segunda-feira, novembro 19, 2007

A Dream Society

Já aqui falei, por uma ou duas vezes, no livro de Pankaj Ghemawat “Redefing Global Strategy – Crossing Borders in a World Where Differences Still Matter

O capítulo 4 – “Adaptation” é muito, muito interessante. Ghemawat acredita que “seems to be a common bias towards under-adaptation in cross-border strategies. Part of the solution, as suggested earlier, is to analyze the differences that still divide countries instead of ignoring them because of a belief that they are or will become insignificant.”

Assim, propõe quatro alavancas, cada uma com quatro sub-alavancas, para lidar, para gerir as diferenças, a variedade: nos produtos; nas políticas; no reposicionamento; nos indicadores.

As alavancas passam por:
Enfoque - Reduzir a necessidade da variedade;
Externalizar – Reduzir o “peso” da variedade;
Design – Reduzir o custo da variedade;
Inovação – melhorar a eficácia da variedade.

Um aviso:
“Nor are the sublevers, and even the levers, mutually exclusive. That said, given their distinct requirements and ramifications, trying to achieve superior leverage along all the different levers or sublevers is probably a foolish pursuit. For one thing, excellence at any form or adaptation typically requires an aligned organization.”

Algumas conclusões:
“Very few businesses can operate on either a totally localized or a totally standardized basis across borders.”
“It is possible to adapt too much or too little – although the latter may be more common.”





Atenção variedade, não é o mesmo que variabilidade.


Variabilidade é a flutuação aleatória ou sistemática, que impede, por exemplo, que o volume de cerveja nas sucessivas garrafas que saiem de um enchedora seja sempre o mesmo.


Variedade é o que dá sabor à vida, diferenças deliberadas e planeadas que geram diferentes produtos e serviços: cor, som, brilho, sabor, cheiro, tudo o que apele aos sentidos, para cativar clientes.

E os jornalistas do Expresso ainda perguntam a Jagdish Bhagwati “Como podem os pequenos países como Portugal lidar com a globalização?”

A minha resposta recorre a uma pergunta:
Como é que o Hezbollah enfrentou o poderoso exército israelita?

Em sintonia com Chris ‘Long Tail’ Anderson, em sintonia com Tom Peters:
“Future products will have to appeal to our hearts, not to our heads.”

Nesse mundo, nessa Dream Society, o que conta é a diferença, a originalidade, a variedade, não a uniformidade, o cinzentismo, o contentor. Há outro acetato de Tom Peters que recordo, um com este texto:

““It suddenly occurred to me that in the space of two or three hours he never talked about cars.” —Les Wexner”

Na Dream Society o que as empresas vão precisar, como de pão para a boca, é de líderes sonhadores, líderes visionários, líderes que fomentem, promovam, acarinhem a novidade e a experiência.
Por isso, estranho como as grandes empresas ainda estão na onda dos gestores, que sabem tudo sobre a gestão financeira, e os seus rácios… mas que não conhecem, não provam, não sonham, não “dormem” com os seus produtos.

Sabem tudo sobre como reduzir custos, mas nem sabem o que é criar valor. Como não sabem seduzir clientes, só conhecem a linguagem do preço… e dos custos.

domingo, novembro 18, 2007

Aula # 6

Disciplina: Tecnologia e Inovação Ambiental I
4º ano de Engenharia do Ambiente, da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa
Módulo: Sistemas de Gestão Ambiental

Acetatos aqui:

A propósito do uso da cartografia de processos (process mapping) durante o levantamento ambiental. Porque vai ajudar a trabalhar:
  • as responsabilidades, autoridades e atribuições (4.4.1);
  • a formação, a sensibilização e as competências (4.4.2);
    o controlo operacional (4.4.6);
    a prevenção e a respostas a situações de emergência (4.4.7);
    a monitorização do que é relevante (4.5.1).
Proponho a leitura, para aprofundamento do tema, quando for útil um dia mais tarde na vida activa:

  • Environmental Management Systems Process Mapping Approach—DRAFT;
  • The Nothing to Waste Program: Incorporating Pollution Prevention into Small Businesses (o primeiro capítulo);
  • Process Mapping and Mass Balances - aqui; e
  • P2 Tools - aqui.Mais relacionado com as competências dos recursos humanos e a abordagem por processos, convido à leitura deste postal.
Não tem nada a ver com sistemas de gestão ambiental mas... por que será?

Merece um encore

"Nella Fantasia"
Chloe Agnew

A voz, o timbre, por um lado e o solo de oboé por outro ... é estupidez querer traduzir isto em palavras, sente-se e ponto!

Pós-Graduação: Gestão de Organizações e Desenvolvimento Sustentável

Pós-Graduação: Gestão de Organizações e Desenvolvimento Sustentável

Sessão 6: Acetatos aqui.

A propósito do uso da Ferramenta FMEA na área do ambiente, aqui vai uma sugestão interessante "How to Use FMEA to Reduce the Size of Your Quality Toolbox".

A propósito do uso da cartografia de processos (process mapping) durante o levantamento ambiental. Porque vai ajudar a trabalhar:

  • as responsabilidades, autoridades e atribuições;
  • a formação, a sensibilização e as competências;
  • o controlo operacional;
  • a prevenção e a respostas a situações de emergência;
  • a monitorização do que é relevante.
Proponho a leitura, para aprofundamento do tema, quando for útil:

  • Environmental Management Systems Process Mapping Approach—DRAFT;
  • The Nothing to Waste Program: Incorporating Pollution Prevention into Small Businesses (o primeiro capítulo);
  • Process Mapping and Mass Balances - aqui; e
  • P2 Tools - aqui.
Mais relacionado com as competências dos recursos humanos e a abordagem por processos, convido à leitura deste postal.

We're in control

Nós estamos ao volante!
Nós controlamos!
Nós gerimos a nossa vida e fazemos o nosso destino!

Espreitem este artigo do jornal "Faro de Vigo" de ontem "La automoción gallega reducirá en un 30% sus costes para hacer frente a la competencia del Este".

"El sector de la automoción de Galicia se prepara hacer frente a la competencia que representan los países emergentes, fundamentalmente por sus bajos salarios. Un centenar de directivos pertenecientes a la planta de viguesa del Grupo PSA Peugeot Citroën y a las 75 empresas que constituyen el entramado de la industria de componentes del Cluster de Empresas de Automoción de Galicia (CEAGA) pondrá en marcha un plan basado en el sistema de producción "Lean", que permitirá a las empresas rebajar sus costes hasta un 30% en dos años.
Durante este fin de semana los directivos del sector de componentes del automóvil se reúnen en el Balneario de Mondariz para "reflexionar sobre la situación actual y garantizar y mejorar la competitividad", aseguró Antonio Vega, presidente de CEAGA."

Trata-se de um negócio em que as empresas em causa, a começar pela fábrica do Grupo PSA, têm de produzir os modelos desenhados. Aqui, o aumento da produtividade só pode ocorrer por redução de custos.

Situação actual.
"Vega reconoció que el mundo de la automoción "está muy complicado porque hay un exceso de competitividad y de producción".Señaló que el mercado europeo se mantendrá establee este año "con una reducción del 0,7%,", Guterres diria "É a vida!"

Nem boa, nem má, nem moral, nem imoral, um autêntico "Rei Lear" amoral.

"Para Vega los problemas del sector en el mundo tienen repercusión en las empresas gallegas de automoción. "El mayor problema que podemos tener es creer que no tenemos ningún problema. Las dificultades nos van a llegar en algún momento de manera más fuerte o menos fuerte, pero nos van a llegar"." Homem prevenido vale por dois.

"Ante estas amenazas, explica que las empresas del sector y sus casi 25.000 trabajadores tienen que estar preparados para hacerles frente. "Este es un mundo de ganadores y perdedores, cada empresa es responsable de su estrategia, debe buscar su hueco, su camino para salir adelante. Las empresas de CEAGA somo optimistas, confiamos en nuestras posibilidades, entre otras cosas porque contamos con un capital humano extraordinario muy difícil de conseguir en otras regiones"." Repararam no que acabaram de ler..., leiam outra vez!
Alguma referência ao apoio do papá estado?
Só existencialismo puro e duro "cada empresa es responsable de su estrategia, debe buscar su hueco, su camino para salir adelante".
Constâncio e os outros dizem que os trabalhadores portugueses em Portugal são umas bestas ignorantes (apesar de no estrangeiro serem apreciados).
O que diz Vega? "contamos con un capital humano extraordinario muy difícil de conseguir en otras regiones" Que sorte que eles têm, em terem super-homens e super mulheres!!! É injusto eles pertencerem a uma raça superior... se ao menos a Galiza e Portugal fossem vizinhos... talvez partilhássemos uma herança genética comum...

"El vicepresidente de CEAGA, el director técnico de la planta del Grupo PSA Peugeot Citroën en Vigo, Pedro Piñeiro, afirmó que el proceso tiene como fin el "quedarse con lo que tiene valor y eliminar lo que no lo tiene tanto para el cliente, para las empresas y para la sociedad". "La competencia nos obliga", afirmó. "Los países de bajo coste están hay. No podemos competir por salarios ni por materias primas, competimos con otras clases de eficiencias. En este caso reduciendo costes", avisó.
Piñeiro explicó que los costes de producción eran antes la suma de las materias primas, elaboración, ensamblaje, distribución, además de los gastos y los beneficios. Ahora ya no es así. El precio del producto lo pone el cliente y éste tiene muchos mercados donde elegir tanto en calidad como en precios. Así que lo que pretendemos es actuar sobre los costes de producción para que sean los más bajos posibles"."

Nem uma referência ao papá estado em todo o artigo...
Nem uma acusação aos países de Leste ou à China. Esta é a vida, nem boa nem má, é a vida! Encarando-a de frente, agarrando o touro pelos cornos, como podemos tirar o melhor partido da situação?

Et voilá, estava escrito nas estrelas...

Neste postal intitulado "Vai uma aposta?" previa-se um cenário futuro de concorrência entre os sistemas nacionais de saúde dos diferentes países da União.

Pois bem, o Diário Económica da passada sexta feira brinda-nos com o artigo "Hospitais vão ter ranking europeu de qualidade", assinado por Mário Baptista, onde se pode ler:

"Concorrência pela escolha dos doentes, oferecendo melhores tratamentos, mais conforto no internamento e outras soluções terapêuticas viradas para o doente, que passa a ter mais liberdade para escolher o hospital onde é tratado. É isto que os hospitais portugueses vão ter de fazer quando a nova directiva sobre a mobilidade dos doentes no espaço europeu entrar em vigor, sob pena de os doentes preferirem ser tratados no estrangeiro."
n
"A nova directiva, que será apresentada em Dezembro, prevê a mobilidade sem limites em toda a União Europeia e responsabiliza financeiramente os Estados pelas deslocações para outros países em busca de melhores tratamentos."

Estava-se mesmo a ver o que ía acontecer... estava escrito nas estrelas!

sábado, novembro 17, 2007

Depois o problema é falta de formação, falta de escolaridade, falta de educação...

Ler primeiro o postal imediatamente anterior a este.

Ainda há 1/2 semanas líamos e ouvíamos sobre o relatório suiço que não era muito simpático acerca da predisposição dos portugueses para singrarem na escola.

O emigrante português é mal visto na xénofoba Suiça? Não, porque é um bom trabalhador.

O emigrante português é mal visto no Luxemburgo?

Resposta no Público de hoje, "Portugueses 2,7 vezes mais produtivos no Luxemburgo", artigo assinado por Raquel Almeida Correia.

"Os níveis de produtividade dos trabalhadores no Luxemburgo estão 66 por cento acima da média europeia, o que lhe confere a quarta posição no ranking dos países mais produtivos da Europa. Portugal, que ocupa a 39ª posição, apresenta níveis 40 por cento abaixo. Se os imigrantes portugueses que trabalham no país regressassem, começariam o fim-de--semana às 17 horas de terça-feira e teriam direito a mais de sete meses de férias, porque produzem a um ritmo 2,7 vezes superior em território luxemburguês."

Este lead induz em erro quem o lê, porque parte do princípio que os trabalhadores portugueses no Luxemburgo, fazem os mesmos produtos que os trabalhadores portugueses em Portugal. Não é verdade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Os trabalhadores portugueses no Luxemburgo, mesmo que trabalhem ao mesmo ritmo que os trabalhadores portugueses em Portugal, são muito mais produtivos porque produzem produtos de muito maior valor acrescentado.

Este lead é típico de uma mentalidade que acredita que Portugal é pouco produtivo porque os trabalhadores são preguiçosos. Façam as contas, se o trabalhador de uma têxtil do Ave, uma daqueles que se queixa aqui, trabalhasse de borla para a empresa mais duas horas por dia, em quanto é que isso iria aumentar a produtividade?

O segredo, o truque, é apostar em produtos de maior valor acrescentado.

Volto, pela terceira vez a repetir a frase:

"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."Mas, e como isto é profundo:"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." Por favor voltar a trás e reler esta última afirmação.

O que é que acontece a um trabalhador português que farto de ganhar uma miséria numa têxtil do Ave, emigra para o Luxemburgo?

Tout cour: "É como se a empresa onde trabalhava (de baixa produtividade) fechasse e ido para uma empresa de elevada produtividade. O português é o mesmo, a educação é a mesma, a escolaridade é a mesma.

Que queiram torrar dinheiro da UE na formação OK, mas não esperem milagres.

Mitos, mitos e frases feitas. Alguém já fez um roteiro para uma empresa em particular?

Bastava tentar fazer um roteiro concreto, para uma empresa em particular, para perceber que os saltos de produtividade necessários, não são conseguidos à custa da formação dos operários. Nunca serão suficientes!
Só à custa do aumento do valor acrescentado dos produtos, através da subida na escala de valor.

No Diário Económico de quinta feira passada, pudemos ler no Editorial assinado por Bruno Proença:
"Como é que a economia portuguesa chegou a esta situação? Todos sabem. Os diagnósticos estão feitos. Resultou de um conjunto de erros de política económica por parte dos vários Governos e da enorme incapacidade dos empresários, trabalhadores e sindicatos. O grande problema esteve sempre na produtividade. Ou na falta dela. Resultado: custos de produção elevados hipotecaram a competitividade externa da economia. "

"Portanto, o importante é olhar o futuro e pensar na forma de resolver o problema. E não há milagres. è preciso trabalhar mais e melhor. Só assim se resolve o problema da produtividade."

Ainda no Diário Económico de quinta, foi possível ler no artigo "Constâncio mais preocupado com o desemprego", assinado por Luís Reis Ribeiro e, com o subtítulo "Há demasiados trabalhadores pouco qualificados, uma "forte debilidade" que atrapalha o crescimento":

"No entender da instituição governada por Vítor Constâncio, a economia poderia crescer mais se não tivesse demasiadas pessoas com “fortes debilidades estruturais” ao nível da formação, sobretudo num contexto de mudança da economia que privilegia sobretudo quem tem maiores qualificações."

"António Gaspar, professor do ISEG, observa que o desemprego vai continuar alto pois “há muitas pessoas pouco qualificadas, na casa dos 40 ou mais anos, que muito dificilmente vão conseguir regressar ao mercado de trabalho”. E aponta o exemplo das trabalhadoras das fábricas de têxteis e vestuário que ficaram sem trabalho ao longo dos últimos anos"

IMHO, a trabalhadora da indústria têxtil e do vestuário que trabalha numa unidade fabril, independentemente das suas qualificações académicas, tanto produz camisolas interiores brancas, como fatos inteligentes anti-fogo para bombeiros. O cortar, coser e confeccionar camisolas interiores brancas é basicamente o mesmo que cortar, coser e confeccionar um fato anti-fogo para bombeiros.

Se a qualificação dos operários fosse assim tão importante para a produtividade, como justificar que emigrantes portugueses nos anos 60 tenham atingido os mesmos níveis de produtividade que os operários alemães e franceses com quem trabalhavam lado a lado, nesses países?

Ainda há dias encontramos esta citação:

"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."
Mas, e como isto é profundo:"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." Por favor voltar a trás e reler esta última afirmação.

Até parece que quem faz estas afirmações nunca visitou o chão de uma fábrica, com olhos diferentes de quem olha para uma montra. Um operário, qualquer operário, mais tarde, ou mais cedo acaba a fazer tarefas repetitivas. Desde que haja formação interna tudo se faz!


Queremos passar de onde estamos hoje, para onde queremos estar no futuro, muita gente, fala desta transição a um nível tão abstracto, que parece que nunca tiveram de fazer um mapa de como fazer a viagem a sério, basta-lhes falar. Nunca concretizam com pessoas, com empresas concretas.

Assim, vive-se muito de mitos:
Ah! Não conseguimos chegar ao futuro desejado, por causa da falta de formação académica dos nossos trabalhadores.

Curiosamente, no semanário Vida Económica de sexta (16 de Novembro), no artigo de opinião de António Vilar, intitulado “Formar e Educar, para quê?”, li:

“Num pequeno grande recente livro, “L’Avenir du Travail”, Fayard, 2007, escrito sob a direcção de Jacques Attali, estas e outras questões são enunciadas com rigor e inteligência e não as podemos ignorar. Segundo dados nesse livro incluídos, na Europa, nos próximos dez anos, cerca de 40% dos empregos que serão criados não requererão estudos particulares; 25%, ao contrário, vão exigir um nível superior à licenciatura; 35%, por fim, bastar-se-ão com um nível de estudos intermediário.”

Se se colocar uma licenciada, numa linha de confecção, a substituir uma costureira com a antiga quarta classe, em que é que isso melhora a produtividade? A universitária vai trabalhar mais depressa?

A figura que segue apresenta a equação que permite calcular a produtividade, e mostra como é que o seu aumento pode ser conseguido:
Muitas empresas, muita gente, só consegue(m) olhar para o denominador, para aumentar a produtividade:
Como a figura seguinte ilustra:

Quem aposta na redução de custos, para aumentar a produtividade, tem um ganho marginal… e não consegue competir com os asiáticos, ou os europeus de Leste.
Quem aposta na redução de custos mergulha no mercado das grandes quantidades, na standardização, Como não consegue ser competitivo, a sua posição não é sustentável, e começa a recorrer a expedientes, atrás de expedientes, na tentativa de adiar o inevitável. Daí que no Jornal de Notícias de sexta-feira (16 de Novembro), encontre este artigo: "Risco de falências em 2008 é "grande":

"Numa tentativa de travar o desaparecimento da indústria têxtil e vestuário em Portugal, mais de uma centena de empresários reuniram-se para exigir ao Governo medidas para assegurar a manutenção do sector."

No jornal económico OJE (de 16 de Novembro), li o seguinte artigo intitulado “Ridículos”:

“A ANIVEC/APIV promoveu “uma reunião de emergência” para exigir medidas excepcionais que travem as falências no sector têxtil e vestuário.
Os empresários querem perdões dos juros e das coimas das dívidas ao Fisco e à Segurança Social.
Reclamam a suspensão dos processos aos administradores acusados criminalmente por não terem entregue ao Estado os impostos e as contribuições devidas.”
O apoio a cada uma destas empresas, será mais um obstáculo ao desvio dos recursos aplicados em empresas que geram menos riqueza, para outras capazes de gerar mais riqueza.

Esta gente ainda está presa a um modelo de negócio obsoleto e parece que não sabe sair dele.

Só há uma solução, subir na escala de valor. Aumentar a produtividade à custa de produzir artigos de maior valor acrescentado:

Apostar na formação, não devia ser um objectivo em si mesmo. Vamos formar as pessoas, para continuarem a fabricar os mesmos produtos, e para ganharem cada vez menos.
A formação só devia ter lugar como um instrumento para chegar a algum lado.

sexta-feira, novembro 16, 2007

A cauda longa e o planeta Mongo

Quando tinha 12, 13, 14 anos delirava com as histórias de banda desenhada de revistas como o "Mundo de Aventuras" ou o "Falcão", um dos heróis dessas histórias era Flash Gordon.

Recordo muito bem uma história que me deixou um gosto, um sabor de incredulidade na altura. Ás tantas, no meio do enredo aparecia uma prancha com um mapa detalhado do planeta Mongo, que incluía não só a geografia dos continentes, ilhas, rios, mares e oceanos, como também os diferentes povos que habitavam o planeta.

O que me deixou incrédulo foi a perspectiva de existirem, num memo planeta, na mesma época, povos com culturas e sobretudo, com níveis tecnológicos tão distintos, não por dificuldade ou pobreza, mas por opção. Aos meus olhos de juvenil imberbe, tal era impossível, todos caminhávamos para a uniformização ocidental, e quem ainda lá não estava era por dificuldade, não por opção.

Anos depois, esta imagem do planeta Mongo veio-me à mente quando vi as imagens de uma conferência de imprensa improvisada, na selva filipina, por um grupo de guerrilheiros de uma facção separatista islâmica(?). Tinham catanas e velhas espingardas... para combater o exército filipino!!!

Ontem, voltei a recordar esta imagem do planeta Mongo, ao assistir à apresentação de Chris Anderson, o homem da cauda longa.

A internet vai ajudar, já está a promover, o estilhaçar de uma sociedade em que todos vestem as mesmas roupas, lêem os mesmos jornais, vêem os mesmos noticiários, acompanham as mesmas séries, comem as mesmas comidas... Mongo is coming to your door, não por necessidade, não por incapacidade, mas por opção, aliás, por milhares de opções.

Se Chris Anderson tiver razão, e espero bem que sim, trata-se de uma esperança, para as sociedades dos países pequenos. Quanto mais aumentar o poder da cauda longa, mais oportunidades de negócio existirão, para as pequenas empresas, rápidas e flexíveis que apostarem na diferenciação, na diversidade, na variedade. A cabeça pode ficar para os asiáticos, mas a nata das margens, essa ficará para quem, como dizia Jesus Cristo, tiver olhos para ver, e ouvidos para ouvir, a corrente, a tendência de fundo.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Prego atrás de prego...

... aqui vamos nós a caminho do último lugar!


Capa do Diário Económico de hoje...

"Há três vezes mais empresas dispostas a sair de PortugalEstudo da Ernst & Young revela que 20% dos empresários têm a intenção de deslocalizar a produção. Dados de Bruxelas mostram que Portugal já é mais pobre do que a Estónia."

Mas chegamos aos 3%!!!!!!!!!!!!!!!!

O cavalo do inglês também estava a aprender a viver sem comer e... foi-se.




Tem algo de mistério...

Seth Godin apresenta um ponto interessante, para quem lida directamente com os consumidores.

Imaginem chegar a uma banca de venda de peixe e, ao lado das raias expostas, está uma história, quem as apanhou, onde as apanhou, de que se alimentam, que artes de pesca foram utilizadas. Ou saber de que concelho são as amêndoas expostas, quem as apanhou, ...

Criar uma relação, uma atracção com o consumidor aqui

Um pouco de poesia com mensagem

Não tem nenhuma relação com, mas a discussão sobre a decisão do novo aeroporto da região de Lisboa, tem algo de julgamento estratégico, para lá de uma simples análise técnica:

“Most strategic decisions require judgment as well as analysis. Judgment involves recognizing that analysis is always potentially prone to error and that, therefore, you can improve the odds of making the right call by evaluating whether the recommendations that emerge from the analysis are reasonable.
While there are many ways of triangulating on the analysis, three kinds of judgments are considered crucial to strategy decision making:
Distinctive competence or capability: The ratio of good opportunities to bad ones is likely to be higher inside your company’s zone of distinctive competence than outside it.
Resource balance: In making major strategic decisions, you should pay some attention to maintaining a rough balance between the supply of and the demand for key resources, including capital.
Structural context: It is also important to consider how the strategic options being considered were surfaced and evaluated – often achieved, in part, by paying attention to who is championing them.”



Trecho extraído de "Redefining Global Strategy - Crossing Borders in a World Where Differences Still Matter" de Pankaj Ghemawat

quarta-feira, novembro 14, 2007

Tantos gatos escondidos com o rabo de fora...

"O novo método imposto este ano pelo Ministério da Saúde para os hospitais comprarem medicamentos inovadores tem atrasado "em cerca de um ano" a introdução destes remédios nos tratamentos dos doentes."


"A dívida das unidades de saúde não pára de crescer e deverá terminar o ano nos 700 milhões de euros, quase o dobro do valor em Janeiro. "Era preciso um orçamento rectificativo" para a questão ficar solucionada, afirma Manuel Gonçalves."


""Uma vez que o Ministério da Saúde diz que tem as contas controladas, não há motivo para que a dívida se continue a avolumar", refere João Almeida Lopes. "Além disso, há hospitais que vêm a público dizer que dão lucro", lembra José Carlos de Almeida Bastos, que integra também a direcção da associação."


No DN de hoje.

Competências e abordagem por processos

Um dos livros que mais me ajudou a definir uma abordagem, uma visualização, uma interpretação sobre como funcionam as organizações, foi: "Improving Performance: Managing the White Space on the Organization Chart" de Rummler e Brache. Não foi um despertar para a abordagem por processos, foi antes o ponto de partida para uma reflexão profunda sobre o que significa, e quais as suas implicações.n
Assim, subscrevemos em plena consciência esta afirmação:

"We firmly believe that the general understanding that work gets done – and value is added – through cross-functional processes is potentially the greatest business management breakthrough in the past 100 years. There is little doubt that process design and improvement over the past 20 years have yielded great gains in customer satisfaction and cost containment in organizations throughout the world. In addition, Thomas Friedman (1) has identified work flow/business process innovations as one of the “Ten Forces that Flattened the World” and changed our lives forever. "

A qual pode ser encontrada aqui (apreciar sobretudo o desdobramento ilustrado na figura 3).

Neste postal, abordámos o desafio de transformar as pessoas de uma organização em sintonia com a estratégia do negócio, onde expusemos a metodologia que seguimos.

Entretanto descobrimos estes dois artigos super-interessantes, que vêm reforçar, e enriquecer a abordagem que propomos, relacionada com os processos do negócio.

No "Process Mapping" saliento:

"Process mapping can be an excellent data collection method for identifying job duties and tasks because in defining a work process we are describing the specific actions each person takes. It also offers a systemic view of work, so we see each employee’s work in the context of the complete workflow and interactions with others rather than only studying the work of one person at a time."

"Process mapping can also provide an efficient technique of data collection for competency modeling."


No "A New Model for Systematic Competency Identification" saliento:

"A job model is a performance-based reflection of how an exemplary job performer does his or her work. It should be based on and aligned to the core processes of the business, which in turn should be aligned to the business unit’s goals and strategies."

"The majority of job competencies emanate from the process steps. This is logical, because most job behavior is found in the steps executed (and the skills and knowledge needed) in doing the work."

Há aqui matéria-prima para reflectir, para melhorar a minha abordagem à definição do perfil de competências de uma função.

terça-feira, novembro 13, 2007

Dedicado a Sarkozy

A propósito de mais um discurso em que pergunta: "Mas o que é que a economia de mercado alguma vez fez por nós?"

Introdução ao mapa da estratégia

Preparei este texto, como texto introdutório, texto de preparação, a uma reunião de arranque, para identificar os clientes-alvo, a proposta de valor e a ideia por trás do mapa da estratégia.

Consideremos uma organização.
Vamos representá-la como uma caixa negra, ou seja, não sabemos o que se passa no seu interior.

Esta representação pretende realçar que não estamos interessados, para já, nos pormenores do seu funcionamento. Estamos concentrados com a organização como um todo, como uma unidade.

Tendo em conta essa unidade, precisamos de responder às seguintes questões de enquadramento:

  • Para onde vai a organização? Qual o seu futuro? Qual a Visão?
  • Qual a razão de ser da organização? Qual a sua finalidade? Qual a sua Missão?

Uma vez dada resposta a estas duas questões, propomos que se identifiquem os clientes-alvo e as partes interessadas no funcionamento e, no cumprimento da missão da organização:

Os clientes não são todos iguais, é possível segmentá-los e agrupá-los em grupos homogéneos que esperam da organização coisas concretas.


  • Quem são os clientes-alvo?
  • Quem são as partes interessadas?

Estas entidades são importantes porque é para elas, e por causa delas, que existe a organização.
A organização será bem sucedida se conseguir, de forma sustentada, satisfazer estes clientes-alvo e estas partes interessadas. Por isso, o desafio seguinte passa por identificar os atributos que farão com que naturalmente estas entidades fiquem satisfeitas com o desempenho da organização.

O texto completo encontra-se aqui.

Sugestões?

A missão das organizações sem fins lucrativos

Enquanto que no topo do mapa da estratégia de uma organização com fins lucrativos colocamos os resultados financeiros, no caso de uma organização sem fins lucrativos colocamos a missão, a razão de ser de uma organização.
Quando uma organização sem fins lucrativos não cumpre a sua missão, pode fechar, porque, além dos seus trabalhadores e chefias, ninguém vai notar a sua falta (lembro-me desta frase assassina do Director Geral de Saúde, acerca do encerramento dos Centros Regionais de Alcoologia: "Os doentes não vão sentir nenhuma diferença.").
Este artigo do jornal Público "Pires de Lima responsabiliza Instituto dos Museus pelo "colapso" da falta de pessoal", assinado por Alexandra Prado Coelho, lembra-me o tema:
Qual a razão de ser de um museu? Para que existe um museu?
Se for só para armazenar peças: se calhar ocupam um espaço inadequado; se calhar têm chefias e pessoal a mais...
E por que é que a ministra vem para o jornal sacudir água do capote?
E por que é que os directores vêm para o jornal desculpar-se?
Não há mecanismos internos rápidos para resolver os probemas?

segunda-feira, novembro 12, 2007

Profit is Sanity, Volume is Vanity

Descobri o livro nas prateleiras da FNAC do Norteshoping “Manage for Profit, Not for Market Share: A Guide to Greater Profits in Highly Contested Markets” de Hermann Simon, Frank Bilstein e Frank Luby (já o encomendei à Amazon, uma vez que a FNAC não mo quis vender… go figure why!!!).

Foi um caso de amor à primeira vista.
O argumento é simples, há tanta gente bem intencionada neste país, que só conhece uma alavanca sobre o qual sabe actuar (o preço), para tentar manobrar no mar revolto da concorrência, que quando encontro uma voz diferente, uma voz com propostas alternativas, procuro logo recolher algum ensinamento.

Enquanto não chega o livro, aqui vão algumas notas que encontrei na Internet:

“By arguing against price cuts as a form of competitive reaction when you perceive a competitive threat, we hope to convince you to plan your responses more carefully and consciously by thinking through the consequences first.”

“But resist they should. Proactive price cuts don't make you different, nor do they make you better off. They make you poorer, unless you have the evidence, the data, and the math to prove otherwise.”

“Cutting prices almost always amounts to a huge transfer of wealth from corporate stakeholders to customers. You run a company, not a charity.”

“Price cuts make sense only when they earn you higher profits. Most don't. …
Take a "guilty until proven innocent" approach when someone suggests that you offer a customer giveaway, make a value attack, or cut prices. The risks to your profit are too great.”

Texto completo aqui.

Esquizofrenia social

Ás segundas, terças e quartas, prega-se contra o paradigma dos baixos salários.
Ás quintas, sextas e sábados, celebra-se a produtividade conseguida à custa dos baixos salários.
No Público de hoje, o artigo "Produtividade portuguesa cresce mais que a da zona euro pela primeira vez desde 1999", assinado por Sérgio Aníbal.
"Salários reais continuam a crescer a um ritmo muito moderado e abaixo da média europeia, o que leva as empresas a recuperarem competitividade"
...
"A explicação para este brilharete não está, na sua maioria, na aceleração do produto em Portugal. O PIB português até volta este ano a crescer bastante menos que a média europeia."
"Quando comparados com um grupo de 35 países industrializados, os custos unitários de trabalho (que medem aquilo que as empresas gastam para produzir uma unidade de produto) deverão reduzir-se este ano em 0,8 por cento, a descida mais forte desde 1971, primeiro ano para o qual a Comissão tem dados disponíveis."
Assim, estaremos condenados à simples sobrevivência e a um progressivo empobrecimento. Para quando a mudança de página? Para quando o momento de epifania, em que uma massa crítica acordará, para a necessidade de apostar na criação de valor e, na sua vantagem sobre a simples necessidade de poupar?
Basta atentar nos números no artigo “Managing Price, Gaining Profit” de Michael V. Marn & Robert L. Rosiello, em Setembro-Outubro de 1992. que reproduzo aqui.

domingo, novembro 11, 2007

Pós-Graduação: Gestão de Organizações e Desenvolvimento Sustentável

Sessão 4:

Acetatos aqui.

Fizemos o levantamento ambiental, estabelecemos prioridades estratégicas, em sintonia com o negócio (artigo de Porter & Kramer, artigo de Kaplan & Norton).

Definimos objectivos e metas.

Confrontamos a nossa realidade actual, aquilo que somos hoje, com a realidade futura desejada.

Reconhecemos que entre o "Hoje" e a "Meta" existe uma lacuna, um hiato que tem de ser colmatado, que tem de ser ultrapassado. Para que isso aconteça precisamos de mos interrogar:"Porque é que a organização de hoje não é a organização do futuro?""O que é que na realidade actual conspira para não termos já hoje, os resultados futuros desejados?"As respostas vão-nos ajudar a desenhar o caminho que promoverá a transformação que nos fará convergir para a meta.
A transformação será promovida por projectos, por programas de gestão ambiental.
No limite, na minha visão, um sistema de gestão não é mais do que um porfolio de projectos de melhoria do desempenho ambiental.
Acredito que a elaboração de programas de gestão ambiental é uma actividade a que, normalmente, se dá muito pouca atenção. Muitas empresas apresentam programas de gestão ambiental que não ocupam mais do que 1 linha de texto.
Pelo contrário, proponho programas de gestão ambiental completos. Ver esta sequência: I; II; III; IV; V; VI.
Uma boa fonte sobre a temática dos indicadores ambientais.
Sessão 5:
Acetatos aqui.

"Nations do not trade; it is firms that trade"

À atenção dos políticos, e das suas extensas comitivas, nas viagens ao estrangeiro:

"It is a familiar sight. World leaders visiting fast-developing economies, such as China, Russia or India, are often accompanied by a gaggle of business executives who boast about the mega-deals they have just concluded in their host country."*

À atenção dos sucessivos ministros da Economia, habituados a negociar "one to one" com grandes empresas:

"governments would do better to concentrate their trade promotion efforts on helping smaller exporting companies to become more competitive and expand rather than assisting the corporate “superstars” that can fend for themselves. “Trade missions do not generate trade,” it concludes."

Se os governos querem que as exportações dos seus países aumentem:

"the priority for most governments should be to broaden their countries’ exporting base. The number of exporters is the main determinant of aggregate exports"
...
"The report recommends that governments help companies expand by lowering barriers to entry and cutting administrative costs. "
jj
Reduzir custos administrativos e não subsidiar (em sintonia com o gráfico que Vasconcellos e Sá apresenta na última página da Vida Económica desta semana, sobre o diferente trajecto das indústrias farmacêuticas em Portugal e na Irlanda, nos últimos 20 anos; e em sintonia com as palavras de João Luís de Sousa na "Nota de Fecho", na mesma
página da Vida Económica: "Portugal pode ser o país certo para reformados, herdeiros ou comendadores, mas é seguramente o país errado para aqueles que acreditam no valor efectivo dos produtos que vendem ou dos serviços que prestam à comunidade, em regime de liberdade de escolha e sem favores.A vassalagem imposta pelo Estado tem custos exorbitantes e incomportáveis."

"European companies are not as good as their US counterparts at reallocating labour and capital resources from failing to expanding companies. European governments need to inject greater competition into their domestic industries to increase efficiency and export effectiveness.
n
“In the US, firms are created and, if they are good, they survive and grow. If not, they shut down and exit. In Europe you have a forest of small companies that simply survive and do not exit, and absorb resources that could be better deployed elsewhere,”


Já que está na moda falar da Finlândia, convém contar a história toda "
Creative Destruction in Finnish Manufacturing", em especial:

"The abrupt and deep economic plunge in the early 1990s is comparable to only a few occasions
in the peacetime economic history of the developed countries. The unemployment rate surged from 3.2 to 16.7 percent in 1990-94."
16.7%!!!
n
E esta:
"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."
Mas, e como isto é profundo:
"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." Por favor voltar a trás e reler esta última afirmação.
E o grande finale:
"As creative destruction is shown to be an important element of economic growth, there is definitely a case for public policy to support this process, or at least avoid disturbing it without good reason. Competition in product markets is important. Subsidies, on the other hand, may insulate low productivity plants and firms from healthy market selection, and curb incentives for improving their productivity performance. Business failures, plant shutdowns and layoffs are the unavoidable byproducts of economic development."

Por isso, quando leio, na
entrevista de Reis Campos, presidente da AICCOPN, a Sandra Ribeiro (Vida Económica) que "O TGV e o novo aeroporto representam um valor de 11 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 25% do total do QREN", temo que estejamos a subsidiar 10.7% do emprego e a não deixar que a destruição criativa tenha lugar, e que a floresta de empresas que apenas sobrevivem e não fecham, continue a absorver os recursos que podiam ser melhor aplicados noutro lugar.

* Trechos iniciais extraídos do artigo "
Small companies best at boosting exports", assinado por John Thorhill no Financial Times de ontem, só que depois o texto levou-me por outros caminhos. Pela minha parte, vou fazer o download deste relatório "The Happy Few: The internationalisation of European firms - New facts based on firm-level evidence" de Thierry Mayer e Gianmarco Ottaviano, publicado pelo Bruegl think-tank aqui.

Aula # 5

Disciplina: Tecnologia e Inovação Ambiental I
4º ano de Engenharia do Ambiente, da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa
Módulo: Sistemas de Gestão Ambiental

Agradeço o esforço que investiram no desenvolvimento de propostas de programas de gestão ambiental. Chamo a atenção para a necessidade de ser rigoroso:

  • o que é preciso fazer?
  • quem vai fazer?
  • quando vai fazer?
  • controlar: que se fez? quanto custou? e, se ficou bem feito?
Aqui podem encontrar um exemplo de como desenvolver um programa de gestão ambiental.
Reparem na sequência: começamos pelo fim "Onde queremos chegar?"; depois "Como vamos saber se chegamos lá?" (meta); para depois "Onde estamos hoje? O que nos impede de chegar lá?"

Arranjar trabalho, coisas para fazer é fácil, difícil é atingir resultados desejados, difícil é atingir o que tem de ser atingido (dizia Churchill, diz o Dr. House).

Acetatos da aula aqui.

sábado, novembro 10, 2007

É só fazer as contas

Realmente...


"The strongest argument against price-cutting centers on the mathematical implications of any reduction. Some put their faith in price-cutting because they believe that a 10% price cut will lead to a 10% increase (or even more) in sales, ultimately allowing the company to make the same amount of money – “we’ll make it up on volume.”


But the authors show, using easy, back-of-envelope calculations that “when we cut our price by 10% on a 35% gross margin, we actually cut our gross margin in excess of 20%.”

In practice, that means that sales volume in dollars must increase by 80% -- repeat, 80%! -- to make the same amount of money that was made with a 35% margin. Even more daunting, the quantity of product that must be sold to recoup previous margins has to double.


The implications are clear. A sales force is going to have to work twice as hard to make the same amount of money. The bar gets even higher if competitors match the price cut. Even if sales can double the volume, manufacturing, support and other operations will be put under pressure, potentially affecting quality and customer relationships."



Texto extraído daqui.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Momento histórico

O fim de uma era...
Chamo a atenção sobretudo para o que segue ao minuto 7... e a cara do policia ao min 7.46!!!

Citações que dão que pensar

"A leader's job is to reduce uncertainty, not create it."


Autor: Jeffrey Pfeffer



Brilhante! Esta frase consegue condensar tanta, tanta coisa...

Algumas notas sobre propostas de valor

A leitura deste artigo "Customer Value Propositions in Business Markets", de James Anderson, James Narus e Wouter Van Rossum, publicado na Harvard Business Review de Março de 2006, permite sistematizar algumas ideias sobre as propostas de valor, até porque estão em linha com algumas tentações que se vivem ao procurar desenhar a proposta de valor de uma organização.
""Customer value proposition" has become one of the most widely used terms in business markets in recent years. Yet our management-practice research reveals that there is no agreement as to what constitutes a customer value proposition - or what makes one persuasive."
...
"Some managers view the customer value proposition as a form of spin their marketing departments develop for advertising and promotional copy. This shortsighted view neglects the very real contribution of value propositionsto superior business performance. Properly constructed, they force companies to rigorously focus on what their offerings are really worth to their customers."
...
"Our research indicates that most managers, when asked to construct a customer value proposition, simply list all the benefits they believe that their offering might deliver to target customers."
n
Até parece que no final de um dia, ficamos satisfeitos com o desempenho da EDP ou da REN, só porque a energia não falhou... não se trata de um benefício, trata-se do serviço básico.
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"Another pitfall of the all benefits value proposition is that many, even the most, of the benefits may be points of parity with those of the next best alternative, diluting the effect of the few genuine points of difference. Managers need to clearly identify in their customer value propositions which elements are points of parity and which are points of difference."
...
"Without a detailed understanding of the customer's requirements and preferences, and what it is worth to fulfill them, suppliers may stress points of difference that deliver relatively little value to the target customer."
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Mas ainda se pode ir mais além
n
"Although the favorable points of difference value proposition is preferable to an all benefits proposition for companies crafting a consumer value proposition, the reasonating focus value should be the gold standard."
...
"Suppliers can provide such a customer value proposition by making their offerings superior on the few elements that matter most to target customers, demonstrating and documenting the value of this superior performance, and communicating it in a way that conveys a sophisticated understanding of the customer's business priorities."
...
"... the resonating focus proposition steadfastly concentrates on the one or two points of difference that deliver, and whose improvement will continue to deliver, the greatest value to target customers."
n
(Continua)

quinta-feira, novembro 08, 2007

A receita é fazer a mudança e não acreditar na magia, ou nas orações

Sei que o cuco existe, não nos podemos iludir.
Mas, para além disso:
"Perhaps the most extraordinary thing about the long-suffering manufacturing sector in the past year or so has been its silence. Just a few years ago, every rise in interest rates, every increase in the value of sterling, every jump in the oil price, was greeted with howls of indignation and dire warnings about job losses."
...
"Economists call this 'survivor bias': after a decade of buffeting from the strong pound and cut-price Asian competition, the weakest manufacturers have been eliminated in a long war of attrition. Those left behind are the most adaptable and innovative, and the least exposed to cheap competition. They have heeded the pleas of business leaders and politicians to confront globalisation by 'moving up the value chain' into high-spec, niche products."
...
"shift away from more price-sensitive goods, and the fact that companies are much more sophisticated in the way they source components and spread costs"
...
"This hard-won robustness should stand small firms in good stead in a slowdown - and could prove to be vital for insulating Britain's economy from the full impact of tightening credit conditions, as banks reassess their lending policies in the light of the US defaults."
Está cá tudo, está cá a receita toda, preto no branco, coisa que não conseguimos descortinar no "Relatório da Competitividade 2007".
Trechos retirados do artigo "...but battle-hardened UK firms fight on" do "The Observer" de domingo passado.

Ghemawat e a semiglobalização

O recente livro de Pankaj Ghemawat “Redefining Global Strategy – Crossing Borders in a World Where Differences Still Matter” argumenta que ainda vivemos num mundo de diferenças: “differences between countries are larger than generally acknowledged. As a result, strategies that presume complete global integration tend to place far too much emphasis on international standardization and scalar expansion.”

Ghemawat propõe as seguintes conclusões:
  • “The real state of the world is semiglobalized.
  • The world will remain semiglobalized for decades to come.
  • A semiglobalized perspective helps companies resist a variety of delusions derived from visions of the globalization apocalypse: growth fever, the norm of enormity, statelessness, ubiquity, and one-size-fits-all.
Semiglobalization is what offers room for cross-border strategy to have content distinct from single –country strategy.”

Estas conclusões são muito interessantes, dado que abrem uma janela que permite escapar ao apocalipse da globalização, e deixar de ver o preço como a única forma de seduzir clientes.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Tenho dúvidas

Tenho dúvidas: "Craft a succinct statement of the desired strategic position, and … put into as few words as possible a description of where the organization’s leadership wants to be five years from now with respect to each of those seven elements."

Será que uma boa descrição do futuro, em vez de sucinta, não proporciona melhores pistas para o que há fazer?

Será que uma boa descrição do futuro não pode funcionar como um exercício de reconstituição facial?

Da descrição retiram-se tópicos que fazem emergir um retrato?

“WHAT DO YOU HAVE TO DO TO GET WHERE YOU WANT TO BE?”

Ainda do livro de Thomas McLaughlin (“Nonprofit Strategic Positioning – Decide Where to Be, Plan What to Do”) este último trecho:

“WHAT DO YOU HAVE TO DO TO GET WHERE YOU WANT TO BE?”

5. Craft a succinct statement of the desired strategic position, and … put into as few words as possible a description of where the organization’s leadership wants to be five years from now with respect to each of those seven elements. This is not just playing with words. A simple one – or two-sentence description of the desired strategic position should play a primary role in educating, guiding, and motivating everyone in the organization for the next several years.
6. Devise a work plan for getting there. This is where you figure our how to bridge the gaps between current strengths and the desired position. It is managements job to figure out ways to capitalize on strengths, build or acquire new strengths, and minimize or mitigate weakness.”

Da leitura deste livro, relativamente às organizações sem fins lucrativos, fica-me a ideia da importância da coerência estratégica... e sobre como a manter, ano após ano, apesar das mudanças de gestão. Fica também a importância de separar a definição do destino, da definição e opção do caminho para lá chegar.




Que estruturas de gestão?

Do artigo "Innovative management: A conversation with Gary Hamel and Lowell Bryan", publicado pelo "The McKinsey Quarterly", retirei este trecho:
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"Gary Hamel: For almost 20 years I’ve tried to help large companies innovate. And despite a lot of successes along the way, I’ve often felt as if I were trying to teach a dog to walk on his hind legs. Sure, if you get the right people in the room, create the right incentives, and eliminate the distractions, you can spur a lot of innovation. But the moment you turn your back, the dog is on all fours again because it has quadruped DNA, not biped DNA.
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So over the years, it’s become increasingly clear to me that organizations do not have innovation DNA. They don’t have adaptability DNA. This realization inevitably led me back to a fundamental question: what problem was management invented to solve, anyway?
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When you read the history of management and of early pioneers like Frederick Taylor, you realize that management was designed to solve a very specific problem—how to do things with perfect replicability, at ever-increasing scale and steadily increasing efficiency.
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Now there’s a new set of challenges on the horizon. How do you build organizations that are as nimble as change itself? How do you mobilize and monetize the imagination of every employee, every day? How do you create organizations that are highly engaging places to work in? And these challenges simply can’t be met without reinventing our 100-year-old management model."

Este texto dá que pensar... desde o arranque da Revolução Industrial até à década de 80 do século passado, viveu-se uma situação em que a oferta era inferior à procura.

Hoje, vivemos um tempo em que a oferta é superior à procura. Um tempo em que não basta produzir, não basta a eficiência, há que seduzir, há que ser diferente!!!
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E será que herdámos as estruturas de gestão adequadas a essa mudança de paradigma?
Não será este um factor a considerar quando deparamos com o problema da produtividade nacional? Ainda ontem lemos no DN "Produtividade portuguesa longe da europeia"
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E apesar de estar de acordo com as "Dez Novas Estratégias Empresariais" do "Relatório da Competitividade 2007". Não vejo relatado nenhum indicador que dependa das empresas, que, por exemplo, permita monitorizar o ponto 5 "É determinante subir na cadeia de valor, através da integração de competências, próprias ou alheias, em produtos finais, desejáveis nos mercados externos, com a melhor relação entre o investimento e o valor acrescentado por recurso a empresas, portuguesas e estrangeiras, integradoras das capacidades nacionais." Ou o 6, ou o 7, ou o 8, ...
Será que estamos perante mais um caso de "Agarrem-me senão eu mato-me!"?
É interessante lembrar a frase "O caminho que nos trouxe até aqui... não será capaz de nos levar até acolá."
Não basta pedir mudanças aos outros (apesar do peso do cuco), quando nós próprios não estamos dispostos a mudar.

terça-feira, novembro 06, 2007

"Futurização" das organizações (parte V) ou "Onde queremos estar?"

Os últimos conselhos que retiro do livro de Thomas McLaughlin (“Nonprofit Strategic Positioning – Decide Where to Be, Plan What to Do”), mais uma vez acerca da futurização das organizações:

“WHERE DO YOU WANT TO BE?
1. Create or reaffirm your mission.

2. Scan your future. Stand at the front door of your organization and look outside… Break your future into seven distinct elements, and examine the trends in each one:
a. The NEED or demand for the type of service you offer…
b. The population – USERS – you choose to serve…
c. Your chosen GEOGRAPHY
d. Your COMPETITORS…
e. Your FUNDERS…
f. Your LABOR force…
g. The role of special ASSETS in providing your services…

3. Scan your internal strengths… Examine the services you offer. What’s your service model? Under what circumstances does it work best? Research the users of your service. Revisit your assumptions about geography. Research your funders and what they like about you. Why do you fit with their motivations, capacities, and so forth? Study your labor force with a clear eye. What special assets do you already have that are helpful in the delivery of your services?

4. Decide where you want to be in 5-10 years. Compare your future trends with your strengths and decide where you want to be with respect to each of your future trends in 5-10 years. This is the essence of your strategic position.”

Amanhã a resposta à pergunta “WHAT DO YOU HAVE TO DO TO GET WHERE YOU WANT TO BE?

Vai uma aposta?

É possível imaginar um futuro em que os serviços nacionais de saúde de cada país vão concorrer entre si, como empresas, com diferentes marcas, com diferentes posicionamentos estratégicos, pelo cheque-saúde dos contribuintes europeus.
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No JN de hoje "Europeus vão escolher país de tratamento", onde se pode ler: "A Comissão Europeia vai apresentar, no próximo mês, uma proposta de directiva que garanta aos cidadãos europeus o direito de se deslocarem a outros países para ser tratados, adiantou, ontem, o presidente do Instituto Nacional de Saúde, Pereira Miguel."
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Ao virar da esquina temos também: "Baixo custo chega ao sector da saúde" no semanário Vida Económica de 2 de Novembro:
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"A globalização deu origem a um fenómeno deveras interessante, a medicina de baixo custo. Naturalmente, os clientes são provenientes dos Estados Unidos e da Europa. Países como Índia, Brasil, Cuba, África do Sul, entre outros, estão a transformar-se nos «paraísos da medicina». É a resposta barata às listas de espera ou aos preços elevados praticados na área da saúde.
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Pode-se mesmo falar do desenvolvimento do «turismo médico», em que os preços chegam a ser irrisórios, comparativamente aos praticados no Canadá ou na maioria dos países europeus. Convém notar que no Velho Continente também há excepções. Por exemplo, a Polónia está a apostar em serviços médicos de baixo custo. Um outro aspecto curioso neste negócio é a forma como os receptores estão a especializar-se em determinadas áreas (por exemplo, a Argentina é conhecida pela cirurgia estética e Cuba pelos tratamentos dermatológicos)."
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Quem está ao leme, percebe os ventos e as correntes, para melhor as aproveitar.
Claro que para isso é preciso pensamento e posicionamento estratégico. Ou seja, começar por responder à pergunta: "Onde queremos estar?"

segunda-feira, novembro 05, 2007

Para quem quer servir todos os clientes

Este postal é dedicado a induzir alguma reflexão nas mentes que querem servir todos os clientes.

É sempre um drama, numa empresa, chegar à conclusão que afinal não faz sentido, não podem, é anti-económico, querer servir todo o tipo de clientes.

"- A nossa empresa é diferente, o nosso sector é diferente, não queremos, não podemos perder nenhum cliente!"

A questão impõe-se: "Quem são os clientes-alvo?"

Quem são os clientes que podemos servir melhor, e com vantagens competitivas que se possam traduzir em retorno financeiro superior? Qual é a proposta de valor?

Será que a empresa ganha dinheiro com todos os clientes?

Assim, aqui vão algumas fontes que abordam o tema:

Perguntas

O DN de hoje com o artigo "Vinho é produto de investimento sem risco e com retorno elevado ", onde se pode ler:

"O vinho é um produto de investimento, a par de outras alternativas financeiras, com a vantagem dos riscos serem mínimos e de oferecer um retorno calculado em 50%."

Faz-me lembrar o risco do caso AFINSA dos selos... Será que o Banco de Portugal supervisiona estas entidadades? Será que o próprio jornal não deveria ter dado esta informação?

domingo, novembro 04, 2007

Exame do Conselho dos Doze

Retirado do caderno de Economia do semanário Expresso de 03 de Novembro de 2007.

Pergunta: "Este Orçamento do Estado é sensato ou gera um sacrifício excessivo do contribuinte?"



Resposta de Medina Carreira: "Entre 2005 e 2008 prevê-se que o produto cresça cerca de 20.000 milhões de euros (isto é típico de Medina Carreira, dos doze, é o único que apresenta números), a preços correntes; as receitas tributárias deverão aumentar qualquer coisa como 10.000 milhões de euros. Estes números revelam o extremo sacrifício que os impostos representam hoje, sobretudo para as classes média e baixa. Apesar de tudo, com a economia que temos, será difícil sair disto."



Estou fascinado por esta imagem:
É mesmo um exemplo da resposta de Medina Carreira, metade do crescimento da riqueza criada é para alimentar o cuco. Reparem nas pernitas finguelitas do papa-mosca ou verdelhão, a alimentar o grandalhão...

Resposta de Teodora Cardoso: "...Os cortes nas despesas públicas defrontam-se com a demagogia das oposições que pedem cortes abstractos, mas se opõem aos concretos e exigem reduções de impostos destinadas a aumentar o consumo. Urgente é fomentar uma cidadania responsável."

Imagino logo o verdelhão a começar a protestar, e a argumentar de que algo na foto não está bem. E, o cuco a responder: "É urgente fomentar a cidadania responsável."

Ainda se os 10.000 milhões fossem bem aplicados...

Público de hoje: "Alunos deficientes de Viseu obrigados a deixar escola", assinado por Sandra Ferreira.

"Seis alunos com necessidades educativas especiais, pertencentes ao Agrupamento de Escolas do Infante D. Henrique, em Viseu, deixaram de poder frequentar os respectivos estabelecimentos de ensino por não terem quem os acompanhe na escola."

Expresso: " Portalegre: assistência em causa", assinado por Hugo Franco.
"Portalegre é o pior dos distrito portugueses no que respeita à deslocação forçada de doentes renais"... 3 viagens semanais de ambulância de 600 km cada...

Aula # 4

Disciplina: Tecnologia e Inovação Ambiental I
4º ano de Engenharia do Ambiente, da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa
Módulo: Sistemas de Gestão Ambiental


Fizemos o levantamento ambiental, estabelecemos prioridades estratégicas, em sintonia com o negócio.

Definimos objectivos e metas.


Confrontamos a nossa realidade actual, aquilo que somos hoje, com a realidade futura desejada.

Reconhecemos que entre o "Hoje" e a "Meta" existe uma lacuna, um hiato que tem de ser colmatado, que tem de ser ultrapassado. Para que isso aconteça precisamos de mos interrogar:

"Porque é que a organização de hoje não é a organização do futuro?"
"O que é que na realidade actual conspira para não termos já hoje, os resultados futuros desejados?"

As respostas vão-nos ajudar a desenhar o caminho que promoverá a transformação que nos fará convergir para a meta.


A transformação será promovida por projectos, por programas de gestão ambiental.
No limite, na minha visão, um sistema de gestão não é mais do que um porfolio de projectos de melhoria do desempenho ambiental.
Acredito que a elaboração de programas de gestão ambiental é uma actividade a que, normalmente, se dá muito pouca atenção. Muitas empresas apresentam programas de gestão ambiental que não ocupam mais do que 1 linha de texto.
Pelo contrário, proponho programas de gestão ambiental completos. Ver esta sequência: I; II; III; IV; V; VI.

Acetatos aqui.

Acerca dos objectivos ambientais, este texto sobre indicadores é muito interessante.

Que marketing, que mensagens?

Caro aranha esta é para seu deleite,

Será que a malta do marketing não aprende que a publicidade, e as suas mensagens, são a última camada de tinta?

Será que conseguem desgrudar do conceito de marketing mix?

Se começam e acabam no marketing mix, o que será feito do posicionamento da marca?

Por que queremos que a marca seja recordada?

Notícia extraída do semanário Vida Económica do passado dia 2 de Novembro:

"Grupo Rádio Popular Abre Quarta Loja em Espanha

Depois de Vigo, Lugo e Valência, a cadeia de electrodomésticos e material informático alargou a sua área de cobertura geográfica no vizinho ibérico com a abertura de uma unidade em Ponferrada...
Este é mais um passo no processo de internacionalização da Rádio Popular, cujas lojas têm em Espanha a designação de Hiper Planet... (as lojas são assim designadas por impossibilidade de utilização da marca Rádio Popular em Espanha)."

Ontem de manhã, no centro comercial Fórum de Coimbra, descubro esta pérola:

O que é que eu, consumidor, ganho com esta mensagem?
Qual é o argumento?
Será que esta mensagem é usada nas lojas de Espanha?

sábado, novembro 03, 2007

Construção lean

O mercado das obras públicas e o mercado da construção são muito particulares.

Enquanto que por cá, se acredita na secretaria:

"Os empresários queixam-se de que a concorrência no mercado das obras públicas é muito elevada e que deveria haver uma forma de estreitar os critérios que qualificam as empresas para concorrerem a determinados concursos."

Trecho retirado do jornal Público de hoje, do artigo "Um terço das empresas com classe 9 perdeu alvará"

Outros concentram-se na melhoria da produtividade. De certeza que a leitura deste artigo ("Lean Construction" de Dennis Sowards, na revista Quality Digest) daria pistas interessantes para quem está no negócio da construção.

O negócio da construção é, para a maioria das empresas um negócio de preço-baixo, logo de custos-baixos.
Contudo, os custos baixos são obtidos mais à custa de expedientes, do que de engenho (basta lembrar-me de cenas que presenciei numa obra na estação de caminho-de-ferro do Carregado, ainda este ano. Os gregos inventaram a máquina a vapor, mas para eles não passava de um brinquedo, tinham os escravos baratos. Nós por cá estamos na mesma).

Basta pensar no efeito que os telemóveis tiveram, no planeamento da execução de uma obra.
Hoje em dia, o director de obra está sempre contactável... planear para quê?!

sexta-feira, novembro 02, 2007

Futurização, Pré-Contemplativos e Mudança

A propósito da Nota de Fecho, assinada por Vasconcellos e Sá, na última página do semanário Vida Económica de hoje "O nosso icebergue está a derreter", recordei-me deste postal.

Ao relê-lo encontrei esta frase:

"when people are exposed to change interventions, they are at one of four stages: precontemplation, contemplation, action, and maintenance. Precontemplators are unaware of any need to change, whereas contemplators are aware that there is a problem and they are thinking about change but have not yet made a commitment.
People can remain in the contemplation stage for long periods, up to two years in the case of smokers. Action, the stage most change agents equate with change, is the stage in which people actually alter their behaviors. In any change intervention, few people are in the action stage."

Em linha com o último postal sobre a futurização das organizações, a designação Pré-contemplativos aplica-se como uma luva ao que chamei de ritualistas.

"Futurização" das organizações (parte IV)

Ainda sobre a futurização da organizações, este resumo do artigo de J.M. Stewart "Future state visioning: a powerful leadersship process" Publicado na revista "Long Range Planning", v. 26, n. 6 Dezembro 1993.

Alguns sublinhados:

"Evitar planificar la estrategia o la acción hasta no haber creado la visión y los valores asociados"

"el concepto de separar claramente el estado de cosas del camino para llegar a él; la importancia de mirar primero el futuro antes de enfocar el presente; la expresión de la visión de futuro en términos de conceptos factibles de convertirse en acciones"

"La planificación tradicional extrapola desde el presente: ¿es aquí donde estamos?, ¿qué podemos hacer para mejorar?.
Esto lleva a establecer metas basadas en hechos conocidos, a planificar incrementalmente desde hoy y a actuar sin una visión clara. La visión del estado futuro trata por el contrario de evitar estos errores dirigiendo la atención hacia un estado de cosas en una fecha en el futuro, lo suficientemente lejos como para que el pensamiento no se influencie con las barreras actuales, aunque suficientemente cerca como para mantener el sentido de realidad."

"Una vez que se ha construido una visión imaginativa y desafiante de la situación futura de la organización, resulta posible una más clara comprensión del verdadero estado actual de la organización. El visualizar un futuro mejor ayudará, además, a los participantes a estar más abiertos y aptos para describir las carencias del presente. Los participantes apreciarán fácilmente el potencial de la organización y que su propio potencial personal es mucho mayor de lo que se ha logrado hasta ahora. Estarán más aptos y abiertos para escribir las carencias de la situación actual en la medida que puedan visualizar un futuro mejor."

Futurizar é um tema fascinante. E um tema a que devo dedicar mais importância em projectos futuros.

Quando terminamos o desenho de um mapa da estratégia, somos tentados a admitir, a acreditar, a crer que toda a gente percebe o mapa, que toda a gente comunga de uma interpretação comum sobre o estado futuro onde a estratégia nos levará.

Na prática, talvez essa comunhão não seja assim tão fácil, até que ponto nos preparámos, durante o decurso do projecto, para fazer face aos ritualistas?

Ritualistas: aqueles que, de boa-fé, cumprem as etapas todas, mas não apanharam o sentido da coisa. Talvez seja por causa deles que se diz, que o planeamento estratégico tem muito de planeamento, e pouco de estratégia.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Factos vs retórica (parte II)

Neste postal escrevemos:

"Seria interessante, não só para avaliar o grau de benefício da dúvida que o ministro “merece, mas também para avaliar o grau de interesse, e capacidade de previsão e análise, dos políticos, jornalistas, comentadores e fiscalistas, comparar o que todos disseram que ia acontecer durante 2007, e o que realmente aconteceu.
Como não fazemos a comparação, quem promete e quem critica, está sempre bem! Basta oratória ou um pouco de retórica e cumpre-se o número."

Pois bem, o Jornal de Negócios de ontem fez os cálculos e... "Governos falham mais que FMI"

"Futurização" das organizações (parte III)

"Deciding where the organization should be is decidedly not a fact-based exercise. It is more an expression of collective desire than a prediction. To accomplish it, one's orientation to time must shift from a combination of present-day realities and historical facts to the future. The planning work is no longer a matter of discerning what is factual and important: it is a matter of deciding what should be factual at some point in the future. Moreover, it involves a larger group of people, and so it necessarily has to be based on a substantial consensus.
This is a problem. Groups usually prefer to problem-solve with the expectations that there is at least one or more demonstrably correct answers out there somewhere. But that's not the point in this part of strategic positioning. As a collective expression of a desired strategic position, the planning group is not problem-solving, it is imagining. And that imagining should be rooted in reality but not unduly bound by it.
This requires an entirely different, and for most people somewhat unfamiliar, way of thinking."
...
"What will success look like in the future? Where do you want to be? How high do you want to go?
There is always a considerable amount of ambiguity in this question, and there is no right answer that anyone can discern at the moment it is asked. But there is something else about this divergent thinking task. Not only does it have no correct answers, it also requires a considerable amount of will, a kind of institutional ego that says, "this is the way we want it to be, and this is the way it will be."

Trecho extraído do livro "Nonprofit Strategic Positioning - Decide Where to Be, Plan What to Do" de Thomas McLaughlin.

É mesmo isto!!!

Sem tirar nem acrescentar.