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segunda-feira, abril 12, 2021

Cronyism

"Failure, and its consequences, is a necessary part of the system. Economic dislocation and crises have real costs, but they are also opportunities for renewal. Old relationships are severed, assets are freed up, and innovation demanded. A forest fire brings life as it destroys—so too, economic upheavals create light and air for innovation to flourish.
...
Once the government gets into the business of propping up the losers, you can predict who will be first in line for the handouts: the people with the most political power—corporations and rich people. It’s not just a matter of their lobbyists and their lawyers and their press flacks, though that’s a big leg up. There’s also something more insidious: cronyism.
...
Why “cronyism”? I write about tech executives, but I mostly refuse to meet with them. In part because I’m an introvert and don’t enjoy meeting new people. But also because intimacy is a function of contact. Often when I meet someone, I like them as a person, feel empathy for them, and find it harder to be objective about their actions. Most senior people at successful companies are very smart, involved in interesting work, privy to inside baseball, and got where they are in part because they are good with people. I’m sure if I met more of them, I’d like them. That’s why I don’t meet with them. As Malcom Gladwell points out, the people who did not meet Hitler got him right. Easy to be charmed, even by someone so macabre, when meeting in person."
Isto fez-me lembrar as portas giratórias entre a polítuca e as celuloses "Francisco Gomes da Silva é o novo diretor geral da CELPA"

Scott Galloway evita almoços e jantares com CEO’s para não se sentir influenciado nas suas decisões de investimento. Por cá, os CEO’s convidam os políticos seus funcionários.

Trechos retirados de "Post Corona" de Scott Galloway.

sábado, fevereiro 20, 2021

Eucaliptos - dois pesos duas medidas

Não podia estar mais de acordo com estas palavras do ministro do Ambiente escritas no Expresso de ontem ao abrigo do direito de resposta:

"Falou-se da plantação da pera-abacate no Algarve. A minha opinião, tão negativa sobre esta cultura, não mereceu dúvidas a quem, na TVI, destaca frases dos entrevistados. O destaque foi: “A pera-abacate, que existe desde 2007, é uma tontice.” Foi esta a frase no rodapé do ecrã. Na entrevista, atribuo a sua plantação a mecanismos perversos de financiamento da Política Agrícola Comum (PAC) e defendo que, revista esta política europeia, a agricultura seja adaptada ao território, mormente no que respeita aos consumos de água das culturas. Depois, afirmo que “se não houver água, ela não pode ser regada”, o que só reforça a ideia de que esta é uma cultura inadaptada. Por isso, sendo correta, a citação é evocada de má-fé.

Que fique claro: é inaceitável a promoção e financiamento de atividades económicas que não respeitem os limites dos sistemas naturais

...

A atividade agrícola não tem licenciamento ambiental. Isto não invalida a defesa intransigente da promoção de cadeias curtas de produção e de consumo que, naturalmente, combatem a monocultura."

Só é pena que o mesmo ministro apoie a monocultura do eucalipto.

BTW, por estes dias em que vejo imagens de inundações no Algarve tenho-me lembrado muitas vezes da pera-abacate. Vamos ver se este Verão se ouvem vozes a dizer que as barragens algarvias estão sem água. 

sábado, janeiro 23, 2021

Gosto de gente que faz!

Há uma frase irónica sobre os que querem mandar e mudar o mundo, mas não conseguem manter a sua própria casa arrumada e limpa.

Há os que passam a vida no mundo da conversa, da retórica, da oratória, dos memorandos, das manifestações, do rasgar de vestes, do ... e há os que fazem, os que mantêm os pés na terra, os que constroiem o caminho à medida que o vão fazendo. Não conheço a associação referida neste artigo, "Eles criaram um oásis de espécies nativas numa zona onde impera o eucalipto", apesar de eu ter vivido em Estarreja até 2017 (que saudades do verde, da água, da fauna, dos esteiros, das cegonhas, das garças, dos cheiros a rosas-bravas, a uvas-morangueiro, a bosta, a milho recém-colhido, a terra revolvida, que saudades das salamandras e tritões, que saudades das amoras, que saudades de gente boa, que saudades dos cavalos e da paixão dos ciganos por eles, que saudades das vacas nos campos, que saudades dos coelhos, ...) não os conheço.

Gosto de gente que faz! Gosto de gente que não comete o erro de Anteu, gente com os pés na terra. Gente que não se esconde.

sexta-feira, outubro 18, 2019

O cínico libertário em construção e o festival

Um amigo de longa data da minha veia ambientalista, o Serafim Riem, teve a gentileza de me oferecer o livro "Portugal em Chamas - Como Resgatar as Florestas" de João Camargo e Paulo Pimenta de Castro.

O segundo capítulo é simplesmente delicioso para um cínico como eu, a aprender a ser libertário. A certa altura lê-se:
"Há mais de vinte anos, foi aprovada uma "grande lei da floresta", a Lei de Bases da Política Florestal. Esta lei, nº 33/96, de 17 de Agosto, foi aprovada por unanimidade no Parlamento e mereceu forte consenso entre os agentes económicos e dos principais grupos sociais."
Como não pensar no último postal publicado neste blogue, ""foi mais importante fazer, caso a caso, pessoa a pessoa, a experiência no terreno"". À humildade da experimentação contrapõe-se o poder de um Parlamento unânime e o forte consenso das forças vivas(?).

Depois, o capítulo continua com um festival de comparações entre as intenções da "grande lei da floresta" e os resultados concretos. Nos princípios orientadores encontramos:
"a) Da produção: as políticas tendentes ao aumento da produção, para além da expansão da área florestal, devem contemplar o aumento da produtividade dos espaços florestais, na óptica do uso múltiplo dos recursos e da sua sustentabilidade;"
  • Nas duas décadas que se seguiram o país foi invadido por eucaliptos sem que a produtividade média unitária nacional tenha tido qualquer aumento. O valor registado actualmente não difere dos 6 metros cúbicos por hectare e ano que já se obtinham em 1930. Como não recordar estas tretas (Capoulas e Cristas, a mesma luta)
"b) Da conservação: as intervenções silvícolas devem respeitar a manutenção da floresta enquanto recurso indissociável de outros recursos naturais como a água, o solo, o ar, a fauna e a flora, tendo em vista a sua contribuição para a estabilização da fixação do dióxido de carbono e como repositório de diversidade biológica e genética;"
  • "De 1996 a Outubro de 2013, bem como entre Outubro de 2013 e o final de 2017, o histórico de arborizações e rearborizações no território nacional revela que se plantou, em cerca de 80% dos casos, uma espécie exótica e com carácter invasor." Depois, os autores mostram como a introdução do eucalipto contribui para a libertação de mais dióxido de carbono, contribui para a entrada crescente de insectos exóticos, acidentalmente e deliberadamente, sem qualquer estudo para avaliar impactes futuros. Sim, estamos cheios de jogadores amadores de bilhar que só vêem a próxima jogada.
"c) Assegurar a melhoria do rendimento global dos agricultores, produtores e utilizadores dos sistemas florestais, como contributo para o equilíbrio sócio-económico do mundo rural;"
  • Segundo os autores: "o rendimento da silvicultura regista, desde a aprovação da lei, uma contracção muito significativa, com especial destaque para o período de 2000 a 2009. ... A mais recente aposta política pela produção de madeira para trituração associa-se ao acentuado declínio do valor da silvicultura." Como não recordar as poucas vergonhas que se apanham e já não escandalizam ninguém: "Este país é um país da treta.
"h) Assegurar a protecção da floresta contra agentes bióticos e abióticos, nomeadamente contra os incêndios;"
  • Segundo os autores: "Se quanto aos agentes biológicos, embora com menor visibilidade social, as situações ocorridas são reveladoras do descalabro sanitário das florestas nas últimas duas décadas" basta recordar o nemátodo-da-madeira-do-pinheiro, o gorgulho do eucalipto, o percevejo asiático, a vespa asiática, doenças no castanheiro, nas oliveiras, nos ulmeiros ... "no que respeita aos incêndios o panorama é muito mais visível para toda a população do país." Apesar da desflorestação em curso nos últimos 20 anos, as áreas florestais aredem cada vez mais.
"Ordenamento das matas e planos de gestão florestal
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1 - O plano de gestão florestal (PGF) é o instrumento básico de ordenamento florestal das explorações, que regula as intervenções de natureza cultural e ou de exploração e visa a produção sustentada dos bens ou serviços originados em espaços florestais, determinada por condições de natureza económica, social e ecológica."
  • Os PGF são, 20 anos depois insignificantes
  • Este ano avançaram com:

 "1 - É instituído um sistema de seguros florestais, de custo acessível, nomeadamente um seguro obrigatório de arborização para todas as áreas florestais que sejam objecto de financiamento público.
.
2 - Este seguro obrigatório deve ser gradualmente estendido a todas as arborizações."
  • Não existe nenhum seguro obrigatório de arborização
"São de carácter prioritário as seguintes acções de emergência, ... d) Reforço, valorização profissional e dignificação do corpo de guardas e mestres florestais;"
  • Ooops! Já não existe nenhum corpo de guardas e mestres florestais
"São de carácter prioritário as seguintes acções de emergência, ... f) Adopção de todas as medidas tendentes à realização do cadastro da propriedade florestal"
Isto já vai longo é melhor não continuar com este festival.

Como não recordar Nassim Taleb e a Via Negativa? (Ver aqui também)
Como não recordar os intervencionistas ingénuos?

terça-feira, julho 24, 2018

Curiosidade do dia



O Banco de Portugal divide a economia em empresas financeiras e empresas não-financeiras. Se Salgado era o DDT na área político-financeira, as celuloses continuam a ser os DDT na área política-não-financeira.

Há mais de 35 anos, quando entrei para o NPEPVS, e depois no Natal de 1984, quando ajudei a fundar a Quercus, o meu grande inimigo foi sempre o eucalipto.


Direita e esquerda alternam-se nos governos de turno, mas sempre ao serviço das celuloses:


Esta semana "Portugal 2020. Dos 30 maiores financiamentos europeus, Governo só fez chegar quatro às empresas". Lembram-se dos ataques da esquerda e de Capoulas a Cristas por causa dos eucaliptos?
"entre os 30 maiores financiamentos com comparticipação europeia, apenas quatro são para empresas.
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O projeto mais ambicioso que foi, até ao momento, co-financiado foi para a multinacional papeleira portuguesa Navigator, para o seu “projeto Smooth” em Cacia (avaliado em mais de 120 milhões de euros, comparticipado em 67% por fundos europeus dos quais 42 milhões já foram aprovados), para a construção de uma fábrica de produção e transformação de papel tissue. Outras empresas bafejadas por financiamentos milionários são a Celtejo – Empresa de Celulose do Tejo (e o seu Tejo Project 2018) e, ainda, a Embraer Portugal Estruturas Metálicas e a Continental Mabor, que vai investir quase 50 milhões (comparticipados a 67%) na expansão do negócio de pneus para tratores agrícolas."
Até parece que é por acaso que a área de eucaliptos continua a crescer "Eucaliptos aumentam para 32 mil hectares"

BTW, ocorre perguntar, que entorses serão feitos para contornar isto, "Grandes empresas banidas do Portugal 2030" e continuar a servir os DDT da área não-financeira?



domingo, julho 09, 2017

Acerca da credibilidade do JdN

Como o Jornal de Negócios é propriedade de um grupo ligado à celulose, e a esse negócio predador dos solos que é o eucalipto, desconfio de tudo o que escrevam sobre a floresta.

Hoje encontrei esta hiperligação "A economia da floresta portuguesa" e logo na primeira imagem cliquei em "Superfície florestal":

Hmmm! Estranho. Dados do INE para 2010?!?! E não há nada mais recente?

Que dados é que o INE usa em 2017?

O documento "Estatísticas do Ambiente 2015" publicado em Dezembro de 2016 pelo INE, na página 85 informa:
O INE que é o INE usa os dados mais recentes, dados deste inventário de 2010 e apresentado em 2013 em "6º Inventário Florestal Nacional"

É nestas coisas que se mede a credibilidade de um jornal.


quinta-feira, junho 29, 2017

Constância de propósito?

Os mesmos que diziam isto em Fevereiro de 2017:
Agora dizem que a expansão do eucalipto começou em 2013.

Os mesmos que ainda em Abril deste ano diziam:
"O Governo garante que pretende "aumentar a produção e a produtividade do eucalipto" e que continuará a apoiar o setor do celulose e do papel."
Agora dizem:
"Capoulas Santos: “Não haverá mais um único hectare de eucalipto em Portugal”" 

Como não recordar o tema da constância de propósito.

quinta-feira, junho 22, 2017

Curiosidade do dia



"Please note !!...this is not my house...I stated that my house is surrounded by native trees with eucalyptus 800 metres away...not as close as the picture shown !!....I was just making an observation and used a picture which I stated was of a Portuguese farm...but have given another good example of another property similarly affected this past weekend with bad fires at Figueiró dos Vinhos. Most people understood this and I have been contacted by journalists who were very interested on the angle of the story ~ I have passed them onto the people who have had this happen in the past few days
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Original Post ~ Our house is surrounded by native oak with the nearest eucalyptus about 800 m away...on our land we have olive, oak and fruit trees....all native to Portugal unlike the eucalyptus...it would seem according to studies that this would make us safer as these trees act as natural fire breaks, especially due to the Oak...A photo illustrating how Portuguese farms with indigenous trees are far more fire resistant than the eucalyptus plantations"
Trecho retirado de "Quinta rodeada de carvalhos e castanheiros escapou ao fogo"

quarta-feira, maio 24, 2017

Será que o problema é meu?

De acordo com os dados do INE as importações de "Papel e Cartão, e suas Obras; Obras de Pasta Celulose" no 1º trimestre de 2017 cresceram 10 milhões de euros (4%).

Num texto tipicamente encomendado pelos eucaliptófilos, "Importações de papel disparam em 2017" [Moi ici: um crescimento de 4% catalogado como "disparam"... enfim] temos:
"Em 2013 Portugal importava de todo o mundo mais de 945 milhões de euros em papel e pasta, [Moi ici: Primeiro, esta mistura de papel e pasta é de desconfiar. Nesta fonte, pode comparar-se o valor de cada uma. Entre Janeiro e Junho de 2015 importaram-se 31 milhões de euros de pasta de papel e 578 milhões de euros em "Papel, cartão e publicações"] mas o valor tem vindo a aumentar de ano para ano. Em 2016, as importações neste setor chegaram mesmo a mais de 990 milhões de euros e muitos admitem que a tendência seja continuar a importar cada vez mais matéria-prima.[Moi ici: O que é isto de matéria-prima? Matéria-prima para as papeleiras ou para a indústria que usa o papel?]
...
Uma fonte ligada ao setor explica que «os preços do papel em Portugal começaram a aumentar e houve extinção de alguns tipos de papel que eram fabricados em Portugal. A solução foi procurar em outros países como a China. Mesmo com as deslocações, acaba por sair mais barato comprar lá».[Moi ici: Dois vectores. preços a aumentar e extinção de alguns tipos de papel que se fabricavam em Portugal. Ao mesmo tempo, aumento de barreiras alfandegárias nos Estados Unidos obrigaram os produtores asiáticos a procurar mercados alternativos. Recordar que empresa papeleira portuguesa levou multa dos EUA por acusação de dumping]
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Os papéis  revestidos (também designados coated papers ou papel couché) não são produzidos em Portugal e são naturalmente importados. Alguma importação extracomunitária, de papéis do tipo dos produzidos no país é feita com produtos de gamas de qualidade inferior e a preços consequentemente mais reduzidos».[Moi ici: Nos papéis mais caros não têm produção. Nos papéis mais baratos não conseguem competir com a Ásia]
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[Moi ici: Notável esta afirmação que se segue. Parece que é pecado um empresário pensar por si próprio e procurar o melhor para a sua empresa] Ainda assim, há empresários que apostam cada vez mais em comprar papel a outros países, a preços que consideram mais acessíveis."
Estranho!!!

O sector tem problemas de escoamento da sua produção e continua no seu modo canceroso concentrado na expansão da capacidade de produção a todo o custo... gente que ainda não descobriu Marn e Rosiello?

sexta-feira, julho 15, 2016

E subir na escala de valor para parar com o crescimento canceroso?

A propósito de "Floresta volta aos anos 80 e cria mais riqueza":
"A silvicultura está a crescer desde 2008. No entanto, em 2014 tinha um peso de menos de 0,6% na economia nacional. O papel e o cartão são, de longe, a maior exportação da floresta nacional."
Sim, pode ser verdade. No entanto, este ano tive oportunidade de trabalhar com empresa que usa cartão como matéria-prima e percebi que quem quer cartão de qualidade tem de o importar. O que reforçou a minha opinião de que somos uma espécie de chineses da pasta de papel, produzimos muita quantidade mas com baixo valor acrescentado. Por isso é que o sector para continuar a crescer nas vendas tem de continuar com um crescimento canceroso da área de eucalipto plantado. Em vez de subir na escala de valor continua a predar.
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Faz-me espécie ninguém se interrogar como é que um país tão pequeno como Portugal pode produzir tanta pasta de papel. Por que é que os espanhóis, muito maiores, não aumentam a sua área?

BTW, duvido que isto seja verdade, para não variar acerca do que escreve Nuno Aguiar:
"Embora muito se fale sobre o aumento do eucaliptal no país, os hectares ocupados pela espécie em Portugal continental não aumentaram muito entre 1995 e 2010. Nesse período, passaram de 675 para 760 mil hectares."
Basta olhar para esta figura:

E ler este texto:
"O certo é que segundo os últimos resultados preliminares do Inventário Florestal Nacional, os eucaliptos tiveram um crescimento de 13 por cento entre 1995 e 2010 e são hoje a espécie dominante na floresta portuguesa, com 812 mil hectares plantados." 
O Jornal de Negócios contar a verdade sobre o eucalipto é como esperar que um jornal português, propriedade de general angolano, diga mal de Angola.

quinta-feira, agosto 27, 2015

Não acham estranho?

Sabem que não gosto da praga que são os eucaliptos (segundo o último inventário da floresta portuguesa o eucalipto é a principal ocupação florestal em Portugal, com cerca de 812 mil ha). Por isso, reconheço que posso exagerar nas críticas à sua expansão desenfreada e, ainda por cima, apoiada por sucessivos ministros da Agricultura.
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No DE, depois de ler "“A questão não é se vamos ultrapassar a Renova, é quando”" sinto que ficou no ar uma arrogância de Golias...
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Como é que possível que um pequeno país europeu, não especialmente bafejado com chuva em abundância, consiga ter uma empresa capaz desta proeza: "No primeiro semestre a Portucel representou sozinha 42% das exportações europeias de papel."?
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Que vantagens competitivas tem o clima e o solo de Portugal, para que a Portucel consiga este feito? Não acham estranho?
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Que vantagens competitivas industriais ou de capital tem a Portucel, para que consiga este feito? Não acham estranho?
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Quantos países europeus permitiram que uma espécie invasora se tornasse a mais comum na sua floresta? Não acham estranho?

sábado, novembro 29, 2014

Como vai?

A propósito de "Portucel vai produzir papel doméstico para destronar Renova" interessante o desafio que se avizinha.
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Como vai entrar a Portucel? Pelos segmentos mais baratos, aproveitando o seu ADN baseado na eficiência, na escala e no volume? Serão suficientemente atractivos?
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Como vai reagir a Renova? Aproveitar o seu conhecimento da distribuição grande? Subir ainda mais na escala de valor? Apostar em novas geografias?
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BTW, aquela comparação entre a produção da floresta portuguesa, que já não existe pois temos um sucedâneo australiano, e a floresta brasileira é tão absurda...

sábado, março 29, 2014

Mongo dum lado e "o grande capital" do outro

Enquanto por cá as mentes formatadas no século XX andam assustadas.
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Enquanto por cá as mesmas mentes formatadas no século de Magnitogorsk, da linha de montagem e do vómito industrial só sabem pensar na massificação e aprovam barbaridades como esta:
"Não é de espantar, portanto, que a Secretaria de Estado das Florestas esteja a incluir nos regulamentos de acesso aos fundos comunitários agrícolas/silvícolas, pacotes de financiamento até 40% a fundo perdido para investimentos em eucaliptos em cima de uma lei que já facilita a expansão desta espécie mesmo para terrenos agrícolas. Decisões impensáveis à luz dos últimos verões em que o país ardeu de forma devastadora, muito por consequência da monocultura do eucalipto não estar cercada de zonas "tampão" com agricultura ou espécies autóctones (como o castanheiro, sobreiro, carvalho, nogueiras, etc.) para travar o fogo."
Há um mundo de oportunidades, baseado em Mongo, baseado na autenticidade, baseado na "fortune", adequado ao nosso clima, adequado à nossa cultura de pensar em pequeno, sem conotação negativa, e um exemplo disso é este "Best Industries: What's So Special About Specialty Foods":
"Health food, organic produce, and other specialty foods are no longer the exclusive domain of hippies and the counterculture. Interest in the market is now driven by masses of people who are concerned about what they are putting in their bodies, and this makes specialty foods a top industry for starting a company in 2014.
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"How many mothers today would buy a product without reading the label," ... "More consumers are seeking out more and more products that are better for them, and that's creating a lot more demand and a need for [specialty] stores." Seventy-five percent of consumers reported making specialty foods purchases in 2013, up from less than half of consumers from 2009. And buyers tend to be young demographic, primarily between 18 and 24 years old, located in the West and Northeast.
...
The Specialty Foods Association has 3,200 members, the majority of which are small. Most of the companies interviewed for this story reported at least double-digit growth rates for their annual sales."
Um aparte, esta cena dos eucaliptos é das coisas que mais me revolta... um símbolo do egoísmo da geração incumbente face às gerações futuras... apostar no eucalipto porque dá dinheiro é como construir uma nova Tabaqueira todos os anos porque o tabaco dá dinheiro. O tabaco mata? Isso não é problema meu.
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Pedro Silva, obrigado pela indicação

domingo, outubro 06, 2013

Como os países se tornam ricos

"Os países não se tornam ricos por fazerem mais do mesmo. Fazem-no por alterar o que produzem e a forma como produzem. Crescem ao fazerem coisas que são novas para eles; em resumo, inovam."
Claro que a tríade prefere pensar e pregar que o crescimento se faça à custa da redução dos custos.
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Trecho retirado de "O caminho para o crescimento dos conglomerados"
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BTW, a propósito de conglomerados, no final do artigo fiquei a pensar na Altri... está num sector exportador? Está! Será que os seus concorrentes na Europa, estão sujeitos ao mesmo escrutínio e libertinagem legal que existe em Portugal? Será que existe mais algum país europeu em que em 25 anos o perfil florestal tenha sido alterado por completo para fomentar a produção de pasta de papel?
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BTW2, um conselho para os guardiães da Altri na Wikipedia, isto:
"A Altri tem assentado o seu crescimento numa estratégia de aquisições transformadoras (Celtejo em 2005 e Celbi em 2006), e na maximização do retorno ao accionista."
Está tão datado e obsoleto!!!
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Então não lêem o que o mainstream já adoptou?
“On the face of it, shareholder value is the dumbest idea in the world. Shareholder value is a result, not a strategy...your main constituencies are your employees, your customers and your products" 

terça-feira, julho 23, 2013

Resistência popular

Havemos de chegar ao ponto em que os antifragilistas. para combater os embaixadores das desertificações
"nova legislação aprova "os interesses da fileira do eucalipto", desregulando todas as condicionantes que existiam para as plantações de rápido crescimento e burocratizando as plantações de carvalhos, sobreiros e outras espécies”"
Terão de recorrer à criação maciça na varanda, ou à importação de
 
Importante este ponto:
"uma vez que esta espécie apenas ataca eucaliptos, todos eles cultivados e introduzidos em Portugal, deveria ser considerada como uma praga agrícola ou praga florestal introduzida e não como uma espécie invasora. A definição de espécie invasora referida em cima é vaga quando fala em ecosistema não definindo este termo. Os eucaliptais, em rigor, são plantações e esta espécie ataca apenas uma cultura, também ela introduzida, não se conhecendo nenhum efeito negativo sobre quaisquer espécies ou habitats naturais.
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Achamos pois, que esta espécie não deveria estar incluída na lista de espécies invasoras."

sábado, fevereiro 02, 2013

É assim que se vai construindo uma economia mais sustentável

Pode não ser "cool" para muita gente mas é assim que se vai construindo uma economia mais sustentável:
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Enquanto "Construção e bancos pensam em despedir mais":
"Um cluster que "é muito vasto, tem muitas valências, muitas oportunidades e alguns riscos também". Mas "há coisas que são absolutamente óbvias" e uma delas é no mercado das sardinhas - "o nome Portugal pesa positivamente".
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O sector das conservas tem outra vantagem, prossegue Rui Moreira. "Em muitos casos, na indústria, Portugal transforma, ou seja, importa, requalifica, aumenta o valor acrescentado e exporta. No caso das conservas, temos a matéria-prima, está aqui à mão."" (Moi ici: Isto é importante, no entanto, existir já não chega como estratégia, que nichos servem? Quem são os clientes-alvo?)
  • "Nova fábrica da Ramirez já tem licenciamento" Sem conhecimentos sobre o mercado ouso especular: Pode uma empresa de conservas portuguesa competir com as maiores conserveiras galegas pelo preço mais baixo, pelo volume? Não! Logo, variedade, variedade, variedade:
"a conserveira tem 15 marcas, duas fábricas, fabrica 55 tipos de conservas diferentes, vende 48 milhões de latas por ano e factura 27 milhões de euros (dados de 2011)."

"A ideia partira da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (AnopCerco), com o objectivo de valorizar o seu produto e tentar chegar a novos mercados. “Foi muito interessante porque foram os pescadores que se juntaram”, comenta Gonçalo Carvalho, presidente da organização Associação de Ciências Marinhas e Cooperação (Sciaena) e coordenador da Plataforma de Organizações Não Governamentais Portuguesas sobre a Pesca (PONG-Pesca). “E não é fácil juntar os produtores desde Olhão até Viana de Castelo. Mas eles conseguiram e concordaram, geriram fundos comuns, candidataram-se e agora administram esta certificação.”"

Por fim, a parte mais negativa:


terça-feira, novembro 29, 2011

Memória de elefante

Recordar "Este país é um país da treta" onde se pode ler:
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"Presidente da Portucel sugere estímulo do Governo aos investidores privados para plantarem eucalipto, o que minimizaria a falta de matéria-prima."
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Ontem, no JdN no artigo "Portucel - Apostar na exportação para escapar à crise" podia-se ler:
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""É a empresa mais eficiente do sector, na Europa", diz um analista do sector ao Negócios. "Não só pela infra-estrutura [a nova fábrica de papel em Setúbal], mas também pelo facto de ter acesso à matéria-prima a um preço mais baixo. Em Portugal, a pasta é mais barata", sublinha. Assim, consegue produzir papel e vendê-lo com margens mais elevadas dos que as suas principais concorrentes."
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Quando a procura é alta e a oferta é baixa... 
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Não esquecer que a Portucel quer que sejam os contribuintes a subsidiarem o preço do eucalipto para o tornar mais atractivo.

terça-feira, setembro 20, 2011

Este país é um país da treta.

Sou bruxo?
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Claro que não, os sinais andavam por aí para se verem por quem tem olhos para ver. Há um mês que ando a falar disto no twitter... o lobby dos eucaliptos.
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Um dos sinais que ilustram a transformação porque Portugal passou nos últimos trinta e muitos anos está na floresta.
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Assim como o pinheiro-bravo foi a plantação do Estado Novo, o eucalipto tem sido a plantação do Novo Estado pós-25 de Abril.
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Não vejo com bons olhos o aumento da área dedicada aos eucaliptos. No entanto, adiante:
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Se a indústria da pasta do papel é assim tão rentável, dá tantas exportações, por que raio tenho de ser eu, do meu bolso, eu que só gosto de eucaliptos na Austrália, a subsidiar tão rentáveis exportações?
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"Queiroz Pereira defende subsidiação do eucalipto":
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"Presidente da Portucel sugere estímulo do Governo aos investidores privados para plantarem eucalipto, o que minimizaria a falta de matéria-prima."
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Este país é um país da treta!
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Uma cerâmica tem de assegurar o fornecimento de argila do seu bolso, uma petrolífera tem de assegurar o fornecimento de matéria-prima do seu bolso, uma empresa de calçado tem de assegurar o fornecimento de couro do seu bolso, uma têxtil tem de assegurar o fornecimento de fio do seu bolso, é assim em toda toda a economia saudável.
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Há umas empresas que tratam os fornecedores de tal maneira que não vale a ser seu fornecedor... solução, o Estado resolve. Como o Estado não tem dinheiro para mandar cantar um cego sou eu que tenho de entrar com dinheiro do meu bolso para ajudar estas mega-empresas...
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Este país é um país da treta.

terça-feira, setembro 06, 2011

Apreciar o desempenho da Altri e o dos finlandeses

Disclaimer: Não sou um eucalipto-lover, sim, gosto de eucaliptos ... na Austrália". Sim, detesto ver km e km de plantações de eucaliptos. Sim, já em tempos, numa outra vida, estive quase a importar phoracantas.
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O que penso sobre os eucaliptos, não me impede de apreciar a capacidade de gestão da Altri:
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"A empresa liderada por Paulo Fernandes explica ainda que, naquele que foi "o melhor primeiro semestre de vendas da história da companhia", a facturação da empresa cresceu acima da média do mercado mundial de pasta e papel e viu as exportações subiram 3,2%."
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Entretanto, na Finlândia com a desculpa do euro caro:
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"Furthermore, currently the Finnish (and European) paper industry is reeling from the euro’s high value and as a result the units that are oldest or least competitive (due to capacity restraints in combination with the currency rate) get closed at an alarming rate." (Trecho retirado daqui)

sábado, maio 14, 2011

Zona livre

Ontem, de Valpaços a Chaves. Depois, de Chaves a Valpaços. Depois, de Valpaços a Vinhais. Depois, de Vinhais a Bragança.
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E nem um para amostra... não os vi.
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A Terra Fria Transmontana devia, com orgulho, ostentar o slogan:
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"Zona Livre de eucaliptos!!!"
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Um ou outro pinheiro, castanheiros, cerejeiras, carvalhos de vários tipos (Quercus), freixos, urzes, giestas, ... enchem as encostas de Montesinho de verde.