtos portugueses por serem portugueses.
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"“Há que comprar português adulterando, se for necessário e ter a coragem de o fazer, regras comunitárias que nos são impostas, mas que nos penalizam, mas há que ser inteligente, como outros países da União Europeia o são, que driblam com normas internas as normas externas que lhe são impostas”. "
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O homem fazia mais pelo país se desse conselhos práticos sobre como consumir menos combustível por euro produzido.
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O homem não sabe que à medida que uma sociedade envelhece consome menos produtos e consome mais serviços de saúde e medicamentos? Se criarmos barreiras à entrada... como podemos esperar ausência de barreiras à saída?
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O homem não sabe que uma parte importante dos portugueses tem dificuldades em se alimentar quanto mais em fazer uma selecção com base na etnia.
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Pessoalmente não ligo à nacionalidade. Já o escrevi várias vezes neste blogue: a minha tribo é a tribo do trabalho. Acredito que quando escolho um produto que considero que me dá mais valor, apesar de ser espanhol, estou a contribuir para que ou a fábrica portuguesa melhore, para me conquistar como cliente no futuro, ou a fábrica portuguesa feche para que os recursos nela aplicados sejam melhor utilizados no futuro.
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Será que o presidente da CIP tem consciência da realidade dos números daquela tabela lá em cima?
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Se não fossem os combustíveis e lubrificantes ...
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Como podemos ser mais eficientes no seu consumo?

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Arroja tem razão: A cultura deolindeira

A cultura deolindeira.
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A cultura da queixa.
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A cultura do locus de controlo no exterior.
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A cultura do "fixed mindset".
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É a cultura típica da associação política, universitária, patronal e sindical portuguesa.
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Mais um exemplo "Comerciantes queixam-se de quebras de vendas entre 30 a 40%":
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"«As grandes distribuidoras praticam baixas de preços todo o ano, obrigando as micro e as pequenas empresas a uma guerra de preços insustentável. Não há regras nesta país», lamentou." (Moi ici: Não sabem o que é estratégia? Não sabem onde podem fazer a diferença? Não sabem aproveitar o que têm? Acham que o preço é a única variável? Ao menos leiam Sun Tzu: máximas simples de apanhar e trazer no bolso, como por exemplo "Não combater no terreno que dá vantagem ao exército inimigo!)
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"No Porto, houve uma quebra de 40 mil postos de trabalho entre o último trimestre de 2009 e o mesmo período de 2010, disse."  (Moi ici: Gente que enfrenta o touro olhos nos olhos, primeiro reconhece que a economia portuguesa não pode sustentar a economia de bens não-transaccionáveis ao nível a que ela chegou. Depois, começa a preparar a sua própria mudança, porque sabe que os que melhor cativarem os clientes vão sobreviver e prosperar. Os deolindeiros clamam pelo papá-Estado, essa entidade mafiosa, para os proteger e, como jogadores amadores de bilhar, nem percebem qual a consequência dessa protecção. Nem sonham que a situação actual é, também, fruto de décadas de favores de protecção prestados a muitos "chefes de famílias")

domingo, fevereiro 27, 2011

Para estilhaçar uns modelos mentais obsoletos

Aprendi há anos que a melhor cura para os preços altos são...
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os preços altos.
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Preços altos cortam a procura e obrigam, mais tarde ou mais cedo, a oferta a baixar os preços.
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Agora, ando a aprender outra lição: os custos baixos não duram para sempre. Tal como o restaurante tão popular, tão popular, tão popular, que toda a gente deixou de o frequentar.
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Qual a solução dos políticos que temos para combater o sucesso asiático com os custos baixos?
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O CDS-PP quer impedir as importações do Paquistão e os bloquistas só conseguem ver  "9. Adicionalmente, as periferias devem reconquistar instrumentos de política industrial e comercial para debelarem os défices permanentes nas suas relações com o exterior. Isto poderia passar por permitir a suspensão temporária das exigentes regras do mercado interno europeu por forma a possibilitar uma politica de crédito e outros apoios direccionados aos sectores inovadores nacionais e alguma protecção face às importações."
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A minha posição é conhecida e defendida neste blogue há muito tempo:
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Não vale a pena competir nos custos com a Ásia.
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Por isso, há que apostar onde se pode fazer a diferença: na rapidez, na novidade, na flexibilidade, na marca, ...
O sucesso chinês nos baixos custos foi tão fantástico que...
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IMPLODIU!!!
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Já ouviram os representantes da ATP ou da CIP falar acerca deste tema?
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António Saraiva da CIP, está preocupado com os segundos que se perdem e que afectam a produtividade porque aumentam os custos...
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O mesmo António Saraiva e o ministro Teixeira dos Santos não querem aumentos salariais pois afectam a produtividade porque aumentam os custos...
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Leiam este artigo "The end of China's cheap denim dream" e vejam se isto não vai contra tantos modelos mentais que dominam o mainstream politico-mediático-universitário em Portugal e no Ocidente:
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"Sitting on a bale of denim in an idled factory, 24-year-old Wei Xiaofeng has a message for the West - the era of Chinese factories churning out dirt-cheap goods is over.
For years, her company, along with thousands of others in China, has helped British high street stores to offer cheaper and cheaper fashion - jeans that cost less than £10 or t-shirts for £3 - and turned the likes of Zara, H&M and Topshop into global giants.
But now the system has broken down. Mrs Wei's company is in crisis and has stopped taking orders from the West.
"We are still getting orders from abroad - all the factories are," she said. "But no one is taking them because we would make a loss. The foreigners do not want to pay a reasonable price. We have not made any profits for two years.
...
Now, however, the Chinese factories have hit a wall. The workers who were once happy to work for as little as £30 a month now want ten to 15 times that sum.
Young men with the latest mobile phones and foppish hair cuts stood around two outdoor pool tables on the streets of Dadun avenue, gambling on the games. Their factory is only paying them for six hours a day in a bid to trim its costs.
More and more workers are choosing not to travel to the South to find work, preferring to try their luck at one of the new factories or construction projects popping up in inland China, where life is cheaper and they can be closer to their families.
"It is becoming impossible to find people to work," said Han Zhongliang, a 46-year-old factory boss from Hubei. "I have been here ten years and I used to have 30 to 40 employees. But this year I will be lucky to find 20 who can do the job are willing to work for the wage we offer: 5,000 yuan (£490) a month. (Moi ici: £490 por mês é mais de 500 € por mês... então? Onde estão as hordas de escravos tão caras aos modelos mentais dos preguiçosos?) If things keep on like this, there won't be any labour at all in South China in five years time. Since the Olympics, it has just been worse and worse for our business."
Many other factories have already shut down. On the street where Mrs Wei's factory sits, only four of the 17 factories are open. In one desolate room, a former factory boss sat on a stool in shame: having lost all of his family's money, he was too ashamed to return home for the Chinese New Year holiday.
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Other bosses complained that new labour laws have empowered workers far too much, and that the government has no love for the polluting denim industry, and offers no help.
"Only the fittest will survive. And they will have to go upmarket and stop making cheap clothes," said Zhan Xueju, the powerful head of the local Denim Association."
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Por isto é que o bottom-up faz todo o sentido, por isto é que a auto-organização sem planeamento central é uma abordagem superior.
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Outros artigos de interesse:

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Não sou bruxo, estava escrito nas estrelas

Não esperava grande coisa, como intuí aqui.
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Este artigo vem confirmar as expectativas "António Saraiva diz que peso dos salários prejudica a competitividade":
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"António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu hoje no colóquio “Produtividade Portugal” que o peso dos salários em Portugal é excessivo e que isso pesa negativamente na competitividade das empresas portuguesas.
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“Os nossos salários penalizam a competitividade das empresas”, disse o responsável, durante o colóquio organizado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), que decorre em Matosinhos."
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António Saraiva fala também sobre a falta de formação de alguns empresários:
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"“Nós empresários temos, nalguns casos, défice de formação."
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E António Saraiva é o primeiro exemplo dessa falta de formação... ainda não viu a luz, ainda não teve o seu momento de epifania na estrada de Damasco. Ainda está encalhado no modelo mental preso à optimização a todo o custo da cadeia de fornecimento, ainda não percebeu que num mundo de excesso de oferta face à procura só há uma opção para as PMEs de uma pequena economia no mar da economia mundial, a escolha do vector valor, a concentração na optimização da cadeia da procura.
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Enquanto o recurso super-escasso que é o tempo for consumido na defesa dos custos, pouco ou nenhum dele sobra para dedicar espaço ao investimento no valor.
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Vê-se logo que António Saraiva não fez escola numa PME exportadora do Norte...

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Pergunta ingénua do dia (parte VI)

Continuado daqui.
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Basta rever as fontes que tenho citado nesta série para perceber que algo está a mudar, que faz todo o sentido estudar o fenómeno em curso para "fazer batota" e aproveitar as correntes e marés como "passageiro clandestino"
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E o que fazem as associações empresariais?
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"Exportações: Indústria de moldes reclama mais diplomacia económica para divulgar capacidade nacional" estes textos são tão deprimentes... em vez de agarrarem o seu futuro com as suas próprias mãos, em vez de enfrentarem o touro olhos nos olhos, em vez de terem o locus de controlo no interior... refugiam-se no papá-estado, escondem-se atrás do estado, têm o locus de controlo no exterior... preferem lidar com um mafioso que lhes cobra a pretensa protecção, que não funciona, a um preço de agiota.
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Em vez de uma associação que apoie a reflexão interna das empresas, que aposte na caracterização dos clientes-alvo, na definição do posicionamento, na formulação de uma proposta de valor, temos associações que preferem pedir ao papá-estado-mafioso que faça o trabalho que compete ao sector. Basta lembrar aquela afirmação de Sócrates em 2005 "Espanha! Espanha! Espanha!"
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Outro exemplo de quem está a viver à custa do papá-estado e que, por isso, está sobredimensionado:
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"Patrões desapontados com o Governo por adiantar pouco sobre reabilitação urbana"
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Razão tem Helena Garrido "Mais Estado, em Vila da Feira":
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"O Congresso das Exportações que ontem decorreu em Santa Maria da Feira foi recheado de declarações que ilustram bem o estado de condicionamento industrial em que o País vive e a irracionalidade a que chegou a actividade económica e financeira. Quando muitos querem menos Estado, em Santa Maria da Feira pediu-se mais Estado.

O Estado promete ajudas, os bancos querem fundos especiais para financiar as pequenas e médias empresas e as empresas querem dinheiro mas também regimes de excepção para os seus projectos.
...
Os outros, os empreendedores, aqueles que tentam ser aquilo que todos pedem e criticam não existir, aqueles que querem começar a construir um pequeno negócio, têm de cumprir a via sacra das mil e uma regras em departamentos, institutos e direcções-gerais várias.

Quando num Congresso das Exportações aquilo que soa mais alto é o pedido de mais dinheiro e protecção do Estado, ficamos tristemente esclarecidos sobre a vitalidade e independência das empresas que, em Portugal, têm voz no espaço público. É por isso, também, que não há novas gerações de grandes empresários.

Hoje temos barreiras para iniciar um negócio construídas com múltiplas e irracionais regras, regrinhas e regulamentos que criam dificuldades para venderem facilidades nas suas mais diversas formas. O tão criticado condicionamento industrial do Estado Novo não faria melhor."
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Como escreveram Valikangas e Hamel, a hierarquia é boa a gerir a aplicação de recursos, a hierarquia é má a alocar recursos. O estado, com as suas regras, regrinhas, normas e ... cada vez mais dificulta o acesso de quem quer empreender aos clientes no mercado.
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Continua.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Pergunta ingénua do dia (parte IV)

Continuado daqui.
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Mais um artigo a chamar a atenção para a revolução sorrateira, silenciosa, que está a mudar as cadeias logísticas e pode permitir uma certa re-industrialização do Ocidente.
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"Outcome-Driven Supply Chains" de Steven A. Melnyk, Edward W. Davis, Robert E. Spekman e Joseph Sandor:
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"WHEN PROPERLY DESIGNED and operated, the traditional supply chain has offered customers three primary benefits — reduced cost, faster delivery and improved quality. But managers are increasingly recognizing that these advantages, while necessary, are not always sufficient in the modern business world. A new paradigm is emerging of a more sophisticated supply chain — one that also serves as a vehicle for developing and sustaining competitive advantage under a variety of performance objectives.
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In academic terms, we could say that while the old supply chain was strategically decoupled and price driven, the new supply chain is strategically coupled and value driven. More simply put, the supply chain should be designed and managed to deliver specific outcomes. ... We believe that supply chains should provide one or more of six basic outcomes: “cost,” responsiveness, security, sustainability, resilience and innovation."
...
O artigo chama a atenção para o facto das cadeias de fornecimento tradicionais, com a ênfase na conformidade, prazo e custo já não serem suficientes para fazer a diferença.
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Por exemplo, a cadeia de fornecimento de um produto na fase madura não deve necessariamente ser a mesma para o mesmo produto na fase inicial de lançamento.
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A CIP não podia pôr os seus associados a reflectir sobre como aproveitar, sobre como apostar nesta revolução?

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Pergunta ingénua do dia (parte III)

Continuado daqui.
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O Pedro Soares teve a amabilidade de me enviar um relatório do BCG intitulado "The Coming Infrastructure Crisis - Is Your Supply Chain Ready?" (peca apenas por se basear sobretudo em projecções lineares do passado projectadas no futuro)
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Alguns títulos de capítulos:

  • "Container Port Capacity Is Not Keeping Up with Long-Term Demand
  • Land Transport Networks Are Becoming Saturated
  • Airports and Airways Are Also Under Pressure"
...
"The bottom line is that logistics costs will increase significantly - and companies must rethink and redesign their supply chains or become victims. ... Managers obsessed with fuel costs should also factor in congestion costs, which not only increase the time it takes to move goods but also drive up all operating costs per ton handled.
...
The most significant recent change to the supply chains of many companies took place in the 1980s and 1990s, as companies began sourcing from China and other Asian countries. These changes caused supply chains to be more geographically dispersed and complicated as companies sought to achieve the lowest landed-product costs through a combination of low-cost sourcing and world-scale manufacturing facilities. In the pursuit of lower costs, however, many companies saddled themselves with long and sometimes unreliable supply chains that were far harder to manage.
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As infrastructure demand outstrips capacity, companies that built their supply chains over the last 40 years and that ship their goods by some combination of sea, land (rail and road), and air will be profoundly affected.
...
(Moi ici: Como lidar com esta situação? Uma das opções propostas pelo BCG é a redução da variabilidade)
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"Generally speaking, the longer your supply chain, the greater is the risk of variability
...
Consider sourcing some products closer to home. ... In a growing number of situations, this "near" sourcing results in lower costs at the point of sale. Other companies are moving away from high-volume, world-scale plants that make just a few broadly distributed products, and instead are building smaller plants that make a wider range of products for local markets. Increases in unit production costs are often more than offset by lower logistics costs, faster replenishment cycles, and fewer stockouts and overstocks."
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E o presidente da CIP continua a pensar no porto de Sines!!!
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Quando devia estar a fomentar estudos internos sobre como é que as empresas portuguesas podem aproveitar esta revolução na logística.

sábado, fevereiro 05, 2011

Pergunta ingénua do dia (parte I)

Por que será que o presidente da CIP está tão atento ao que se passa no Egipto que faz declarações deste tipo "António Saraiva: Alterações no canal do Suez podem favorecer Portugal"?
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Imaginem que o Canal do Suez era cortado...
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Será que isso não iria afectar o local de produção? Acreditam que só iria afectar o local de embarque ou desembarque de mercadorias?
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Sem Canal do Suez e com o Canal do Panamá sobre-lotado até 2015(?) quantos dias mais é que dura uma viagem que contorne a África ou a América do Sul?
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Porque será então que este cenário é lançado?
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Quem lucraria directamente com o aumento do tráfego marítimo via Sines?
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Triste é lançar este cenário por causa de um acontecimento que ocupa o prime-time dos media e, estar cego ao que está a acontecer sorrateiramente, invisivelmente...
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Continua.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

quarta-feira, novembro 10, 2010

They still don't get it!

"CIP propõe "fazer acontecer a regeneração urbana" e com ela criar meio milhão de postos de trabalho"
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They don't get it!!!
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"Criar meio milhão de postos de trabalho, garantir um crescimento anual do PIB de cerca de 900 milhões de euros, e trazer receitas fiscais e contributos para a segurança social que, em 20 anos, poderão chegar, respectivamente, aos 29 mil milhões e aos 13 milhões de euros - tudo isto, com impacto zero no aumento da despesa pública e no agravamento do défice"
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Não se empreende com o fim de criar postos de trabalho. Os postos de trabalho são uma necessidade que tem de ser satisfeita para realizar as actividades que gerarão retorno.
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O que escrevi à dias sobre a ATP e o retorno da atenção posso repetir sobre a CIP. Qual o peso do sector construção na economia? É razoável? É sustentável?
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E o que a CIP está a propor é exportável? É rentável face ao actual preço do dinheiro? Modelos mentais a precisa de renovação.