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quinta-feira, setembro 26, 2019

Players shaping the very nature of the game itsel

Um artigo que me seduziu, "Searching, Shaping, and the Quest for Superior Performance" de Gavetti, Helfat e Marengo, publicado por Strategy Science Vol. 2, No. 3, September 2017, pp. 194–209.

"People often think of strategy as a game of chess. The game has a prescribed number of players and a board with preset features, a set of game pieces with prescribed rules for the types of moves that each piece can make and the order in which players can move, and a prescribed objective that a player must meet to win the game, namely, capturing the other player’s queen. As players take turns moving their pieces, they search for the best positioning to ultimately capture the queen. But suppose that players could change the number of spaces on the board, the game pieces, or the available moves for each piece, among other possibilities? Then the players playing the game would also be shaping the very nature of the game itself..
Not all strategy is a game of chess of course, but the analogy helps to motivate the distinction between searching and shaping in business strategy. Firms often search for ways to improve profits and gain competitive advantage within an established business context. If the context changes due to exogenous shifts in factors such as technological change and consumer tastes, firms then adapt by again searching for ways to improve their profits and attain competitive advantage. Some firms succeed in part or in whole, and others do not, closing shop or selling out. In this way, firms co-evolve with the industries and sectors in which they compete. But sometimes firms introduce innovations (in technology, products, resources, and the like) that not only benefit themselves but also fundamentally transform the business context for all firms.
...
Firms do not limit themselves to search in exogenously-determined business contexts. The strategy literature is replete with examples in which firms attempt to shape the contexts in which they do business to their advantage, such as by developing new technologies or altering relevant audience perceptions.
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The critical distinction between shaping and search is whether firms create or alter the payoff structure for all firms in a given business context: search takes place within an exogenously- determined payoff structure, whereas shaping endogenously generates or transforms a payoff structure."
Tanta gente com direitos adquiridos e sempre a gritar:
- Onde está o meu queijo? Quem mexeu no meu queijo? Tenho direito ao meu queijo! Quero o meu queijo!

Os ratinhos que aparecem no iníci desse livro "Quem mexeu no meu queijo" não se interrogam. O queijo desapareceu, azar!
- Bora procurar uma alternativa! Bora criar uma alternativa!

domingo, janeiro 15, 2017

"pela primeira vez um sinal de locus de controlo no interior"

Quando o mundo muda e destrói os alicerces da realidade em que vivemos há duas respostas possíveis:

  • a dos Pigarros, e como nós somos um país de Pigarros, temos direito ao queijo e é preciso que alguém nos arranje o queijo, dê por onde der, queremos o queijo! Tragam-nos o queijo a que temos direito. Mudar? Que horror! Isso não é connosco.
  • a dos que têm o locus de controlo no interior, percebem que o mundo mudou, percebem que com o modelo anterior é insustentável, percebem que estão perdidos e percebem que têm de meter pés ao caminho para construir uma nova abordagem sustentável com o novo modelo do mundo
Por mais do que uma vez já desabafei com a minha irmã que vive há quase 10 anos em Inglaterra a surpresa que foi para mim a leviandade com que os ingleses escolheram o Brexit sem plano. Pois encontro agora, pela primeira vez um sinal de locus de controlo no interior, "Reino Unido admite novo modelo económico para competir com a União Europeia".

Será suficiente? Talvez não... talvez seja apenas um mapa dos Pirinéus para quem está perdido nos Alpes. Ou seja, o ponto de partida para uma viagem de descoberta e co-construção:
"The moral of the story is that when you are lost, any old map will do. The story demonstrates very clearly that it is what people do when they are uncertain that is important, rather than what they plan. By analogy, strategic plans function a lot like maps in which the crucial factor is not the map (or strategy) but the fact that you have something which will get you started on a path to the future. Once people begin to act (enactment), they generate tangible outcomes (cues) in some context (social) and that helps them discover (retrospect) what is occurring (ongoing), what needs to be explained (plausibility) and what should be done next (identity enhancement)." (fonte)
Ou:
"Strategic plans are a lot like maps. They animate people and they orient people. Once people begin to act, they generate tangible outcomes in some context, and this helps them discover what is occurring, what needs to be explained, and what should be done next. Managers keep forgetting that it is what they do, not what they plan that explains their success. They keep giving credit to the wrong thing – namely, the plan – and having made this error, they then spend more time planning and less time acting. They are astonished when more planning improves nothing.” (fonte)


domingo, outubro 02, 2016

"developing the ability to respond to change"

"even the most sophisticated forecasting systems fail because the challenge is not predicting the future - something that is impossible - but developing the ability to respond to change."
Uma frase curta mas que devia motivar mais atenção.
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Até que ponto a nossa organização é capaz de responder à mudança?
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Até que ponto a nossa organização é capaz de tirar partido das mudanças que ocorrem no seu contexto?
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Recordo sempre o que aprendi com Stephen Covey:
Não é o que nos acontece que importa é o que fazemos com o que nos acontece. 
A realidade, o contexto, é amoral, não quer saber da nossa organização para nada. Quando essa realidade muda, talvez a organização precise de um breve período de luto mas depois tem de, ela própria, também mudar.
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Muitas organizações comportam-se como os humanos no livro "Quem mexeu no meu queijo", demasiadas ficam prisioneiras do passado como o Pigarro.
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O sector do leite e da carne de porco são um bom exemplo.

Trecho retirado de "Corporate Plasticity: How to Change, Adapt, and Excel"

segunda-feira, maio 02, 2016

É a vida!

A propósito de "Made-in-Taiwan Used to Mean PC, Now It’s 3D":
"With consumers and businesses switching to smartphones, the PC market that has long dominated Taiwan’s economy is shrinking, and companies such as Acer are struggling."
É a vida!
Lembram-se dos ratinhos do livro "Quem mexeu no meu queijo?"?
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Em Portugal teríamos programas de apoio destinados a prolongar a agonia das empresas cada vez mais enterradas num buraco sem futuro. Teríamos governantes e incumbentes a apelar ao patriotismo para que as pessoas continuassem a comprar PC e não saltarem para os smartphones.
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Teríamos presidentes de câmara a receber representantes das fábricas em dificuldades e a prometer apoio.
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Quando na verdade o que há a fazer é mudar para acompanhar o mercado. Recordar "Táxis versus Uber também na sua empresa".

domingo, abril 03, 2016

Não é fácil!


Para quem está preso à cabotagem, para os Pigarros deste mundo com o seu queijo garantido isto não é fácil.

segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Ponham o cinto de segurança e agarrem-se aos bancos

Um resumo que transmite uma pálida ideia da velocidade a que o mundo muda nos tempos que correm:
"entre 2010 y 2015.
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En ese periodo, la oferta mundial de petróleo aumentó un 11% y su precio cayó un 60%. El precio del hierro bajó todavía más, 77%, y el de la comida, 30%. ¿Qué precios aumentaron? Entre otros, los del cacao (+11%) y el litio (+27%).
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Los usuarios de estos teléfonos [smartphones] pasaron de un 19% de la población mundial a un enorme 75%, y su precio cayó un 58%.
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En 2010, Facebook tenía 600 millones de usuarios activos al mes. Hoy, 1.600 millones de personas lo utilizan mensualmente. YouTube recibía 24 horas de vídeos cada minuto, mientras que el año pasado recibió 400 horas al minuto. En eBay se vendían seis trajes por minuto en 2010 y ahora se venden 90, en tanto que el número de viajeros que se alojaron en habitaciones y casas ofrecidas a través de Airbnb saltó de 47.000 a 17 millones. Los artículos disponibles en Wikipedia aumentaron en 20 millones (de 17 a 37).
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El precio de una bombilla LED cayó un 78%, el de una batería de Li-Ion un 60% y el costo de la energía solar un 37%. La eficiencia en el uso de combustible de un camión Ford (F150) aumentó en 29%. En 2010, la compañía más valiosa del mundo era Petrochina. En 2015 fue Apple.
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Los salarios siguieron estancados en los países más avanzados, mientras que en China aumentaron en un 54%. [Moi ici: Relacionar com isto "This Chinese Company Moved Production to South Carolina to Save Money" ]
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En 2010, especificar la secuencia de un genoma costaba 47.000 dólares. Cinco años más tarde, se hace por 1.300 dólares. Y el precio sigue bajando."
E a sua empresa ... como está a transformar-se? E a que velocidade? 
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Trechos retirados de "El mundo en números

quarta-feira, janeiro 06, 2016

Quão conservadora é a sua PME?


Há anos que escrevemos aqui no blogue acerca da visão arcaica da produtividade que herdámos do século XX e do Normalistão.
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Toda a gente sabe que a produtividade portuguesa é baixa, cerca de 65% da média da OCDE. Como é que se aumenta a produtividade?
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Toda a gente sabe que o aumento da produtividade se consegue com mais produção. E como é que se consegue mais produção? Trabalhando mais horas ou, trabalhando com mais afinco em cada hora.... engraçado como estas são aos propostas da direita e da esquerda no Twitter.
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Pois... recomendo a leitura de mais um texto de Esko Kilpi "A new definition of productivity" com esta provocação:
"The industrial firm is a conservative institution. It tries to maintain stability and often tries to maintain the problems that it was originally the solution to. But the organization of post-industrial society is a disruptor and reformer because its function is to put new knowledge to work – which means to learn. It must be organized for constant change because to learn means to change. It must be prepared for the systematic abandonment of the established and the familiar.
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The task today is asking: “If we did not do this already, would we go into it knowing what we know now and knowing what technologies and new tools have become available?” If the answer is “No”, the next question to ask is: “How could we plan abandonment rather than try to prolong the life of outdated practices?”"
Quão conservadora é a sua PME?
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Continua

quarta-feira, novembro 25, 2015

Turn, Turn, Turn

A leitura de "Adolescentes em transformação" desperta várias linhas de reflexão.
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O avanço da economia das experiências...
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O avanço do fast-fashion e, consequentemente, da produção de proximidade...
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A constante mudança da paisagem competitiva em que as empresas operam. Não há queijo garantido para ninguém, o que funciona hoje deixa de funcionar amanhã.
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Em sintonia com:

quarta-feira, junho 18, 2014

As PMEs anónimas e os outros

Este título "Alemães da Enercon pedem ao Governo português mais espaço para crescer":
"A alemã Enercon, que tem em Viana do Castelo um "cluster" eólico com mais de 1.600 trabalhadores, quer que o Governo português estude soluções para ampliar a capacidade que as suas fábricas têm de continuar a vender torres eólicas para o mercado interno português, de forma a não ficar totalmente dependente das exportações."
Ou seja, uma nova versão das auto-estradas para dar trabalho às construtoras. Assar sardinhas com o lume dos fósforos... a lata desta gente... Gente com o direito adquirido a ter queijo todos os dias.
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Outro título "Sete investimentos de 391 milhões criam 406 novos empregos":
"Paulo Portas anunciou esta terça-feira sete novos projectos de investimento, que totalizam 391,2 milhões de euros e garantem um total de 1.784 postos de trabalho (sendo 406 novos)."
Basta fazer as contas. 391,2 milhões de euros a dividir por 406 novos empregos dá ... cerca de 963 mil euros por posto de trabalho criado... quanto desse dinheiro virá da impostagem aos contribuintes?
"O momento foi ainda aproveitado para fazer um balanço dos três anos de Governo PSD/CDS no que ao investimento diz respeito. O valor captado neste período foi de 1.607 milhões de euros, que receberam incentivos fiscais no valor de 158 milhões, ou seja, cerca de 10% do total.
No último triénio foram criados 2.351 postos de trabalho no âmbito destes projectos. Os investidores estrangeiros tiveram maior preponderância, representando 56% do valor dos investimentos."
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Comparar estas tretas com o desempenho das PMEs anónimas que fazem pela vida sem as benesses do poder...
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Como se pode ler aqui:
"As exportações geram o desenvolvimento virtuoso do consumo e da economia. Em mercados onde o que conta é a capacidade de inovar. De competir. De lutar de forma aberta. Onde Keynes não está. Mas onde estão os empreendedores. Empresários e trabalhadores. Indivíduos. Com visão. E com futuro. E ganha o país."

domingo, junho 01, 2014

O mais difícil

"You begin with a narrow focus on your organization’s unique strength and role.
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That focus helps establish priorities.
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I learned the power of setting a few specific priorities and relentlessly pushing them."
Cada vez me convenço mais que esta disciplina é a mais difícil de todas. A de deliberadamente descartar hipóteses, estando sujeito aos erros alfa e beta e, sujeitos a que aquilo que é verdade hoje ... amanhã é mentira.
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E não há folha de cálculo sem riscos, sem incertezas...
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E não há direitos adquiridos... o queijo pode desaparecer, ponto.

Trecho retirado de "To Lead, You Must Focus"

domingo, abril 06, 2014

Procurar o queijo

O Portugal que navega nestas águas "Tão novos e já tão velhos" devia reflectir sobre "Design Can Drive Exceptional Returns for Shareholders", por exemplo:
"The bottom line is that companies that use design strategically grow faster and have higher margins than their competitors. High growth rates and margins make these companies very attractive to shareholders, increasing competition for ownership."
Há os que esperam pelo queijo a que julgam ter direito e, depois, há os que vão à procura dele.

sábado, março 29, 2014

Pior do que um governo socialista... (parte II)

Parte I.
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Já aqui escrevemos várias vezes sobre o que está a acontecer no sector do vinho do Douro. Um pouco como em todos os sectores de actividade económico com futuro, está-se a apostar em marcas, com maior valor acrescentado, com marketing, em detrimento do granel.
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Recordar:

O que é que uma mentalidade socialista propõe para fazer face a esta evolução?
"No ano de 2001, a RDD produziu 155 mil pipas de mosto generoso, que vendeu por um valor total de 172 milhões de euros; já no ano de 2013, produziu apenas 100 mil pipas, as quais renderam à lavoura 88 milhões de euros. Ou seja, neste período de 13 anos a RDD perdeu, em receitas com o Vinho do Porto, qualquer coisa como 730 milhões de euros, a que deverão ser acrescidas ainda as perdas de rendimento no vinho de mesa que, podem ser estimadas certamente, à falta de estatísticas oficiais, em mais de 250 milhões de euros no mesmo período, num total de quase mil milhões de euros!"
Actuação por parte dos produtores? Pensamento estratégico? Criação de marcas? Alteração de castas?
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Propõe o costume: chamar o papá-Estado!
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Este trecho:
"Os cerca de 45 mil hectares de vinha da Região Demarcada do Douro (RDD) produzem anualmente, em média, 260 mil pipas de mosto que, de acordo com a CIM-Douro, "deveriam garantir o justo sustento, quer direta quer indiretamente, a dezenas de milhar de famílias portuguesas"."
Faz-me recordar o "Quem mexeu no meu queijo!". Mexeram no queijo dos senhores e agora o papá-Estado é que tem de resolver... o que será que eles entendem por:
""uma atuação imediata e assertiva""? 
Desconfio que querem preços financiados pelo governo:
"A moção da CIM-Douro vinca ainda que "esta quebra de receitas, designadamente a provocada pela diminuição do preço unitário de venda que, anualmente, se vem verificando, já não permite amortizar os investimentos efetuados com capitais próprios, pelo que está a provocar uma desvalorização do património (por abandono ou deficiente granjeio das vinhas) e a entrega desse património às entidades bancárias que financiaram esses investimentos"."
Apostam na produção, apostam na quantidade, apostam no granel e, esquecem o lado intangível, a marca, o marketing... aposta errada, é a vida! Acontece em todos os sectores económicos todos os dias.
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Precisamos de 40 anos no Sinai para depurar esta mentalidade socialista... não merecem entrar na Terra Prometida onde corre leite e mel. E o mais engraçado é que ela já cá está, ela não é um sítio onde se vai, ela é um sítio que se começa a criar na cabeça de cada um.
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BTW, miraculosamente, um governo socialista toma uma medida liberalizadora:
"Outra medida que não é vista com bons olhos pelos autarcas é a intenção de alterar os estatutos da Casa do Douro, deixando de ser uma associação de viticultores de inscrição obrigatória, o que no seu entender "redundará necessariamente numa divisão da produção e maior deterioração do seu poder negocial"."
E a reacção socialista é sempre a mesma:
-Liberdade!? C'orror!!! 
 Trechos retirados de "Autarcas acusam Governo de ainda não ter feito nada para resolver a crise do Douro"

domingo, dezembro 29, 2013

Mudar de vida

Uma das formas que as empresas têm para ultrapassar uma fase má é mudarem de vida.
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Mudar de vida passa, muitas vezes, por mudar de modelo de negócio, por mudar de posicionamento, por mudar de clientes-alvo, por mudar de mecanismo de distribuição, por mudar de propostas de valor, por mudar de estratégia, ou por combinações das anteriores.
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Várias vezes aqui no blogue já escrevi sobre os que protestam impotentes contra os preços a que são obrigados a vender o fruto do seu trabalho, a agricultura e a pesca são casos recorrentes.
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Normalmente aconselho a fazer o by-pass à distribuição e a mudar o posicionamento, a internet facilita essa transição para uma integração vertical. Hoje, encontro este caso muito interessante e que talvez possa servir de exemplo concreto para alguns empreendedores, "Down to Business: Transform your business model and transform your profits".
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Mudou de clientes, de posicionamento, de mercado, e, depois, por fim, aquele pormenor de abrir as portas do seu barco aos clientes, para se inscreverem, a pagar, para irem pescar o que irão comer, é a cereja no topo do bolo.

segunda-feira, dezembro 10, 2012

Atitude, atitude, atitude e ...

Como ali tenho na coluna de citações:
"Winners make a habit of manufacturing their own positive expectations in advance of the event."
Como ontem sublinhamos, a atitude é cada vez o mais importante no negócio, o que ajuda a fazer a diferença.
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Desde há algum tempo que, com agrado, verifico que o discurso de quem está no sector agrícola se aproxima cada vez mais do que encontro no sector do calçado há vários anos: confiança, discurso positivo e até locus de controlo no interior. Tão distante da conversa de Pigarro de 2009.
"“Os nossos produtos têm uma aceitação extraordinária no estrangeiro. Trata-se, naturalmente, de uma questão de qualidade, mas também do resultado de uma certa carga de exotismo que os nossos produtos transmitem.” A firmação é de António Santos Andrade, administrafor da associação de produtores LusoMorango, que exporta 90 por cento da produção.
A ideia de que os produtos portugueses, nomeadamente a fruta e os legumes, têm um grande sucesso nos mercados internacionais é partilhada por José Bastos, administrador da Prosa, entreposto de kiwis.

Essa é também a percepção de José Manuel Gomes, director comercial da Casa da Prisca, que coloca também a tónica na tecla da qualidade. “Quando vamos a feiras internacionais, enche-nos de satisfação ver o agrado com que apreciam os nossos produtos e as referências elogiosas que lhes emprestam”, afirma.

Quanto à Lusomorango, trata-se de uma associação de produtores criada precisamente com o objectivo da exportação, por isso, a quase totalidade do que os seus associados produzem destina-se ao mercado internacional.
Se mais produzíssemos, mais conseguiríamos vender. Posso, dizer-lhes, sem qualquer receio que nós não chegamos, de forma alguma, para as encomendas”, diz António Santos Andrade.
Pelo mesmo diapasão afina José Bastos, lembrando que “a produção de kiwi português tem aumentado, mas o kiwicultores portugueses também têm procurado, com insistência e sucesso, novos mercados.”
Contudo, infelizmente, ainda se encontram restos da mentalidade antiga de algum locus de controlo no exterior:
Nós ganhámos o prémio ‘Inovale’, em Barcelona, a candidatos poderosíssimos e, por cá, ninguém deu qualquer destaque a isso”, lamenta o gestor. (Moi ici: Esperar que sejam os outros a dar destaque a isso é insuficiente. Ganharam um prémio importante? Óptimo! Agora, façam uso dele, ponham o vosso departamento de marketing a trabalhar, não esperem que sejam os outros a fazer o trabalho dele. Esta falha, explica o discurso que se segue)
Mas o que José Manuel Gomes mais lamenta é a circunstância de a grande distribuição baixar os preços muito à custa dos produtores. “A grande distribuição” não pode continuar a esmagar as margens dos produtores. Isso arruína as empresas”, afirma.
(Moi ici: A grande distribuição é como o escorpião. Não fazem isso por maldade, está-lhes na sua natureza, está no seu ADN, está no âmago do seu modelo de negócio. Se a Casa da Prisca aproveitar os prémios que ganha para fazer marketing junto dos clientes dos seus clientes, junto dos consumidores que compram à grande distribuição. Então, a Casa da Prisca deixa de empurrar o seu produto para as prateleiras da grande distribuição e passarão a ser os consumidores a puxar o produto das prateleiras. Nessa altura, o dono da prateleira deixa de fazer um favor ao produtor, ao deixá-lo ocupar a prateleira, e passa a ter interesse em que o produtor esteja na sua prateleira, pois os consumidores procuram-no. Basta estudar o exemplo da Purdue aquiaqui e aqui. Por que vendem à grande distribuição? Por causa dos volumes escoados? Quanto mais vendem à grande distribuição, mais querem vender e a adição instala-se e, para o fazer, entram no canto de sereia da grande distribuição, começam a cortar no marketing dirigido aos consumidores, os únicos que podem mandar no dono da prateleira, e começam a ficar cada vez mais dependentes do dono da prateleira até que se tornam reféns)É por isso que nos últimos anos, a Casa da Prisca se tem dedicado cada vez mais à exportação, participando nas maiores feiras internacionais da alimentação.
“Já colocamos no mercado internacional 22 por cento do que produzimos, e o nosso objectivo é continuar a aumentar as exportações”, afirma José Manuel Gomes…"

Trechos retirados do suplemento "Um sector com grande futuro - Agricultura" publicado pelo Correio da Manhã.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Cuide do seu queijo

"Most companies I know have been running pretty hard lately. And, like the White Rabbit in Alice in Wonderland, many feel that the faster they go, the behinder they get."
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O famoso Red Queen effect que mata as empresas através da anorexia.
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Quem está entre a manada tem de correr mais sob pena de não ter ração para viver mais um dia, como todos correm mais ou menos juntos, quanto mais um corre mais os outros correm também... até ao esgotamento, quando já não há músculo e é só osso. Nessa altura ficam apenas aqueles que desde o princípio estavam destinados a vencer, não pela sorte mas pela análise fria dos números, como Cornuallis.
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Cornuallis tinha um exército mais experiente, mais disciplinado, mais bem armado e mais numeroso. Ganhou enquanto os revolucionários lutaram seguindo as mesmas regras... começou a perder e perdeu a guerra da independência quando os revolucionários mudaram as regras do jogo.
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"Especially after the last few years, when chasing business has sometimes been frantic, this is a good moment to stand back and ask yourself some hard questions. One of them might be: What's most important now: growth or consolidation?"
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Um das mensagens que continuo a considerar válida, ano após ano, é: impaciente com os lucros e paciente com a quota de mercado, com o volume. É uma vacina contra a comoditização e uma forma de apostar constantemente na subida na escala de valor potencial.
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Talvez 2012, com o choque que o meio abiótico vai proporcionar às empresas, seja um bom ano para reflectir sobre quem tirou o meu queijo:
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"1. Poor strategic focus.
When you take any business you can find, it's easy to discover that your positioning is now way off course–or non-existent." (Moi ici: Em que é que são bons? Em que é que se podem especializar e fazer a diferença? O que é que os apaixona?)
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"2. Bad customers.
Not all customers are equal. Some are demanding and that helps you become better at your job. But others are demanding just for the sake of it. They Drain your time, attention, and patience, and, in essence, they take far more than they will ever pay for. Pure pursuit of revenue says that you have to keep pleasing them. A more analytic approach would highlight the degree to which some customers are unprofitable and therefore need to be fired."  (Moi ici: Quem são os clientes-alvo? Talvez a pergunta mais vezes colocada neste blogue e nas empresas com que contacto. As empresas deviam ser "obrigadas" a fazer as suas curvas de Stobachoff para terem umas surpresas e descobrirem formas simples de aumentarem o lucro)
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"3. Expensive footprint.
It's tempting to take business wherever you can find it. But a very broad geographical spread can cost you a fortune in time and travel. While it may look as though that customer on the other coast takes just a day's work, in reality getting there takes one day and getting back takes another. Does the income justify that expense?"  (Moi ici: Ghemawat em "World 3.0" visualiza como isto é importante. As relações comerciais são sobretudo com os "vizinhos", a importância da proximidade. Mais perto mais flexibilidade, mais relação e menos probabilidade do preço ser o order winner)
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"4. Valuable time.
Many businesses fall into what I call the revenue/time trap. They are so busy chasing cash that they don't have the time to sit down and invest the time and resources required to develop new products or new markets. Impulsive and energetic, they work hard but never attain momentum." (Moi ici: Aquilo a que chamo drenagem do presente, motivo pelo qual falo não de uma empresa mas de 4 em simultâneo e como isso requer jongleurs nas empresas)

quarta-feira, julho 14, 2010

Determinação, paixão, procura, caminhada.


"There are no guarantees in life, and determination is only an essential ingredient, not a suficient one. People try and some of them fail. But a lot more never try, and they cannot win.
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The point is worth stressing. In a free market economy, scarcity (the relative supply and demand), not inherent value, is rewarded. (Moi ici: Como isto se afasta do cânone marxiano dominante... o valor não decorre da quantidade de trabalho embutida na sua criação, produção e distribuição, mas da maior ou menor escassez aos olhos de quem compra.) If many other people have what you have, then you cannot earn a premium or distinguish yourself just because you have it.
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Intelligence, IQ, brains, and smarts are all important, but they are also more common than drive and determination. The latter will be more highly rewarded and also more determinative of
future success."
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O valor de um produto/serviço está sempre sujeito à corrosão:
  • alguém pode copiar e fazer o mesmo, adeus escassez;
  • alguém pode aparecer com algo melhor, adeus liderança;
  • pode-se descobrir algo negativo que se desconhecia sobre o produto/serviço, adeus interesse
O fundamental é a determinação da procura contínua, alicerçada na paixão.
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O fundamental é não acreditar que haverá sempre queijo garantido no dia de amanhã!
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Trechos retirados de "Strategy and the Fat Smoker" de David Maister.

quinta-feira, abril 22, 2010

Qual a diferença entre o tratamento sintomático e o ataque às causas-raiz? (parte VII)

Terminei recentemente a leitura de um pequeno livro "Picos e Vales", uma fábula do mesmo autor de "Quem Mexeu no Meu Queijo?", Spencer Johnson.
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O livro é uma lição sobre como desenvolver e ampliar o locus de controlo interno do leitor, convenhamos que é algo que cada vez mais está em falta neste país - gente com o seu locus de controlo no interior.
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Quando tanto se fala em negação da realidade, a primeira regra, de um sumário delas que o livro reúne, sobre como utilizar os picos e os vales no trabalho e na vida é:
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"Faça-se Amigo da Realidade
Quer esteja temporariamente no alto de um Pico ou em baixo num Vale, pergunte a si mesmo: Qual é a verdade desta situação?"
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"Que quer dizer ver a verdade! Não aquilo que eu desejo, ou receio que aconteça, mas o que é realmente verdadeiro nos meus períodos bons e maus."
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Quando nos ficamos pelo tratamento sintomático, quando não vamos às causas-raiz, voluntariamente ou não, não descobrimos a verdade das situações. Se não descobrimos a verdade das situações, e se as situações são eventos que decorrem de comportamentos que, por sua vez, decorrem de estruturas sistémicas... sem conhecer a verdade das situações nunca descobrimos quais as estruturas sistémicas que estão a actuar no sistema, ou seja, estamos condenados a obter sempre os mesmos resultados indesejados.
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Isto tanto se aplica ao PEC, como à erosão das vendas da empresa, como aos nossos vales pessoais.
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ADENDA 1 - O que disse hoje Camilo Lourenço no RCP (Não vai à raiz...) BTW, ele chama-lhe lastro, eu chamo-lhe cuco.
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ADENDA 2 - Que formidável estado de negação grassa na Grécia... quase como as crianças que fazem birra na feira porque o papá, ou a mamã, não tinha dinheiro para lhes comprar o boneco, ou o gelado, ou ... BTW, a Avoila e o Picanço estarão por lá a tirar notas e apontamentos?

sábado, dezembro 05, 2009

O futuro de uma agricultura portuguesa com futuro

"Belmiro de Azevedo investe na produção de kiwis" kiwis no noroeste ibérico, mirtilhos no Vouga, morangos na costa alentejana, relva na costa algarvia ...
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Este é o futuro de uma agricultura portuguesa com futuro, é a minha crença profunda. Já em Maio de 2008 escrevi este postal "Pensamento estratégico" a defender o então ministro da Agricultura Jaime Silva por ele partilhar estas ideias.
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Os agricultores portugueses são como o Pigarro do livro "Quem mexeu no meu queijo" (o acetato 17 é Portugal em todo o seu esplendor!) continuam a fazer de conta que são agricultores, quando na verdade são funcionários públicos encapotados que vivem à custa de subsídios.
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A afirmação de João Pigarro Machado da CAP e, depois, a eloquente resposta do Ministério da Agricultura... está lá tudo naquela resposta... diferenciação, vantagem competitiva, nicho, valor acrescentado.
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Não me parece que Belmiro de Azevedo seja pessoa se meter num negócio sem vantagens competitivas, sem hipóteses de diferenciação, sem hipóteses de ganho.
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Lá está, o que é difícil é mudar, é deixar de fazer o que sempre fizemos porque sempre deu... mas agora deixou de dar.
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Os Pigarros condenam-se a eles próprios e por arrasto atrasam e arrastam a comunidade que os rodeia... a não ser que, como o Gaguinho, aprendamos a mudar quando é preciso mudar, ou até mesmo a antecipar a mudança.

quarta-feira, setembro 30, 2009

Um país de Pigarros!

Por causa de um comentário feito a um postal deste blogue, senti curiosidade para folhear um livro que há uns anos andava nas bocas do mundo e era muito bajulado e, por isso, como contrário que sou, nunca tive vontade de o comprar, desconfiado com a promoção: “Quem mexeu no meu queijo”. Assim, na passada sexta-feira, no intervalo do almoço, entre a deslocação de uma empresa para outra, comprei e li praticamente o livro todo.
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Neste caso, as minhas suspeitas não tinham fundamento, o livro é realmente muito interessante, muito elucidativo, muito andragógico…
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Desde sexta-feira última que não consigo deixar de relacionar os exemplos da série “Agarrem-me senão eu mato-me!!!” com os dois humanos retratados no livro, sobretudo o Pigarro.
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O nosso queijo desapareceu, nós que tínhamos direito ao queijo ficamos sem ele. Como é possível!?!
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Ontem, a meio da manhã, a caminho de uma empresa, ao contornar uma rotunda próximo do centro da cidade de São João da Madeira, dou de caras ali, bem à minha frente, com um cartaz gigante para a campanha das eleições autárquicas. A mensagem principal do cartaz era:
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Mais Acção Social por todos nós!
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Não interessa o partido, esse assunto é secundário, por que qualquer um dos cinco partidos mais votados secundaria este slogan.
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O que me preocupa é a relação com o livro “Quem mexeu no meu queijo!”
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Só se fala em distribuir, distribuir, distribuir e ninguém fala em criar riqueza!
É como no livro, os humanos que continuam à espera que chegue o queijo à estação Q… por que sempre foi assim, por que são humanos, por que são especiais, por que são “entitled”
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E criar riqueza? E procurar o queijo? E fazer pela vida à procura de novas fontes de queijo?
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Vou procurar destacar alguns exemplos do livro e relacionar com o peditório a que todos os dias somos sujeitos para apoiar… por exemplo, este caso.
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Continua.