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quinta-feira, novembro 16, 2017

Estratégia corporativa

Ao longo da minha vida profissional tive poucas oportunidades, 2 ou 3, de trabalhar a este nível, o corporativo, o da sociedade gestora de participações, o do grupo de empresas.

Um trabalho interessante, o de criar valor a partir da sinergia entre várias empresas para que valham mais juntas do que separadas.

Guardo aqui para rever, numa eventual oportunidade futura de trabalho, este texto muito interessante, "Four Logics of Corporate Strategy"

quarta-feira, abril 20, 2011

A rede de sinergias e o seu papel na captura de valor

Gosto de usar este esquema quando apresento a sinergia de uma proposta de valor assente no serviço:
1. Presta-se o serviço, para 2. fortalecer a relação e 3. desenvolver uma relação de fidelização. O prolongar e o aprofundamento da relação permite 4. adquirir mais conhecimento sobre o cliente, e sobre as suas necessidades. Se se cultivar a flexibilidade, mais conhecimento sobre o cliente e as suas necessidades, gera 5. novas oportunidades para alargar a gama de serviços prestados e, assim, reforçar 6. a relação de fidelização, criando novas oportunidades , 7. para fortalecer a relação, para prestar serviço e para demonstrar flexibilidade.
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Enquanto não se quebrar a confiança, o ciclo pode prolongar-se indefinidamente como um ciclo virtuoso.
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Quando escrevi sobre a mymuesli e sobre o mundo de nichos de customização não tinha feito a ponte para o ciclo das sinergias da proposta de valor do serviço.
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Quando comentei o artigo de Chad Syverson sobre a maior ou menor substituabilidade de um produto não tinha feito a ponte para os serviços.
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Quando escrevi este postal sobre as empresas de formação e o buraco onde se enterram, não fiz a ponte para:
  • o ciclo do serviço;
  • a customização e a co-criação; e
  • a vantagem da menor substituabilidade.
O que me levou a juntar todas estas peças foi a leitura de um artigo do Strategic Management Journal, "Value Creation, Competition, and Performance in Buyer-Supplier Relationsips" de Olivier Chatain. Alguns recortes:
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"Brandenburger and Stuart (1996) posited that the concept of added value, the increase in total value creation when a firm is added to a strategic interaction, can be used to gauge ability to capture value.
Subsequently, studies applied to specific issues have used these formal methods to analyze the role of demand in pursuing sustainable advantage, the choice between generalist and specialist strategies , and the role of central network positions in value capture.
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Empirical studies in the RBV tradition have shown capabilities to matter to firm performance.
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The value-based approach provides a holistic treatment of how the blending of competition and capability heterogeneity generates performance differentials. It retains one of the fundamental insights of the RBV, that capability heterogeneity is a root cause of performance differentials in the product market, while giving the opportunity to work outside the domain of the Ricardian model of market competition and to expand the applicability of capability-based analysis of competitive outcomes.
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Client-specific value creation results when, for instance, the knowledge a supplier acquires about a client is instrumental to delivering a service to or customizing a product for that client, but is not useful for serving other clients. I show that when the client-specific component of total value creation is high relative to other, non-client-specific components, the set of relevant competitors can be dramatically reduced. We can thus trace the competitive pressures faced by a supplier to the small number of competitors with a high level of client-specific value creation ability. It is to these suppliers that a buyer is more likely to threaten to turn to when trying to negotiate better terms with an existing supplier.
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I argue that if client-specific value creation is important, the set of relevant competitors can be defined with reference to buyers’ existing supplier relationships. The hypotheses focus on two dimensions of value creation, expertise advantage and client-specific economies of scope, and their link to value capture under competition. The concept of added value is used to relate value creation and value capture.
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I find that new client needs are much more likely to be fulfilled by law firms that are already providing other legal services to that client. This suggests that client-specific knowledge is a large component of value creation. I analyze the determinants of two dependent variables linked to value capture: client relationship stability and law firm profitability. I find that a law firm’s level of expertise relative to the set of competitors sharing the same client is significantly related to the stability of the client relationship."
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E qum diz "law firm" diz contabilidade, consultoria, formação... se praticadas fugindo ao negócio do preço mais baixo.

sexta-feira, dezembro 24, 2010

A evolução da ideia de mosaico estratégico (parte VI)

Continuado daqui: parte Iparte II, parte IIIparte IV e parte V.
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Numa linguagem visual, como é que eu reúno e aplico tudo o que está para trás?
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1. Identificar o ecossistema com que a empresa lida
2. Quem são os clientes-alvo? Quem são os distribuidores-alvo? Há terceiras partes envolvidas? (Já trabalhei em desafios em que a chave do sucesso da estratégia escolhida estava em trabalhar os prescritores-alvo)
3. O que fará com que essas personagens-chave fiquem satisfeitas?
4.Que objectivos estratégicos devemos perseguir para que os atributos, que satisfazem as personagens-chave do nosso enredo, sejam atingidos?
 5.Assim, quais são os objectivos estratégicos, na perspectiva interna de um mapa da estratégia, que devemos perseguir para conseguir satisfazer as personagens-chave?
Este momento é fundamental! Uma empresa tem de fazer muita coisa. Só que para muitas dessas coisas não é preciso ser excelente, basta ser eficiente, basta não cometer erros, basta não dar tiros nos pés. No entanto, para aquelas acções que levam à satisfação das personagens-chave vale a pena procurar ser excelente, pois é nelas que se fará a diferença.
É passar a ver a empresa, a organização, como uma máquina dedicada, paranóica, devotada a criar os objectivos que satisfarão as personagens-chave:
Uma empresa é uma caixa negra. Esse é o nível para lidar com as saídas da empresa. Mas como é que se produzem essas saídas? Ou seja, temos de entrar na caixa negra e perceber como nascem, que actividades, realizadas por pessoas concretas, contribuem para os objectivos estratégicos.
6.Modelar o funcionamento da empresa como um sistema de processos, recorrendo à abordagem por processos:
7.Identificar os processos críticos e segregá-los dos processos contexto:
Este exercício permite identificar processos necessários para executar a estratégia e que actualmente não existem na organização.
8.Identificados os processos críticos, podemos continuar a aprofundar a pesquisa e olhar para cada processo, para os seus resultados como a consequência natural, como o efeito de um conjunto de causas a montante:
Agora conseguimos relacionar as pessoas concretas (e as suas competências, e as suas qualificações, e os seus objectivos) com os objectivos estratégicos.
Agora conseguimos relacionar as máquinas e sistemas de informação com os objectivos estratégicos.
Agora conseguimos relacionar os tipos de materiais que temos de usar com os objectivos estratégicos (não esquecer Verónica Martinez et al.: “Creating and managing value in collaborative networks” de Umit Bititci, Verónica Martinez, Pavel Albores e Joniarto Parung, e “Aligning value propositions in supply chains” de Verónica Martinez, despertam-nos para a importância do alinhamento da proposta de valor numa cadeia de valor.)
Agora conseguimos relacionar cultura da empresa e objectivos estratégicos.
Agora conseguimos relacionar métodos de trabalho, actividades, tarefas elementares com os objectivos estratégicos. Terry Hill ensinou-me a fazer estes quadros para ajudar a criar coerência entre as actividades, o tipo de máquinas, a filosofia de produção e planeamento e as prioridades estratégicas dos clientes.
O último livro que me acaba de chegar para a lista de leituras é,
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Não há acasos!!!
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"The Essential Advantage - How to Win with a Capabilities-Driven Strategy" e eles também escrevem sobre esta coisa da coerência.
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Quanto mais uma empresa aposta num conjunto de actividades relacionadas entre si, interdependentes e com potencial sinérgico, para criar algo com valor reconhecido pelo mercado mais parece que emerge algo que não está lá antes (um pouco como: O João e a Maria. O João e a Maria formam um casal, constituem uma família. A família é composta pelo João e pela Maria... mas é muito mais do que o João ou a Maria. Esse muito mais só existe, só aparece, por que à priori estão presentes o João e a Maria). O ponto é, como referem muitos dos autores da parte V, o número de factores e de combinações é formidável e permite que diferentes empresas trabalhem para diferentes clientes em diferentes campeonatos. E, como acredito que a economia é uma continuação da competição biológica é importante recordar estas figuras.
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Esta estava para ser a última parte da série.. contudo, ontem, ao final do dia, um desabafo de Alex Osterwalder levou-me a descobrir na net o número de Janeiro de 2011 da revista Harvard Business Review dedicado aos modelos de negócio. Julgo que há lá algo que merece ser adicionado a esta série. Por isso...
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Continua.
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PS: Verifico que nesta série não fiz qualquer referência ao autor que me ensinou a usar a palavra mosaico neste contexto, Costas Markides. Acho-a muito mais ... adequada do que rede ou do que tecido.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Um emaranhado auto-catalítico que conspira para emergir uma sinergia competitiva bem sucedida

Parte I, parte II.
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Na parte I abordam-se as questões a considerar para formular, ou reformular, uma estratégia.
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Na parte II chama-se a atenção para o aviso: façam escolhas claras!!!
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Depois, lembra que as escolhas têm de se reforçar num emaranhado auto-catalítico que gera uma rede de sinergias, e o poder realmente surge da conspiração que emerge dessas sinergias:
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"Choosing what to do and what not to do is certainly an important part of strategy. However, strategy is much more than this. Strategy is also about combining these choices into a system that creates the requisite fit between the needs of the environment and what the company does. Combining the firm's choices into a well-balanced system matters more than the individual choices.
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In designing the company's system of activities, managers must bear four points in mind:
  • first, the individual activities we choose to do must be the ones that are demanded by the market...
  • second, the activities we decide to perform must fit with each other...
  • third, activities must not only fit but must also be in-balance with each other...
  • finally, in designing these activities, not only should we pay particular attention to the interrelationships in this system but we should also be aware that the "structure" of the system will drive behaviour in it. What our people do in the firm is conditioned by this underlying structure. Therefore, if we want to change behaviour, we will have to change the structure of the system."
Este encaixe, esta combinação é mágica. O stuck-in-the-middle é a consequência de não se assumirem estas sinergias.
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Continua.


sexta-feira, dezembro 12, 2008

O dilema... ou o rastilho para a parte XI...

... desta série.
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Há meses um empresário pediu a minha opinião relativamente a um dilema que o preocupava.
Tinha uma família de produtos maduros que ainda gerava dinheiro, apesar das margens serem muito baixas. Eram o passado, mais tarde ou mais cedo acabariam por ficar definitivamente obsoletos e teriam de ser descontinuados. No entanto, tal cenário extremo ainda poderia demorar alguns anos a consolidar-se.
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Tinha uma outra família de produtos. Produtos novos, inovadores, com margens interessantes e ainda em fase de expansão.
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- Devo descontinuar a produção dos produtos envelhecidos e concentrar todos os recursos nos novos?
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A resposta devia ser fácil… fazendo fé na figura 12 deste documento.
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Não devemos misturar diferentes propostas de valor, as opções que somos obrigados a tomar para optimizar o desempenho para uma, contradizem as opções que devemos tomar para optimizar o desempenho para a outra.
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Então, se é assim tão claro… onde está o dilema?
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O dilema residia na dificuldade em abdicar de um produto rentável, ainda que com margens reduzidas, e assim, alimentar, fomentar, subsidiar futuros concorrentes, abandonando terrenos ainda com potencial.
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Continua.

quarta-feira, outubro 17, 2007

As potenciais sinergias de um grupo

Já ontem na rádio, ao ouvir esta notícia do Público de hoje "PTM diz-se preparada para as ameaças decorrentes do processo de cisão", lembrei-me de inverter os papeis.

A notícia fala sobre "28 alertas e ameaças que a Portugal Telecom deixa num exaustivo documento sobre os factores de risco da PT Multimédia, após a conclusão do spin-off, prevista para o próximo mês". Agora, esqueçamos a PT e a PT Multimédia, e pensemos antes nas empresas que fazem parte de um grupo, e que não criam valor através da criação e aproveitamento de sinergias resultantes dessa relação.

Os alertas e ameaças que a PT deixa, sobre a cisão PT - PT Multimédia, podem ser lidos como uma lembrança dos desperdícios em que um grupo pode incorrer, quando não cria, quando não promove sinergias entre as diferentes empresas que o constituem