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segunda-feira, dezembro 13, 2021

A caminho de Mongo

"Welcome to the factory of the future: It's smaller, more nimble, and run by highly skilled Americans. Just as important, networks of these facilities could crop up across the United States, bringing manufacturing closer to your consumers and lessening your reliance on a crippled global supply chain."

Esta descrição de Mongo parece retirada deste blogue.

Trecho retirado de "The Factory of the Future Is Here--and It's Run by Americans (and Small Robots)"

sábado, julho 10, 2021

" olha para a mesma realidade e vê oportunidades"

Ao longo dos anos tenho escrito aqui no blogue sobre o advento de Mongo (aka Estranhistão) e sobre a democratização da produção, sobre os makers e makerspaces (ver marcadores abaixo).

Assim, como não sorrir ao ler "The Autonomous Factory: Innovation through Personalized Production at Scale" (a única coisa que me deixa algum desconforto é a interpretação que se possa dar aquele "at scale" porque penso naquele "tu não és do meu sangue", porque penso na paixão assimétrica das tribos).

Mongo não é só capacidade de produção customizada a custo aceitável, Mongo é também paixão, interacção entre produtor e utilizador, Mongo é pertença à mesma tribo. Julgo que muita gente ainda não percebeu isto, não basta ter capacidade produtiva, tem de se ser capaz de sonhar com e desafiar o outro, fazedor ou utilizador. Por isso, estas experiências feitas pelas Siemens deste mundo são bem vindas, aprecio-as pragmaticamente pelo trabalho de pavimentação que fazem para os pequenos que virão depois. Os pequenos nunca teriam poder para alterar leis feitas no "século XX" para proteger um mundo que se vai desvanecendo, tal como a Uber.

Vamos a alguns trechos do texto:

"Nowadays, consumers expect the ideal product in terms of size, material, shape, color, quality and other individual needs and specific requirements. Advances in technology and digitalization have created a significant market for individualized offerings. Personalization at scale has the potential to create $1.7 trillion to $3 trillion in overall new value. Capturing this value requires companies mastering the underlying technologies and enabling consumers to be their own product designers [Moi ici: Essa é a primeira fase "to be their own product designers", mas para isso não precisamos de empresas, precisamos de espaços ao estilo "Grab-and-Go" com máquinas 3D e pouco mais. A segunda fase é quando entram os designers, os desafiadores, os curadores, os que ajudam a afinar o gosto. Espaço para cooperativas de fazedores].

...

Producing companies are therefore facing pressing questions: How can a production process evolve to meet these personalization demands? How to decide on the best automation strategy? And how will the future of production ultimately look like? It essentially comes down to the question: What to automate and to which degree? It can be all too easy to get carried away with automation for its own sake, but the result of this approach is almost always projects that cost too much, take too long to implement and fail to deliver against a company’s business objectives and operations strategy. [Moi ici: Este trecho faz logo lembrar as experiências da Mercedes e da Toyota que já entraram na fase da desautomatização por causa da flexibilidade que precisam. Li este trecho umas três vezes nas últimas 24 horas e sempre emergiu na minha mente a foto que serve de papel de parede numa sala de reuniões de uma empresa. No texto que escrevi em 2017 cometi um erro, assumi que a fábrica era anterior à electricidade. No entanto, depois percebi que no tecto estavam as lâmpadas ... eléctricas. O que ainda reforça mais a pergunta que faço no tal postal de 2017, "Quanto tempo?". Já temos as peças todas, mas ainda não aprendemos, ainda não dominamos como as vamos organizar. Julgo que o maior obstáculo está na mente, a formatação a que fomos sujeitos coloca-nos palas que escondem o que para quem virá mais tarde, será um duhhh!]

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The extent of twenty-first-century customization and personalization also requires production businesses accommodating a large variety of versions of any given product, which must be produced in smaller batches with very short lead times. This Low Volume – High Mix production typically means lot sizes of less than 20 pieces (occasionally, down to 1 piece only) per ordered lot, involving increased complexity and administration cost. The fundamental challenge for producing companies can therefore be formulated as: Maximizing overall productivity under

  • higher personalization (i.e. increasing variety of product versions)
  • smaller and variable lot sizes
  • shorter product life cycles (i.e. shorter time spans available to production)"

Lembram-se da VW e a Deutsche Post? A maior barreira é a formatação da nossa mente, sempre em busca da big bet idealizada no século XX. Incumbente, linha vermelha, vê a evolução acima "This Low Volume – High Mix production" como uma fuga do Paraíso, uma pedra no sapato. A organização do futuro, linha a preto, olha para a mesma realidade e vê oportunidades.

sexta-feira, março 08, 2019

"will lead to a big change for manufacturing"

Os trechos que se seguem parecem retirados daqui do blogue. Há anos que escrevemos sobre esta tendência.
"Personalised production is an evolution of customization that enables companies to differentiate their offer through innovative products for specific needs of a customer or a target group thanks to adaptable and reconfigurable production systems supported by easy-to-use product configuration systems to make processes along the supply chain efficient. In this scope, the proposed mission is to turn ideas into products by transforming passive consumers into active participants in the production of their own products thanks to new technologies that can enhance and empower their capabilities. This mission implies a paradigm shift because innovation will not originate anymore from the identification of consumer requirements; indeed, innovation and production will be taken out of the factory boundaries to allow people to be the decision makers during the design and production process in new collaborative supply chain models.
Consumer goods (e.g. clothing, footwear, sports items, glasses) but also other kinds of product such as medical products (personalised orthopaedic prosthetics, dental prosthetics, etc.) or durable goods (cars, kitchens, buildings facades, etc.), and even food can be produced based on the ideas of and by customers applying an approach of self-managed personalisation. In this way, they can create products with a unique design and style, along with functional and comfort-related aspects, going beyond the conventional choice dictated by off-the-shelf products.
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This mission will lead to a big change for manufacturing heading towards socialization and massive involvement of consumers. Many small and medium sized manufacturers (e.g. SMEs, fab-labs and even individuals) will participate in different market segments, while evolving into production service providers to satisfy customers’ personalised requirements. These entities will further aggregate into dynamic communities in a decentralized system and win bargaining power and efficiency. Moreover, new companies will basically sell ideas and their integration into new and dynamic value chains and markets.
...
The implementation of the proposed mission will have an indirect impact also on sustainability since production will shift from Make-to-Stock to Customise-to- Order,"
Trechos retirados de "Key Research Priorities for Factories of the Future—Part I: Missions" de Tullio Tolio, Giacomo Copani e Walter Terkaj, publicado em "Factories of the Future The Italian Flagship Initiative", 

quinta-feira, março 07, 2019

E quando Mongo "rouba" os trabalhadores?

Na parte V desta série "Como aumentar a facturação quando não se pode aumentar a produção por falta de pessoas? (parte V)" começo a abordar um tema que será cada vez mais relevante à medida que Mongo e a demografia avançarem:

Mongo vai dar poder aos makers, que poderão fazer uso de plataformas como a Crafted Society para chegarem ao consumidor. A tecnologia vai avançar para máquinas pequenas, boas para pequenas séries e trabalho customizado, que podem ser propriedade de um maker ou de uma cooperativa de makers. Ou seja, aquilo que refiro na parte IV e V sobre os carpinteiros, electricistas e outras profissões que preferem trabalhar por conta própria em vez de por conta de outrem, vai ter tendência a alargar-se a outras profissões tradicionais.

Mesmo sem Mongo, com uma demografia a gerar falta de trabalhadores, isto será cada vez mais frequente "Ohio Sonic drive-in staff quit after wages were reportedly reduced to $4/hour":
"The entire staff at three different Sonic fast-food drive-in restaurants in Ohio reportedly walked out to protest poor working conditions this past week."
Qual a alternativa? Talvez passe por coisas como esta "KitchenAid’s Key Ingredient: Investing in Workers. ‘It’s Not a Dead-End Job Anymore.’":
"Companies discover investment in workers as a way to keep churn low:
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As the U.S. labor market continues to tighten, companies are reaping decades of underinvestment in their workers. Blame it on a wave of skilled baby boomers retiring or colleges teaching the wrong things or a lack of loyalty among younger workers. The harder it gets to find the next generation of Jenni Hannas, the bigger the headaches get in the human-resources department.
“If you’re the person who is in charge of finding staff, they want you to go out and find the unicorn,” Andrew Angyal, founder of NexGen Recruiting in Youngstown, Ohio, said. “They want all these people with 10, 20 years of experience and, if you do happen to find them, it’s a big question of whether you can pay them enough.”"
Ao escrever estas linhas não consigo deixar de pensar no aumento do lobby das empresas junto dos reguladores e governos de turno para dificultar a vida aos freelancers do futuro.

segunda-feira, fevereiro 19, 2018

Mais um tijolo para o edifício de Mongo

Imaginem isto em Mongo, um mundo gigantes-unfriendly, um mundo de makers, um mundo de DIY, o mundo da democratização da produção.
"Are you more likely to buy a T-shirt or a box of cereal from a big company if you know it was designed by a fellow customer? You might be, according to new research. And marketers should take note. [Moi ici: Só os marketers? E os gigantes?]
...
Emerging research suggests that they’re right to do so — that crowdsourcing is a power to be harnessed. Martin Schreier, the head of the Institute for Marketing Management at Vienna University of Economics and Business, found that executives rated consumer-generated baby products as more novel and useful than those developed in-house. And consumers, Schreier found, regarded companies that rely on user designs as more innovative because they had a larger, more diverse pool of designers with fewer constraints.
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Even better, crowing about a product’s crowdsourced origins could be a marketer’s best friend. It’s the entire business model for the T-shirt seller Threadless. Jake Nickell, the company’s founder and CEO, says, “I think it’s been an ongoing trend over the last decade for consumers to want to know more about the things they buy.”
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Follow-up experiments revealed that people believe their peers understand their needs better and, therefore, come up with better solutions. In an online survey, subjects were asked to compare two identical products — one described as a user-generated idea, the other a company idea. Consumers generally preferred user-generated, they said, because they felt that it was higher in quality, adding, “I can trust the voice of the customer more.”

Trechos retirados de "I’ll have what you’re inventing"

sábado, fevereiro 17, 2018

Mongo em toda a sua extensão

Este texto, "DIY Powerwall Builders Are Using Recycled Laptop Batteries to Power Their Homes", é um festival acerca de Mongo, do poder, da flexibilidade, da criatividade, do engenho dos makers. Nem a Tesla escapa. 

Recordar este convite à reflexão.

quinta-feira, fevereiro 01, 2018

O festival de ANTRAIS

A propósito de "Impressão 3D. Uma revolução tão grande como foi a Internet" vamos esquecer a publicidade descarada à HP e mergulhemos no que está à vista e não é verbalizado:
"Daqui a menos de 20 anos, um em cada dois produtos industriais será impresso em 3D. [Moi ici: Acreditemos nestes números só para pensarmos nas consequências. O que vai acontecer ao modelo de produção herdado do século XX? O que vai acontecer ao modelo de emprego gerado pela Revolução Industrial? O que vai acontecer ao ecossistema do comércio herdado do século XX? O que vai acontecer à receita da impostagem sobre os circuitos comerciais do século XX?]
...
“quando a Internet foi inventada, poucas pessoas imaginaram o impacto enorme que ela teria na forma como vivemos e trabalhamos. A impressão 3D pode ser uma repetição da História“. A frase é de um economista do banco holandês ING que elaborou um relatório aprofundado sobre a impressão 3D e sobre as últimas inovações nesta área, capazes de levar esta tecnologia da “infância” atual para uma revolução comparável à Internet. Uma preocupação fundamental do relatório é a seguinte: quando tudo for impresso em 3D, localmente, o que é que vai ser do comércio entre os países ou, por outras palavras, com que é que se vai encher os navios-contentores? ...
com a impressão 3D podem evaporar-se até 40% das trocas comerciais entre os países — não só as que viajam em navios-contentores mas por qualquer outra via. Se a impressão 3D evoluir tão rapidamente quanto se prevê no estudo, quase metade dos produtos irá deixar de ser fabricada num país e, depois, viajar até mais perto do consumidor final. [Moi ici: Interessante, os holandeses concentrados no modelo de negócio principal do país, porto de mar de entrada e saída de bens da Europa]
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A impressão 3D é mais do que um método de produção alternativo — pode ser uma revolução na forma como quase tudo é produzido, uma revolução no modelo económico que irá permitir mais personalização (e, portanto, mais valor acrescentado e mais receitas) e tempos de entrega mais rápidos, com a produção mais próxima do consumidor. [Moi ici: E mais do que a personalização, a co-criação. Eu, utilizador posso trabalhar em conjunto com o especialista em programação de sapatos para fazer a sapatilha à minha maneira e para o meu pé]
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Um modelo de produção em impressão 3D envolve menos mão de obra. Conforme os setores, pode poupar-se muito em todo o processo, desde menos pessoas a trabalhar em linhas de montagem até menos funcionários necessários para transportar matérias-primas e produtos.[Moi ici: Um modelo de produção em impressão 3D precisa de empresas ao estilo do século XX? Posso aceder a programas livres ou comprar um serviço de programação a um especialista/designer e ir fazer a impressão na makerspace cooperativa da minha zona]"
Conseguem imaginar o festival de ANTRAIS a pedir aos governos que proíbam a impressão 3D para salvar os modelos do século XX listados lá em cima?


terça-feira, agosto 15, 2017

Artesãos do futuro

Ao folhear muitos postais deste blogue é fácil relacionar entre si algumas palavras-chave:
  • Mongo;
  • tribos;
  • diferenciação;
  • paixão;
  • artesãos;
  • autenticidade.
Por exemplo, há dias escrevi:
"Em paralelo a esta evolução, que vai sugar os mais apaixonados para uma nova Idade de Ouro de artesãos do século XXI"
No caderno de Economia deste fim de semana encontrei um texto que relaciona estas mesmas palavras-chave, "À procura de artesãos no tempo dos ecrãs táteis":
"No entanto, quem aposta com visão em segmentos como o têxtil, a carpintaria, a latoaria, a joalharia, a encadernação, a cerâmica, os bordados, o restauro ou a cestaria pode ter um futuro promissor pela frente,
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outra área de forte procura: o trabalho artesanal em madeira. “Todos os dias chegam pedidos de marceneiros, profissionais de serralharia artística.” São cada vez mais, também, os casos de sucesso de novos negócios, sempre de nicho, que começam no risco, chegam à autossustentabilidade e culminam na exportação.
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Ao contrário do preconceito que possa persistir, de que o trabalho do artesão é pesado, sujo e moroso e de que a produção não se adaptou ao consumidor contemporâneo, “o artesanato não ficou estagnado”, sublinha Luís Rocha. O sector está a rejuvenescer e a qualificar-se.
...
a formação superior conjugada com a técnica adquirida nos cursos profissionais resulta na evolução criativa que tem dinamizado o sector. Ao mesmo tempo, “a procura [de produções artesanais] tem aumentado porque o mercado está cansado do produto massificado e quer, cada vez mais, objetos com forte cariz cultural, identitários e diferenciadores”. Cabe ao artesão “ganhar essa oportunidade”, analisa o diretor, que defende o investimento em marcas culturais com design de luxo.
...
Se nos domínios da carpintaria, marcenaria e costura, encontrar emprego por contra de outrem é relativamente comum, nos nichos da cerâmica artística, vidro ou bordados, muitos não esperam que o mercado chame por eles e criam diretamente oportunidades, uma situação que se terá acentuado nos últimos seis anos. “O desemprego fomentou o empreendedorismo e isso foi muito importante para dinamizar o sector”"
E na linha do que tenho reflectido aqui sobre o seru e a não-necessidade de máquinas-monumento , sobre o impacte de Mongo na dimensão das empresas, sobre o impacte da digitalização na redução da fricção de que falava Coase, na ascensão do DIY e dos makers, é interessante a referência aos ecrãs tácteis no título. Acredito que os artesãos do futuro trabalharão cada vez com mais tecnologia e mais valor acrescentado.



BTW, ontem fui a Rio Tinto com 4 moradas de lojas e fábricas de candeeiros. Ao chegar a uma delas, com todo o aspecto de oficina artesanal, deparei-me com caixas com marcas de renome e referências a feiras italianas. Fui recebido com atenção e simpatia mas comunicaram-me que tinham deixado de trabalhar para o público e começado a trabalhar para marcas portuguesas do segmento médio-alto e focadas na exportação.


domingo, junho 12, 2016

“We became interested in low-volume manufacturing,”

O futuro já aqui está, embora muito mal distribuído e conhecido.
"“We became interested in low-volume manufacturing,” Venkat said. “What can we make, that could be successful in units of ten?”
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The low-volume idea was to make manufacturing faster and more varied, by dramatically lowering the output level at which a product would pay off. You can think of the analogy in TV programming. When there were only three networks, the only shows that could make it were those that could draw a mass audience. But with cable, and then with online videos and podcasting, much smaller and more specialized audiences were “large enough,” and we went from mass-cult Gidget and Get Smart to the much more varied, niche-sensitive, and more interesting  modern range from Breaking Bad to reality schlock. Another obvious comparison would be the shift from the standardized, bland-ized mega-brewery U.S. beer world of the mid-20th century, to the rapidly diversifying craft-brew renaissance of today.
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What does this mean, in practice? Without going into all the details, essentially the approach is a combination of the well-known, intangible digital tools of the modern era, with some very tangible, less-known-by-the-public maker-era tools that (as I argued before) are transforming production.
That is: the products coming out of this microfactory use cloud-centric digital techniques we’re all aware of including crowdsourcing, online collaboration, crowd-funding, online sales, open-source coding and design. But they also use the new production techniques, from the real world of real hardware, that have become available only in the past few years—and that keep improving thanks to Moore’s Law. These include 3D printers, laser cutters, low-cost but high-sophistication multi-axis machine tools, and a range of other devices. Together these tools allow people in smaller, less formal, much lower-cost workspaces to design, test, refine, and manufacture items that previously would have come required factory production lines—and to find audiences that collaborate in the process of design and, so far, have provided eager markets.
The operation also uses the social and collaborative tools of the era—shared work spaces, partnerships with local schools. The production tools are available for modest cost to local people who want to use them. “It’s like a manufacturing library,” Venkat said, with production equipment open for shared use. “The ‘books’ are available. We’re not going to read them to you, but you can find them here.
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An explicit goal of FirstBuild, like many of the maker sites we’ve seen around the country, is to become a center for local individuals and groups with ideas for innovative hardware that might sell.
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“We are trying to overcome the selection bias of needing to scale up for big-volume production,” Venkat told me. “We don’t have to design to a spec. We are making in small-batches, low volumes. We can make one, then the next one, then the next one. We want to be open to as many ideas as we can.”"
Ao ler "Jeff Bezos thinks we need to build industrial zones in space in order to save Earth" não pude deixar de pensar na possibilidade remota de Bezos ainda pensar no futuro como a "heavy industry" e as "gigantic factories"... o futuro vai ser uma grande salgalhada para as mentes uniformizadas do século XX.
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BTW, este "We don’t have to design to a spec." faz-me crer na importância das marcas pessoais no futuro. E na vantagem tuga da rapidez e do pouco planeamento:
Temos é de melhorar a reflexão.
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Trechos retirados de "Why the Maker Movement Matters: Part 2, Agility"

quarta-feira, outubro 28, 2015

Mongo e os Golias

Um dos temas de eleição deste blogue é a reflexão sobre Mongo, sobre esse novo paradigma económico de mais diversidade, de mais tribos, de sucesso para as empresas pequenas. A ideia subjacente aos trechos que se seguem é uma das ideias deste blogue; o crescente sucesso das empresas pequenas leva as empresas grandes a dois tipos de reacção:

  • consolidação, uma tentativa de ganhar quota de mercado à custa de fusões e aquisições;
  • concentração nas actividades com mais sucesso e venda das restantes (exemplo recente e em curso da P&G)

"We’re living through an era of remarkable U.S. corporate consolidation. A recent USC study shows that across multiple and diverse markets, industries are 25% more likely to be “highly concentrated” than they were 20 years ago.
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Yet at the same time, America’s largest companies are more than twice as likely to lose market share than in 1980.
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Growing consolidation across multiple industries, but shrinking market share: What is going on? I believe that industry consolidation may be the death throes of mature industries as they struggle to compete with America’s return to a more entrepreneurial, craft economy.[Moi ici: Isto é Mongo]
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scale, “one of the last bastions from the competitive storm,” is no longer profitable or safe. [Moi ici: Isto é Mongo, o fim da escala como vantagem competitiva imediata] For a long time, technology gave big players a competitive advantage because no one else could afford to be big.
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But the radical connectivity of our digital world allows small businesses to collaborate in loose ways that give them capacities comparable to those of Walmart or Ford Motor Company.
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In my book, The End of Big, I argue that the collection of trends that comprises the end of big companies will, at its best, lead to the rise of a craft-centric economy. We’re seeing some of this already, with the rise of Etsy.com and the so-called “maker” culture.
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While this transition feels inevitable, it doesn’t mean the big companies will go without a fight. Companies such as Microsoft have enormous cash reserves that they can use to keep the ”end of big” at bay for a while. For many large companies, growing even larger provides seeming defense against the power of craft and the do-it-yourself attitude. Over time, however, smaller companies will be able to out-compete even the most powerful behemoths.
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But it’s not necessarily a winner-takes-all scenario. New strategies will emerge for bigger organizations. There is a new breed of “big” on whom the coming age of “small” is built: the platform players [Moi ici: É esperar pela próxima geração de plataformas] (like eBay, Etsy, Amazon, Apple, and Google) on whose platforms smaller businesses blossom.
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We’re moving, if we’re lucky, from the world of few and big to the world of small and many. We’ll either head there purposefully or we’ll be dragged kicking.” Far from seeing consolidation as a sign of strength, I view the recent spate of enormous deals as indication that big firms are desperate to forestall their demise. They are being dragged kicking into the future."
Reflexões sobre o tema e suas variações no blogue ao longo dos anos:


Trechos retirados de "Why More M&As Is a Sign That Scale Is No Longer an Advantage"

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

De volta à velha Atenas, a minha previsão


Nem de propósito. Ontem à noite, já depois de ter escrito "Cuidado com as previsões", encontrei "Learning to Become Athenians":
"After two or three centuries during which manufacturing consolidated into larger and larger enterprises, technology is now restoring opportunities for the lone craftsman making things at home—with extraordinary consequences for careers and lifestyles.
...
In classical Athens, with no industrial machinery and much of the work done by slaves whose maintenance costs were identical and whose capital costs reflected their skills, it was not possible to get an advantage in costs or in capital utilization. To compete successfully, you had to differentiate your product to make it worth more than your competitors’.
...
The nature of a society in which most households participate, at least occasionally, in making goods is radically different from the world we are used to.
...
The industrial revolution changed the economics of manufacturing by creating new forms of advantage based upon operating costs and capital investment. Starting in the eighteenth century, the lower costs offered by mechanization, mass production, and shared information drove production into fewer and larger units, and the amateur craftsman in the family workshop was squeezed almost out of existence.
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The nature of a society in which most households participate, at least occasionally, in making goods is radically different from the world we are used to. For citizens in ancient Athens, casual manufacturing was a vital income-earning component in a portfolio of activity. The industrial revolution changed the economics of manufacturing by creating new forms of advantage based upon operating costs and capital investment. Now, though, the information revolution is reversing the consolidating effect of the industrial revolution.
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After two or three centuries during which manufacturing consolidated into larger and larger enterprises, technology is now restoring opportunities for the lone craftsman making things at home—with extraordinary consequences for careers and lifestyles. The powerful trends toward making things oneself and choosing freelance careers over full-time employment recreate some of the economic and social dynamics of Athens between 500 and 300 B.C.—and pose important challenges to businesses and society. If we understand the forces behind the changes in industry structure since those times, we will have a better sense of how and why the dynamics of that structure are reversing and what that might mean for our daily lives.
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To build a large business, you have to win more volume than others in a competitive marketplace; this means having an advantage your competitors cannot match. For a competitive advantage to be of value, it must be manifested in one of the elements of return on capital: revenues, costs, or capital employed. In classical Athens, with no industrial machinery and much of the work done by slaves whose maintenance costs were identical and whose capital costs reflected their skills, it was not possible to get an advantage in costs or in capital utilization. To compete successfully, you had to differentiate your product to make it worth more than your competitors’.
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For a huge range of other products, which made up most of consumption—such as everyday clothes, basic ceramics, simple metalwork, and carpentry—there was no basis for differentiation. Almost all Athenian citizen households would have family members or slaves who made clothes. Some might make a surplus to sell; other households would have to buy some clothing. Many would have made simple wooden, ceramic, or metal objects for their own use and sometimes to exchange with neighbors or sell in the marketplace.
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The nature of a society in which most households participate, at least occasionally, in making goods is radically different from the world we are used to. ... By reducing their expenditures and bringing in some income through making simple household products, Athenian citizens managed to enjoy a rich and varied life. They had time to go to the theater and games, and some evidently had time to philosophize.
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The implications for the individual, for society, and for manufacturing companies are significant. For the individual, the restoration of competitive equality between the home craftsperson and the large factory creates real opportunities for the freelance lifestyle that many young people aspire to. As Forbes reported last year, 60 percent of Millennials in the U.S. stay fewer than three years in a job and 45 percent would prefer more flexibility to more pay.  In a recent survey, 87 percent of UK graduates with first- or second-class degrees saw freelancing as highly attractive, and 85 percent believe freelancing will become the norm.
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Some manufacturing businesses will face a completely new challenge, one in which the stock weapons of increasing efficiency and reducing costs will be of little use. Few makers will recognize the opportunity cost of their time in a very businesslike way, given the psychic rewards they find in exercising their craft. Now that the other components of cost (procurement of raw materials, training and product development expenses, marketing investment, and energy) are available at rates not much different from those achieved by large enterprises, would-be makers will not be deterred by price cuts from established players."
Parece que o BCG andou a ler este blogue!!!
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Está aqui tudo!!!
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Amostra:

Conseguem imaginar as implicações desta mudança? Na educação, na cobrança de impostos, no retalho, nos transportes, nas comunidades, na humanização do mercado, no cálculo e interpretação das estatísticas, na circulação do dinheiro, ...

sábado, janeiro 31, 2015

Acerca de Mongo e dos makers

"Between September 2011 and September 2014 the number of manufacturing jobs in London rose by 15%, the fastest growth rate in Britain.
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The growth ... suggests some of the ways that manufacturing is changing.
...
British manufacturers are no longer sending work offshore quite as enthusiastically as they once did. Picky customers demand shorter turnaround times; few small companies can afford to wait four weeks for a ship if they want to restock or tweak their products. And the risk of someone copying or messing up a specialist, high-end design increases the farther the work is sent. Meanwhile manufacturing is “hollowing out”, with ever fewer blue-collar jobs and more highly-skilled workers, observes Nicholas Crafts, a professor at Warwick University. Factories are no longer crammed full of workers, but rely on a few individuals looking after advanced machinery.
...
In an increasingly competitive global market, being slightly unusual is also an advantage.[Moi ici: We are all weird and proud of it, cada um com a sua tribo] ... Partly because of its apparent rarity, discerning customers are likely to shell out more cash for something which is marketed as having been made in Britain."

Trecho retirado de "The great incubator"

segunda-feira, abril 28, 2014

"porque há-de continuar a existir "produção em massa"?"

O que pensar disto?
"On Wednesday, General Electric announced the launch of FirstBuild, a "microfactory" and open community for students, engineers, and innovators on the University of Louisville campus in Louisville, Kentucky. The company wants to create a new business model for the manufacturing industry by harnessing open innovation, the maker movement, and community involvement to build a revolutionary new wave of smart appliances.
...
The company already has microfactories in Chandler, Arizona, Knoxville, Tennessee, Las Vegas, and Germany, and plans to open 100 microfactories around the world in the next 10 years.
...
FirstBuild is meant to be a community of engineers, designers, hardware hackers, and anyone who is passionate about innovation in the appliance space.
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"It's about producing small batches of products and getting them into consumers' hands very fast," Tepper said. "We'll have rapid iterations on those products, by working with consumers, community engineers, and designers. Once we work on the project for a while, we can start mass producing."
Sem tirar nem pôr, a materialização do modelo de Mongo que desenvolvemos neste blogue há anos, os tais centros de produção artesanal local que permitem o diálogo entre fazedores e utilizadores.
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O último sublinhado, está a uma cor diferente porque ilustra uma outra vertente de reflexão, Mongo não é só o triunfo da "inovação aberta", havendo este contacto directo entre utilizadores e produtores, havendo o triunfo das tribos, porque há-de continuar a existir "produção em massa"?

"GE launches 'microfactory' to co-create the future of manufacturing"

sábado, março 01, 2014

Uma oportunidade para escolas que se queiram diferenciar

Num corpo anquilosado, dominado pelas corporações, há muito que se perdeu a razão de ser da sua existência.
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Num mundo em mudança, o corpo devia ajustar-se, nunca perdendo de vista a sua razão de ser: preparar as gerações futuras. Contudo, isso, seria pôr em causa os direitos adquiridos de muita gente e, assim, nunca veremos isto "What's the Maker Movement and Why Should I Care?"
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Uma oportunidade para escolas que se queiram diferenciar, para clientes-alvo que não vêem a escola como um depósito.

domingo, fevereiro 23, 2014

Os duendes

Mais um exemplo de co-criação, de interacção, de proximidade, de artesãos, de makers, de ... e ainda por cima no Porto "Velo Culture".
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Ficava ainda melhor se pusessem as fotos do "antes" também.
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O futuro também passa por isto, restauros (sou um fã do "Restauradores" no Canal História), reconversões e canibalismo de uns modelos para outros.

sexta-feira, novembro 08, 2013

A reacção dos incumbentes a Mongo passará por coisas como esta

À medida que Mongo avança, criam-se as condições para que mais e mais pessoas entrem na categoria de prosumers de Alvin Toffler, continuam como consumidores e transformam-se em produtores independentes.
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Essa mudança não vai ser bem recebida por quem actualmente produz, as empresas incumbentes. Um aliado dos incumbentes serão os Estados e todas as entidades que vivem de impostos. Se eu produzo para consumo próprio, toda uma série de transacções da produção até ao consumo final desaparecem. Assim, esta fase actual em que vivemos, em que os instalados acham engraçado o aparecimento de mais e mais "makers" e de mais e mais tecnologia que democratiza a produção e aumenta a variedade da oferta, há-de dar origem a uma fase de perseguição por parte do Estado e dos incumbentes porque lhes rouba receitas e lucros.
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Creio que não andaremos muito longe deste fascismo democrático "Los inspectores podrán entrar sin orden judicial en las viviendas que produzcan energía solar", concentrado em saber se tem uma printer 3D em casa e o que faz com ela, por exemplo.

domingo, junho 02, 2013

Curiosidade do dia

Achei interessante:
"We sell for you"
Adequado aos tempos que vamos viver, sobretudo para os "fazedores" e prosumers de Mongo.

sábado, junho 01, 2013

Imagino logo a quantidade de pequenos negócios que podiam ser lançados

Leio "Farm Geeks: Learning to Love the Circuit Board" e começo logo a pensar o desperdício de tempo que são as aulas de informática do 7º, 8º e 9º ano.
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Professores que dão aulas a explicar o Office, quando os alunos já sabem mais do que eles, os alunos são nativos-digitais, os professores são como eu, imigrantes numa terra-nova.
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Fazia muito mais sentido, era muito mais útil, aulas sobre Arduino e programação C, as milhares de coisas interessantes, com futuro e motivadoras para os alunos, que se podiam fazer.
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Imagino logo a quantidade de pequenos negócios que podiam ser lançados para servir os agricultores e os criadores com estes sensores.

Via André Cruz no twitter.

quinta-feira, abril 11, 2013

Mongo em Portugal

"Rosa Pomar. O manual da detective das lãs"
"Rosa Pomar está vinculada às malhas e ao tricot não só pelo projecto desenvolvido para o livro mas também porque é proprietária da loja Retrosaria, ao seu alcance no Chiado de Lisboa, ou através do site retrosaria.rosapomar.com. Ri-se quando diz que a loja é uma maneira de financiar o trabalho que faz, o de pesquisa. Mesmo que assim seja, Retrosaria e trabalho de pesquisa são partes do mesmo todo. Rosa explica: “Tenho conseguido criar e ter à venda na loja fios para fazer malha fiados à mão numa aldeia de Trás-os-Montes, ou numa aldeia do Baixo Minho, fios que são feitos de lã de raças portuguesas, feitos em Portugal da origem ao fim. Por outro lado, o facto de dar workshops na loja também me permite fazer a ponte entre a pesquisa que faço e o público completamente urbano.”
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Há um facto que surpreende Rosa, entre o público que povoa os workshops da Retrosaria: “Hoje em dia é mais fácil encontrar pessoas a quererem fazer meias em Lisboa que em Trás-os-Montes. As pessoas que estão nas aldeias e ainda conservam este saber que adquiriram de forma tradicional não têm muito a quem ensinar.” As explicações são ainda especulações, talvez um mix, como diria Rosa, entre revivalismo, a moda do regresso às origens e a valorização do património. Seja como for, este fenómeno está desenquadrado da sua origem, diz-nos Rosa. “Isto ainda não chegou às aldeias, e espero que chegue antes de essas pessoas morrerem, porque depois já não há ninguém para ensinar.”"